Consequências de uma grande guerra
A economia americana está sendo superada pela chinesa. Os chineses não aceitarão mais a imposição de regras pelos antigos donos do poder, proporão, eles mesmos, novas regras para o jogo econômico. Insatisfeitos, os poderosos do passado se insurgirão contra as mudanças, o conflito armado é iminente.
Os acontecimentos posteriores são imprevisíveis. Podemos, no entanto, tentar descortinar alguns cenários possíveis, por exemplo, uma guerra longa que se arraste indefinidamente resultará, muito provavelmente, na vitória chinesa, devido ao crescimento de sua economia, e ao aprendizado de defesa subsequente aos primeiros ataques, a surpresa tende a favorecer, inicialmente aos EUA.
O melhor cenário possível para os americanos decorreria de um ataque nuclear inicial arrasador definindo a vitória já no primeiro momento, após a destruição das principais cidades chinesas. Para os chineses seria uma lástima absurda, centenas de milhões de mortos, feridos, e inúmeras cidades completamente arrasadas.
Após um ataque nuclear generalizado espera-se a ocorrência de um fenômeno chamado inverno nuclear, que consiste no escurecimento dos céus devido à poeira levantada pelas poderosíssimas bombas. Difícil prever a intensidade e a duração do fenômeno, que impediria a chegada da luz e esfriaria todo o planeta, causando enormes danos às colheitas, o que resultaria em fome ao redor do mundo, inúmeras mortes e convulsões sociais generalizadas.
Um outro problema muito mais sutil ameaçaria os americanos. Um ataque quase certamente causaria o revide chinês. O ataque avassalador talvez impedisse essa reação. Mesmo assim, o receio do revide aconteceria. Tal apreensão geraria um grande êxodo. Muitos americanos, especialmente os mais ricos, deixariam o país para fugir do provável contra-ataque.
De imediato, a economia americana sofreria um enorme baque com a saída do país de seus milionários, transpondo para outros pontos do planeta seu consumo gigantesco.
A lacuna causada pela ausência dos ricos encolheria a economia americana causando desemprego e insatisfação adicional em um momento crítico, quando a falta de alimentos se tornaria uma ameaça.
Aportados em outros países, muitos desses milionários continuariam fazendo o que sempre fizeram, abrindo negócios análogos aos seus anteriores; competiriam assim, fundamentalmente, com outros americanos, roubando deles seus negócios.
Aumentaria nos EUA o temor quanto à segurança, aumentando gastos, reduzindo a competitividade de produtos. A depressão impediria o retorno dos milionários.
Assim, mesmo a mais convincente vitória do atacante acabaria resultando em derrota. É o que nos propicia alguma esperança. (Ressaltando ainda que, muito provavelmente, a consequência secundária mais brutal da guerra seja, muito provavelmente, o inverno nuclear, de dimensões imprevisíveis, mas capaz de gerar o caos, a fome, e intensa mortandade por todo o planeta).