QUANDO SE AMA E SE BUSCA A VERDADE

Lendo a obra O BADEJO, de Artur Azevedo, eu encontrei uma excelente análise social. Eis alguns versos que mostram essa análise: “... Pelas impressões primeiras/ Incompletas e ligeiras/ Jamais levar nos deixemos.../ Pois nesta coisa medonha/ Que se chama sociedade/ Ninguém sai da intimidade/ Sem que uma máscara ponha... Uns cobrem parte da cara/ E os outros a cara inteira”. Penso que essas palavras dispensam comentários, de tão claras que são. Porém, nada se teme quando se ama e se busca a verdade, nem a revelação dos próprios defeitos ou falhas, pois a verdade é o alvo para o qual se caminha; e quando se caminha em direção à verdade, a caminhada é segura e nada se perderá.

O amante da verdade não se esconde, nem tem medo de se mostrar, pois a verdade, ainda que demore, um dia ela se mostrará e derrubará a mentira, o falso.

Portanto, não se deve temer quem ama e busca a verdade, a não ser que se tenha medo dela e se queira viver na mentira ou falsidade.

Deve-se temer quem busca se esconder, pois quem se esconde tem medo de se mostrar tal como é; e tendo medo de se mostrar, tem medo de que os outros vejam algo que tenta esconder; e se tenta esconder algo, certamente é porque o que se esconde não é digno de credibilidade, nem é belo ou bom; portanto, não deseja mostrar. Sendo assim, devemos ter muito cuidado com aqueles que não se mostram e desejam se esconder.

Somente a verdade tem o poder de nos tornar felizes. Só a verdade fortalece o homem. Só a verdade possibilita aos seres humanos o encontro com seus anseios mais profundos e verdadeiros. Só a verdade pode nos libertar; nada mais. Só a verdade nos faz sentir seguros e confiantes na nossa caminhada.

Quando alguém ama e busca a verdade, até ele mesmo se torna objeto de seus questionamentos e de suas críticas, fazendo, pois, a rara e necessária autocrítica. É por isso que eu não paro de questionar a mim mesmo e não paro de me amar. O que Sócrates dizia aos atenienses, eu digo a mim mesmo: “Conhece-te a ti mesmo”.

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