Sobre a poluição luminosa

O esbanjamento de energia causa vários problemas: aumenta os gastos, contribui para o aquecimento global, e aumenta a queima de combustíveis fósseis (a pior forma de produção de energia).

Um modo pouco notado de esbanjamento de energia consiste no vazamento da luminosidade urbana para o céu. Observado à noite, o planeta se mostra pintalgado de luzes. A energia que ocasiona esse efeito deve ser considerada um vazamento análogo à água brotando de um encanamento furado.

Além dos custos com o desperdício, essa forma de poluição luminosa esmaece a visão das estrelas (espetáculo belíssimo, embora desconhecido de muitos devido, exatamente, a esse fenômeno) e gera problemas ecológicos graves, como a desorientação dos insetos, atraídos pela luz, durante seus ciclos reprodutivos (impossível avaliar as consequências ecológicas de ação tão impactante).

Uma parcela dessa iluminação provém da reflexão da iluminação em seus alvos (nas calçadas, ruas, etc.), outra parte, provavelmente a maior, decorre de vazamento direto; parte da luminosidade gerada iumina o céu, diretamente.

A correção desse tipo de vazamento é bastante simples, consiste em proteger as lâmpadas com cúpulas refletoras que direcionem a luz para seus alvos e impeçam o vazamento para o céu. Tal proteção teria efeito equivalente ao da eliminação de vazamentos de água em tubulações, reduzindo custos, aumentando a eficiência do sistema e diminuindo a poluição luminosa resultante, junto com suas consequências ecológicas e estéticas. Simples e eficiente.