alma para amar
Hoje visitei minha alma para lhe encontrar. Persisti ali com veemência, pois queria repousar meu espírito junto à ti. Assentei e invulnerável aos feitiços, deixei abrandar os sentimentos – que por sinal, são muitos.
Aqui és gavela, fascículo de fulgor. Resplendor, iluminância às apalpadelas do meu ser obscuro. Esmiuça meu todo e conserva o pulsar, excele entre os sentimentos mundanos.
Sem gotejo, deixo escoar e purificar a alma. Tem o condão de assear minha existência com ternura e brandura sem ao menos poder fitar teu olhar. O tom da tua voz nunca foi percebido por meu sentido, a paz do teu abraço nunca foi encaixado em meus braços, desconheço a cor dos teus olhos, mas atento seu brilho intenso. O intervalo refreia teu beijo, mas afirmo a doçura dos teus lábios. Não pude segurar sua mão, mas entrelaçaste minha alma.
Circunstanciar esta afeição viva e semota é repto para qualquer vocábulo provido de significação. Logo, emudeço.