Paradoxo

O mundo está fora e dentro de mim. Sinto tudo e nada. É assim que me sinto. Longe e perto.

Sinto-me velha, meio quebradiça, porém a juventude estampa meu rosto. A velhice é um processo mais longo para mim, já que a sou desde o principio que é possível lembrar.

Deixei sonhos voarem e pousarem em outro alguém.

Sou Bianca, uma pessoa com nome comum e vida comum, como todos, mas sinto que penso diferente dos outros, exatamente por que penso.

Leio e releio a frase anterior, espero que expresse o que quis dizer e não que ofenda a quem ler (se houver quem leia).

O mundo anda correndo, então ninguém para. Enxergar está na parada, mas se ninguém para não há o que ver!

Ouço o barulho do vento, são passos, são sussurros, mas quanto mais escuto menos escuto o mundo.

Já tive vontade de gritar, mas agora desapareço aos poucos, é assim que envelheço.

Querer e não querer é um paradoxo. Sinto que o enlouquecimento é um destino plausível.

A sociedade faz seus males... ainda tento descobrir quem é a sociedade, já que ninguém fala nela com a primeira pessoa do plural.

-Bianca. Ei Bianca. – chama alguém.

Assusto-me quando me vejo fora de mim, não me ajusto fora, aqui dentro também não, já que apesar de não humana, também seja humana.

A estranheza de ser e não ser é a falta de equilíbrio.

O mundo passa por mim rápido e frio, e estou parada ouvindo o vento e escutando os pássaros, isso está em mim e no mundo.

Não paro de pensar e ao mesmo tempo não penso. Sou um paradoxo.

Sinto que estou perto e longe de saber o que é o universo, mas, às vezes, o melhor é ser raso como os milhares de humanos ao meu redor.

Bianca sou eu e mais ninguém, Bianca é alguém para você que não sou eu. Bianca é infinidade de pessoas e ideias que resultaram em mim. Eu sou um pouco de percepção e reflexão. Atualmente marginalizada dentro e fora de mim.

Sabrina Crisóstomo
Enviado por Sabrina Crisóstomo em 16/05/2015
Reeditado em 26/07/2017
Código do texto: T5244127
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