Endureço, mas não perco a ternura ( CHE)
Quando perco a confiança endureço, mas não perco a ternura.
Confiança é algo tão indefinido e tão pessoal!
O que é confiar afinal?
É ter certezas?
Acreditar sempre?
Não.
Confiar é ter cumplicidade.
É assumir responsabilidade.
Pelo prazer vivido, o amor sentido.
É lembrar, preocupar-se com detalhes.
Torno-me confiável se sou coerente e me assumo como sou.
Confiança tem a ver com lealdade.
Nem tanto com fidelidade.
Separo lealdade de fidelidade.
Posso ser fiel e não ser leal.
Da mesma forma posso ser leal e infiel.
Prefiro as pessoas leais.
São melhores.
Por que entendo fidelidade de forma diferenciada.
Já escrevi sobre fidelidade em algum poema .
Privilegio o sentir sobre o agir.
Sim por que no agir posso recuar, voltar atrás.
No sentir não.
É para sempre.
Busco cumplicidade nas pessoas, nos amigos, nos meus amores.
Se não encontro endureço-me sim.
Mas não perco a ternura.