Porque qui-lo só, fi-lo, filó
Eram cinco os componentes daquele que se rotulava como o Super DDT: Clordana, Piretro, Rotenona, DDT e Tiocinatos. Um dream-team no combate à praga do pernilongo.
Além do mais, toda casa que se prezasse tinha que ter aquela bombinha de lata para a eficiente aspersão do Detefon, outro produto reivindicava acertar na mosca, e no mosquito - e vai ver até que, fazendo ainda mais bonito, patenteou aquele aspersor devastador.
Crianças adoravam brincar com o dito artefato, mas a sua manipulação era monitorada pelos adultos com o maior cuidado. Se guri se intoxica por qualquer brinquedo, imagine o medo quando a coisa em si tóxica já é, pra chuchu e pra xixi.
Os mosquitos, aqueles desaforados, é que não estavam nem ali: atacavam na surdina, e principalmente, quando a noite caía - ou o sono nos abatia. Mas como dormir, todavia? Ah, que sofrimento, picaduras do tormento. E de saber bem mais tarde, quando só a lembrança é que ardem que só a fêmea é que era nossa algoz, a dor, o dor, se torna
mais atroz. Ou será algoza, que nos goza?
Mas ali no turbilhão do sono roubado é que se punha a matutar: Esses
componentes, tão potentes nada podem contra esses insolentes? E juntos, na força da união, Clordana, DDT, Piretro, Rotenona e Tiocinatos, elípticos, feito os nossos polípticos, resposta direta não davam não. Se já eram marca registrada pra que dar satisfação à cambada? Até que alguma inteligência superior teve dó - e inventou a rede de filó.