Entre Max Weber e Arjuna
Não raras vezes, percebemos, assim como descrito por Max Weber, alguns a utilizar a ética da responsabilidade em campos alheios à política, se é que existe. Como o pensador florentino, agindo, em algumas vezes, de modo sorrateiro, como uma raposa, outras, de maneira feroz, assimilando-se a um leão, prevalecendo-se da máxima, “os fins justificam os meios”. No entanto, assim como na parábola do fariseu e do cobrador de impostos, insistem em bater no peito e gritar, “Deus, eu te agradeço por não ser como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros, nem mesmo este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho”.
“Pai, perdoa-lhes, por que não sabem o que fazem.”
Um dos principais ensinamentos de Sirdarta Gautama e Sócrates é a questão do “conhece-te a ti mesmo”... é necessário o prévio entendimento das motivações internas a fim de compreender as consequências das ações individuais, de forma sistêmica, para com a sociedade. Talvez, depois dessa reflexão, a imagem que tenha de si não seja tão perfeita quanto à refletida no espelho.
Somos, alguns que possuem consciência de sua condição, como o guerreiro Arjuna, um ser humano em sua constante luta contra a “vaidade”, e as paixões desenfreadas...
Por vezes, as idealizações tendem a ser, apenas, engrandecimento do ego “camufladas” com argumentos retóricos. Robespierre, como bom exemplo, um dos principais protagonistas da Revolução Francesa, assassinou mais pessoas em um curto espaço de tempo que o rei que o antecedeu.
Assim como uma fruta não tem um sabor intrínseco, e sim, a depender das substâncias que a compõe e o organismo de quem a digere, um texto é para o leitor.