O Medo e a Ousadia

Medo e ousadia inicialmente podem apresentar-se como coisas antagônicas e incompatíveis, sendo que uma nega a outra e aparentemente, uma pessoa que tem medo não ousa devido a este medo, ou se ela é ousada é por que não tem medo, ou pelo menos já o superou. No entanto após uma análise mais profunda, chega-se à conclusão de que medo e ousadia são “forças” perfeitamente complementares.

Segundo o Dicionário Melhoramentos, “Medo” pode ser definido como: perturbação resultante da idéia de um perigo real ou aparente; apreensão; receio de ofender, de causar algum mal, de ser desagradável.

No mesmo dicionário, encontramos “Ousadia” definida como: qualidade do ousado, coragem, galhardia; arrojo, atrevimento, audácia; e ainda “Ousar” : atrever-se a; decidir-se a; empreender.

Fica evidente pelas definições acima que enquanto medo está relacionado a sentimento: perturbação, apreensão, receio etc., ousadia está relacionada a ação: arrojo, atrevimento, etc. Deste modo pode-se afirmar que a melhor forma de se superar o sentimento de medo é pondo-se em ação, uma vez que sem a ação nunca há a superação, mesmo que seja do medo.

Sem aumentar e aprimorar os treinamentos o atleta não é capaz de superar marcas, sem trabalhar mais o trabalhador não é capaz de superar os seus ganhos, sem estudar mais o estudante não é capaz de superar os seus concorrentes num vestibular e do mesmo modo, sem ousar uma pessoa não é capaz de superar o seu medo, ou melhor, os seus medos.

Pelas mesmas definições pode-se concluir que medo e ousadia se completam pois, enquanto o primeiro nos determina os limites, o outro nos faz superar estes limites, ou ainda, enquanto a ousadia nos faz sempre mais atrevidos, o medo não nos deixa ser irresponsáveis.

“A ousadia faz o homem se sentir vivo. O medo o ajuda a permanecer vivo!”

Deste modo, ambos são igualmente importantes para todas as pessoas, desde que em perfeito equilíbrio. Tão nocivo quanto ser dominado pelo medo e não viver é ser dominado pela ousadia e pelo excesso desta, morrer.

Muitos são os casos de glória e de fracasso que encontramos na história da humanidade que podem ser usados para ilustrar ambas as situações e por esta razão, a busca do equilíbrio entre estas duas forças são a melhor resposta para que as pessoas, as empresas e a sociedade se desenvolvam sem serem vítimas deste seu próprio desenvolvimento.

A melhor forma de superar a apreensão é com arrojo; para superar o receio, a fórmula certa pode ser o atrevimento. Certamente não é fácil de se encontrar o ponto de equilíbrio destas forças porém sem um primeiro passo, uma primeira ação nada muda, mesmo que esta primeira ação seja simplesmente uma decisão, pois para quem vive no medo, uma decisão pode ser a mais difícil ação a ser tomada, o maior ato de ousadia possível. E assim, com a prática ousadia, dia após dia, certamente o medo dará lugar ao atrevimento, ao arrojo, ao empreendedorismo, enfim, a uma nova vida, pois como dizia um dos melhores presidentes norte-americanos, Theodore Roosevelt:

“É melhor ousar coisas difíceis e conquistar triunfos grandiosos, embora ameaçados de fracasso, do que se alinhar com espíritos medíocres que nem desfrutam muito nem sofrem muito, por que vivem em uma penumbra cinzenta onde não se conhece nem vitória nem derrota.”

Belmiro Barrella Jr
Enviado por Belmiro Barrella Jr em 11/06/2007
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