A BREVIDADE DA VIDA

Morreu um homem inteligente e culto, formado em Filosofia e Jornalismo. Ator, diretor de teatro e apresentador de programa de televisão. A sua obra, porém, permanece. Morreu Antônio Abujamra.

A vida na Terra não é permanente. Não sabemos até quando viveremos. Estamos aqui de passagem. Não viemos para ficar. Não somos imortais. Enquanto temos a oportunidade de viver, é importante vivermos bem: buscar a prática do bem; evitar a prática do mal; viver no amor, com amor e para o amor. Afinal, sem amor a vida se torna insípida.

Não podemos saber se nossos planos serão realizados, pois não sabemos a hora da nossa partida definitiva. Por que perder tempo com aquilo que não nos faz bem, nem faz bem ao próximo? Por que alimentar em nós o que não nos enriquece como seres humanos? Por que fugir de nós mesmos, se o que queremos é bom? Se o que sentimos é bom? Por que mentir para nós mesmos? Por que fingir que não amamos o que amamos e que queremos o que não queremos? Por que temos medo de ser quem somos? Por que o medo de aceitar o que mais desejamos? Por que complicar a vida? A vida não é complicada; somos nós que a complicamos. Não sabemos até quando teremos a oportunidade de estar com quem amamos; de abraçar quem queremos abraçar; de beijar quem queremos beijar; de acariciar quem queremos acariciar; de amar quem amamos. Não adiemos a oportunidade de ser autênticos com nós mesmos. Não reprimamos os nossos sentimentos, os nossos anseios mais profundos, se esses anseios e sentimentos são bons e dignos de admiração e de espaço na nossa vida.

Os cemitérios são os lugares onde se encontram os tesouros nunca mostrados e nunca desfrutados. É nos cemitérios que se encontram mundos que nunca se permitiram a oportunidade de serem conhecidos.

Muitos vivem querendo se iludir. Muitos vivem perdendo tempo. Outros vivem desesperados, correndo, buscando o secundário. Não nos esqueçamos do essencial. O que é essencial está dentro de nós, querendo se manifestar e ganhar espaço na nossa vida. Abracemos o essencial. O essencial não pode ser visto pelos olhos, mas apenas sentido e vivido. É isso o que eu penso quando penso sobre a brevidade da vida e quando sei sobre a morte de alguém.

Obs.: Não sei se isso é ensaio. Toda classificação é limitante.

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 28/04/2015
Reeditado em 28/04/2015
Código do texto: T5223622
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