Paradoxo
O mundo está fora e dentro de mim. Sinto tudo e nada. É assim que me sinto. Longe e perto.
Sinto-me velha, meio quebradiça, porém a juventude estampa meu rosto. A velhice é um processo mais longo para mim, já que a sou desde o principio que é possível lembrar.
Deixei sonhos voarem e pousarem em outro alguém.
Sou Bianca, uma pessoa com nome comum e vida comum, como todos, mas sinto que penso diferente dos outros, exatamente por que penso.
Leio e releio a frase anterior, espero que expresse o que quis dizer e não que ofenda a quem ler (se houver quem leia).
O mundo anda correndo, então ninguém para. Enxergar está na parada, mas se ninguém para não há o que ver!
Ouço o barulho do vento, são passos, são sussurros, mas quanto mais escuto menos escuto o mundo.
Já tive vontade de gritar, mas agora desapareço aos poucos, é assim que envelheço.
Querer e não querer é um paradoxo. Sinto que o enlouquecimento é um destino plausível.
A sociedade faz seus males... ainda tento descobrir quem é a sociedade, já que ninguém fala nela com a primeira pessoa do plural.
-Bianca. Ei Bianca. – chama alguém.
Assusto-me quando me vejo fora de mim, não me ajusto fora, aqui dentro também não, já que apesar de não humana, também seja humana.
A estranheza de ser e não ser é a falta de equilíbrio.
O mundo passa por mim rápido e frio, e estou parada ouvindo o vento e escutando os pássaros, isso está em mim e no mundo.
Não paro de pensar e ao mesmo tempo não penso. Sou um paradoxo.
Sinto que estou perto e longe de saber o que é o universo, mas, às vezes, o melhor é ser raso como os milhares de humanos ao meu redor.
Bianca sou eu e mais ninguém, Bianca é alguém para você que não sou eu. Bianca é infinidade de pessoas e ideias que resultaram em mim. Eu sou um pouco de percepção e reflexão. Atualmente marginalizada dentro e fora de mim.