Ensaios #017: MEMÓRIAS & MEMÓRIAS
[Um ponto de vista laico)
Desde pequeno, devido a um acidente aos 18 meses, ao cair dos braços de sua babá, Amin Peterson teve seu septo nasal e a base orbital inferior interna do occipital direto fraturados. Com medo de ser ralhada, a babá põe-no imediatamente a dormir. Ao despertar, o menino apresentava o olho direito totalmente retraído para o canto esquerdo.
O garoto cresce de forma saudável, apesar de forte estrabismo que, através de exercícios estimuladores, conseguiu corrigir 90% do desvio focal. Mas ao longo de seu desenvolvimento, notou-se uma intrigante falha de memória. Na fase estudantil, contrário ao que foi dito, apresenta uma memória fotográfica auditiva, capaz de repetir sequenciadamente tudo o que é dito em sala de aula. Não raras vezes, seus colegas vêm estudar em sua casa com ele. Isso ajuda ao jovem sedimentar e memorizar os conhecimentos adquiridos pelas sucessivas repetições para cerca de quinze colegas.
Mas seus lapsos de memória recente chegam a ser hilários. Muito comum sua mãe lhe pedir para comprar algo urgente na mercearia para preparar o almoço e Amin tomar outro rumo no primeiro contato de colegas ou amigos o convidando para conhecer sua nova coleção de livros ou revistas em quadrinhos. De volta pra casa, já ao cair da tarde, sua mãe pergunta: _ “Cadê as compras que mandei você fazer para o almoço?” _ Ao que o guri, batendo na testa com a palma da mão, responde: _ “Eita, Mamãe! Foi mal! Esqueci.” E assim, cresce o jovem sempre a experimentar lapsos e mais lapsos de memória. O que mais intriga é ter memória para uma coisa e para outras não.
Cansado de tantas decepções por tantos e tantos eventos de traços de amnésia, procura ajuda médica. Toma Phosposol®, ótimo pra memória (ora não mais fabricado) e o mais que lhe receitam, sem resultado positivo. Enfim, descobre algo que o ajuda temporariamente. Um livro de autoajuda COMO OBTER UMA MEMÓRIA SUPER PODEROSA de Harry Lorayne. O jovem Peterson devora o livro em dois tempos. Aplicando o livro de ensinamento eficaz, logo o rapaz faz prodígio com sua memória, agora superpoderosa. De forma seletiva, ele consegue memorizar tudo o que deseja. É incrível! Realmente o moço consegue despertar curiosidade em todos os que a ele se relacionam, quer parentes, amigos ou quem quer que seja. Seria de outra pessoa, ou é do Amin Peterson de quem falamos? Calma! É sobre ele mesmo que versa este ensaio.
Um outro problema crônico e desconhecido, vai crescendo em doses homeopáticas e nos últimos tempos, se acelera de forma assustadora. Amim Nésius, como jocosamente seus parentes o chamam, passa a ter lapsos de consciência, e frequentes apagões até sofrer três graves acidentes de trânsito. Um insaciável sono o expõe a situações vexatórias, pois já adormeceu nas mais diversas situações. Até dormiu em pé em fila de banco, para se ter ideia da gravidade do seu problema. Nesse momento, procura ajuda profissional.
Indo ao médico de plantão da empresa, este o manda procurar um psiquiatra, pois o seu caso é característico de 'pscicodepressão'. Contestando o tal médico, este responde asperamente: _ “Não de conteste! Você é psicodepressivo e pronto! Vá procurar o especialista nessa área!”
Irado saiu dali e foi se consultar com um psiconeurologista. Nada encontrado que corroborasse com o chute médico. Apenas o jovem passa por uma profundo esgotamento físico. É-lhe receitado medicação tarja preta. Mas o moço não segue tomando os remédios pois os mesmos lhe causam constrangimento devido língua trôpega e confusão de entendimento por parte dos interlocutores. Assim, Amin segue sua peregrinação em busca de solução pró seu problema. Nenhum médico chega a um diagnóstico concreto.
Por acaso, ouvindo falar de apneia obstrutiva do sono, consulta o Dr. Google e, para sua surpresa, vendo os sintomas dessa síndrome, suspeita estar com a tal. Procurando um Otorrino, expondo suas pesquisas, conclui o médico que provavelmente é esse o seu problema. Submetido aos testes solicitados pelo especialista, ele descobre que nunca dormira efetivamente, mas alinhavava o sono até culminar com problemas sérios de memória.
Correndo atrás do prejuízo, procura entender melhor o funcionamento da memória e sua eficácia. Descobre que não temos apenas uma memória, mas várias memórias, cada uma com função específica. Entretanto, para que funcionem bem, há que dormir um sono efetivo em todas as suas quatro fases, principalmente a última, na qual é processada da memória volátil (temporária) para as devidas facções mnemônicas. Seu sonho efetivo, não ocorre o processamento das lembranças do quotidiano. Isso leva à locupletação dessa memória e perda de informações mais antigas dando lugar às mais recentes.
Os artifícios de memorização, funcionam como um atalho do processo natural e o abuso desses métodos pode causa sérios danos ao sistema de memorização. Foi o que ocorreu com o Amin. Super utilizou tanto as memórias criativas, lógicas ao ponto de, por estresse de sinapses mecânicas, tem sua memória temporária como que engessada, sobrando pouco espaço a abrigar no máximo três tarefas ou algo a memorizar por vez. O que passar disso, a informação mais antiga, dá lugar recente à mais recente, ou numa seleção intuitiva, deleta a informação menos prioritária.
Então, pergunta-se: _ “Com todos esses negativos de memória, como o Amin consegue lembrar de tantas coisas ocorridas ao longo de sua vivência? Parece até uma enciclopédia ambulante.
A resposta se encontra no fato de, na época das ocorrências, seu sistema de memorização ainda não estava saturado. Por isso, quanto mais antiga, mais indeléveis são suas lembranças. Em seus escarafunchos, descobre outros tipos de memória. Memória sensorial, auditiva, visual, de tacto, gustativa e olfativa. Ainda encontrou memórias: genética, visceral, orgânica e celular.
Há memórias imperceptíveis pertencentes aos sistemas simpático e parassimpático nas quais se encontram os' firmwears' responsáveis por nossas funções básicas e ocorrem de forma involuntária. Nestes se encontram um ultra mega programa que monitora todas nossas funções vitais que nos mantêm vivos, com saúde. Nossas autodefesas, instinto de sobrevivência etc. são partes dessa programação e muitas vezes nem nos damos conta disso.
No campo de linguística, a memória se divide em auditiva, fonada, grafada, legível e mímica. Quando se trata de língua não materna, cada língua adicional tem reservatório próprio de memória. As línguas não se misturam
Há um artigo muito interessante que muito nos chama a atenção.
"Paul Pearsall, médico americano, neuroimunologista,
motivado por relatos de transplantados, com mais de
20 anos de carreira, íntimo de famosos hospitais e
institutos americanos, ele criou uma teoria para explicar
tais fenômenos. Desafiando os cânones da ciência
estabelecida, lançou um livro sugerindo que as células têm
memória, que o coração pode pensar e tomar decisões
independentemente do cérebro e que uma energia sutil,
por ele denominada "energia V", flui por todo o corpo e
nos liga a tudo no universo. "O coração tem codificado
um sutil conhecimento ligando-nos a tudo (...) É um
órgão sensitivo, pensante, comunicador." Classificou
essa energia, sem muita modéstia, como a "quinta força"
do universo, ao lado das quatro grandes forças da física -
gravidade, eletromagnetismo, a força fraca e a força forte.!
[Fonte: http://galileu.globo.com/edic/102/con_transp1.htm]
Paul Pearsall, médico americano, neuroimunologista, motivado por relatos de transplantados, com mais de 20 anos de carreira, íntimo de famosos hospitais e institutos americanos, ele criou uma teoria para explicar tais fenômenos. Desafiando os cânones da ciência estabelecida, lançou um livro sugerindo que as células têm memória, que o coração pode pensar e tomar decisões independentemente do cérebro e que uma energia sutil, por ele denominada "energia V", flui por todo o corpo e nos liga a tudo no universo. "O coração tem codificado um sutil conhecimento ligando-nos a tudo (...) É um órgão sensitivo, pensante, comunicador." Classificou essa energia, sem muita modéstia, como a "quinta força" do universo, ao lado das quatro grandes forças da física - gravidade, eletromagnetismo, a força fraca e a força forte.!
[Fonte: http://galileu.globo.com/edic/102/con_transp1.htm]
Daí nos vem um pensamento antigo que o coração abriga certos sentimentos bons ou não. Vem à lembrança um verbo que muito usamos na fase escolar – decorar. Etimologicamente, decorar, vem da expressão latina 'de cor' + 'ar' e significa exatamente 'guardar no coração'. 'De cor' significa, de coração', ou seja, 'guardar no coração' – 'cor' ou 'coris' = coração'.
Com essas informações, chega-se à conclusão que os sentimentos que mexem com o coração, não são sentidos apenas no cérebro, mas principalmente no coração, a verdadeira sede do nosso sentimento, visto este órgão apresentar certa autonomia em relação ao cérebro.