Uri Geller
Nos meados dos anos setenta Uri Geller andou por nosso Brasil e nos passou algum truque. Um deles consistia em levantar uma pessoa assentada numa cadeira ou tamburete só com as pontas dos indicadores e médios enfiadas - por quatro pessoas - nas axilas e sob os joelhos.
O truque requeria circundar-se a cabeça do objeto do experimento pelas quatro pessoas, inicialmente com as mãos estendidas num formato de coroa, sem contudo que essas oito mãos se tocassem, seguindo-se a disposição dessas mãos empilhadas - sem também se tocarem - sob o cucuruto do indigitado, mais uma breve invocação uníssona dos quatro circundantes e, dedos à obra, harmoniosamente.
E era tiro - sem queda - desde que, bom que se frisasse e se fizesse, o abaixamento imediato do levantado, cujo soerguimento não deveria passar de um segundo, ou fração. E funcionava.
Com três jovens amigos, chegamos a erigir pessoas de até mais de oitenta quilos - por reiteradas vezes, obedecido o ritual supra-descrito. E sem acidentes.
Não continuamos com nossa marcha, contudo. A coisa, de fácil e certa que era, ficou banal.
Garfos ou colheres contudo, não chegamos a operar. Foi minha mana Bebel que, relutantemente, se enveredou por esse sendeiro. Até exterminar duas seções completas de faqueiros nossos. Um prejuízo, e dos grossos.
Inda bem que Uri não voltou para reivindicar royalties. Ou para doutrinações mais danosas.