À NELMA
Nelma Correia Lazzarin, eu vejo que você está querendo extrair boas reflexões do meu âmago, ao fazer comentários naquele texto de crítica a um representante de Deus aqui na Terra. Por isso, em sinal de respeito a você, como devo a todo ser humano, eu resolvi pensar um pouco sobre sua intenção reflexiva e escrever este texto.
Eu não marquei o seu nome, pois não desejei que esta reflexão fosse à sua página sem a sua prévia permissão. Eu só marco uma pessoa num post meu se eu tiver uma relação de amizade muito próxima com essa pessoa, o que não é o meu caso com você, apesar do respeito que eu lhe tenho. Somos apenas conhecidos. Todavia, reafirmo: como você se mostrou com vontade de refletir na minha página no Facebook, eu me vi autorizado a aceitar a reflexão. O seu nome está aqui em virtude de seu posicionamento, que é bem-vindo. Sinta-se em casa. Após esta introdução, vamos ao teor!
Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Deus não quer a divisão dos seres humanos, mas muitos seres humanos se sentem donos de Deus e da verdade sobre Deus e sobre a vida. Muitos homens e mulheres já foram perseguidos por quem se dizia agir em nome de Deus, mas eu nunca persegui ninguém. A Igreja Católica Apostólica Romana já jogou seres humanos na fogueira, mas eu nunca me senti com o direito de jogar ninguém no fogo. Eu nunca matei ninguém, mas a Igreja Católica Apostólica Romana já matou muita gente. Eu nunca pratiquei pedofilia, mas a Igreja Católica Apostólica Romana está cheia de pedófilos. Eu nunca me senti com o direito de me considerar o único ser humano no caminho certo, pois eu sei que Deus nos mostra, através de Jesus, muitos meios ou formas para vivermos na prática do bem. Eu nunca tramei nada contra nenhum padre para tirá-lo de uma paróquia. O que eu tenho contra um padre, eu mostro ao público, porque padre é homem público, mas não tenho raiva ou ódio de ninguém, nem ficarei falando sobre a mesma coisa; eu tenho outros assuntos e tenho o que fazer; tenho muitos livros para ler. Já não dou conta de ler todos os meus livros; eles só aumentam, em quantidade e qualidade.
Eu não maquino contra ninguém; não fofoco; não falo mal da vida alheia; não uso uma máscara. Eu me mostro com todos os meus defeitos e qualidades. Eu nunca colaborei para que um padre deixasse a vida sacerdotal. Eu não me escondo. Eu nunca disse nada sobre ninguém que eu não possa dizê-lo em público e ao público. Eu nunca colaborei para que as pessoas entrassem no mundo do álcool, mas a Igreja Católica promove o uso de bebida alcoólica durante os festejos na Paróquia de Pastos Bons. Jesus nunca esteve ligado ao poder dominante, mas a Igreja Católica Apostólica Romana sempre esteve atrelada ao poder dominante. Isso não é contraditório? É! É muito contraditório! O incoerente não sou eu; é a Igreja Católica. Esta impôs um tipo de fé aos verdadeiros donos do Brasil, os indígenas.
A Igreja sempre fez o que Jesus nunca fez e jamais o fará. Jesus pediu que seus discípulos fizessem o anúncio do Reino de Deus e batizassem todas as pessoas (em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo), mas nunca pediu que fizessem imposição de um tipo de fé aos outros seres humanos. Jesus nunca pediu que seus discípulos perseguissem ninguém ou matassem ninguém por causa da fé. De perseguidos (no inicio do cristianismo), os cristãos passaram a ser os perseguidores. Jesus nunca quis isso. Jesus quis e quer uma comunidade de seguidores, mas essa comunidade não se encontra em um só lugar. Não foi Jesus quem criou a Igreja Católica Apostólica Romana. Jesus não colocou um papa em Roma com poder sobre outras pessoas. Jesus pediu que os cristãos fossem e sejam os servos de todos, o sal da Terra e a luz do mundo. Pediu que não procurássemos os primeiros lugares numa assembleia, nem que ficássemos nos exibindo.
Eu não sou melhor nem pior do que ninguém neste mundo. Eu sou apenas um mortal que busca fazer o bem e evitar o mal. Sei que eu erro, pois eu sou um ser humano cheio de defeitos. Somente Deus tem e é a perfeição. É a minha imperfeição que me leva a refletir a respeito do que vou fazer e do que já fiz. É essa imperfeição que me leva a não me considerar melhor nem pior do que ninguém. É essa imperfeição que me leva a estar em busca do aperfeiçoamento próprio. Sou um ser humano feliz!
Eu não sei se serei salvo, pois eu não conheço o que Deus pensa a meu respeito. Se eu pudesse, eu falaria com Deus, mas não posso. Eu não me considero perfeito, mas um homem em contínuo aperfeiçoamento. Eu mudo muitos traços em mim, mas eu não mudo o meu caráter, a minha essência. Na verdade, os meus pais me deram um bom caráter. Eu sei apresentar razões de tudo o que eu faço e digo. Se eu ofender realmente alguém, eu desejo ser denunciado. Mas eu quero que prove com argumentos onde e quando eu ofendi alguém. O que eu faço é exercer o direito de crítica de uma instituição que se considera a dona da verdade, como se a verdade tivesse algum dono; como se a verdade se deixasse aprisionar por alguém. Eu não sou superior nem inferior a ninguém.
Está na hora de muitos católicos pensarem seriamente sobre sua prática. Está na hora de os seres humanos começarem a se amar mais. Eu nunca critico uma pessoa na sua vida privada, pois eu não tenho esse direito e jamais quero tê-lo. Eu só critico aqueles que pregam uma coisa, e vivem outra. Eu não sou perfeito. Eu também erro, mas procuro viver de acordo com o que eu falo e escrevo. Deus não deixou nenhuma religião institucionalizada. Jesus não deixou uma igreja chamada católica. Ele deixou um grupo de seguidores. Jesus não deixou nenhum papa. Jesus criou a Eucaristia, mas não criou os ritos da Igreja Católica. Jesus não disse que haveria um lugar específico para orar. Ele disse que os verdadeiros adoradores de Deus o adorarão em espírito e verdade, porque Deus é Espírito, e é assim que Deus quer ser adorado. Deus é Deus de todos os homens e de todas as mulheres, e não apenas de alguns privilegiados.
Se você quiser argumentar contra mim ou contra o que está supracitado, fique à vontade! Se eu ofendi alguém, prove! Mas não fique "jogando palavras ao vento". Se você deseja mostrar algum defeito meu, mostre-o ao público. Eu sei que tenho muitos defeitos. Eu não me escondo. Eu me mostro tal qual eu sou: com defeitos e qualidades. Eu não coloco uma máscara em mim. Se você souber de alguma coisa sobre mim que seja contrária ao caráter que eu mostro ao público, fique à vontade para revelar a todos os meus leitores e/ou amigos. Você pode mostrar sobre mim o que as pessoas não sabem. Quem se expõe na internet não tem o direito de evitar que as pessoas lhe critiquem. Fique à vontade para me criticar! Fique à vontade para mostrar ao mundo que eu não sou a pessoa que eu digo ser. Mostre a minha farsa, se eu tiver alguma, mas não fique insinuando o que você não pode ou não consegue mostrar a meu respeito.
Muitos homens e mulheres católicos já deram sua vida em defesa de muitos seres humanos. Muitos bons católicos foram perseguidos por outros católicos. Muitos padres fizeram e fazem um grande bem a toda a humanidade. Eu não sou cego e nem quero sê-lo. O que eu busco não é me opor a alguém ou a algo; o que eu busco é a verdade. Se eu me oponho às atitudes de alguém em certos momentos, não é a esse alguém que eu me oponho; é apenas a minha forma de atuar em busca da verdade nesses momentos. Eu não quero ser e jamais serei um opositor mesquinho de quem quer que seja. Eu não me oponho a pessoas; eu me oponho à mentira, à falsidade, ao preconceito; ao sentimento de superioridade.
Eu conheço muitas pessoas verdadeiramente humanas na Igreja Católica. Quase todos os meus amigos são católicos. As minhas críticas não chegam aos meus amigos padres, nem a quaisquer outras pessoas católicas. As minhas críticas são contra postura, atitude, assim como você tem o direito de se opor a mim ou ao que eu digo. Como diz a Igreja Católica, uma das igrejas de Cristo (seguindo o que Cristo pede), devemos condenar o pecado, mas abraçar o pecador. Eu, também, sou pecador, mas desejo que a minha vida seja um constante aprendizado.
Fique à vontade para me criticar. As críticas são importantes e serão bem-vindas. Se eu tiver algo reprovável, você pode se sentir à vontade para mostrar a todos esse meu defeito. Será uma forma de me ajudar a me corrigir, se eu estiver errado nas minhas análises e reflexões. Muitas pessoas erram porque não se dão a oportunidade de reconhecer que poderão estar erradas. Muitas pessoas já cometeram atrocidades porque nunca se permitiram o exercício da dúvida sobre o que estavam fazendo. Talvez eu esteja errado, e você esteja certa. Talvez eu esteja certo, e você esteja errada. Talvez nenhum de nós esteja certo. Talvez ambos estejamos certos. Como você vê, eu gosto de exercitar a razão. Eu gosto de me analisar. Eu procuro conhecer a mim mesmo.
Fico muito grato a você. Digo isso sem ironia e sem falsidade. Em mim não há lugar para o exercício da falsidade. Por que lhe sou grato? Porque você me critica. Isso me leva a pensar sobre mim e sobre você. Suas críticas me levam ao autoexame e ao exame de você mesma. Eu lhe sou grato porque você me dá a possibilidade de crescer com suas críticas. O que você me diz é importante para as minhas reflexões e para a minha vida. Suas críticas me levam a reconhecer (mais uma vez) que os seres humanos são diferentes; que não pensamos do mesmo jeito; que Deus nos fez diferentes e belos como somos.
Deus mora em cada um de nós. O Espírito Santo mora em nós. Não me considere um inimigo. Eu não me faço inimigo de ninguém. Eu sou capaz de conversar com todas as pessoas que eu já critiquei e capaz de abraçá-las sem hipocrisia e por amor. Eu discordo de muita gente, mas eu amo todas as pessoas deste mundo. Somos todos filhos do mesmo Pai. Sim! Se somos todos filhos de Deus – eu acredito que sim – é claro que somos todos irmãos. Não importa a nossa maneira de adorar a Deus. O importante é adorar a Deus conforme o nosso jeito de ser, se esse jeito não prejudicar ninguém, nem a nós mesmos, e se praticarmos o que Deus quer que pratiquemos.
Que Deus nos oriente sempre! Que nos deixemos orientar por Ele. Sigamos os passos de Jesus. Jesus é manso e humilde de coração, mas Ele também agiu com rigor em muitos momentos, e permanece agindo rigorosamente, com ternura e amor.
Um forte abraço cordial!