Óperas, guia para iniciantes
Madame Butterfly - Resenhas
Madame Butterfly - Resenhas
Para Lygia Pompeia Villela, que me apresentou à Mme. Butterfly e
para Adriane Lima - a Adria Poeta, que me ensinou a ver os poemas que existem nas "asas da borboleta".
Autoria:
Autoria – Giacomo Puccini
Libreto – a Luiggi Illiaca e Giuseppe Giacosa
Libreto – a Luiggi Illiaca e Giuseppe Giacosa
Personagens:
Madame Butterfly – Cio Cio San – protagonista.
Suzuki – fiel camareira de Cio Cio San
Capitão Pinkerton – estadunidense, Capitão na marinha americana e marido de Cio Cio San.
Sharpless – cônsul dos Estados Unidos da América e amigo de Pinkerton.
Príncipe Yamadori – nobre pretendente de Cio Cio San.
Goro – Corretor de Casamentos.
Bonzo (Sacerdote) – tio de Cio Cio San.
Suzuki – fiel camareira de Cio Cio San
Capitão Pinkerton – estadunidense, Capitão na marinha americana e marido de Cio Cio San.
Sharpless – cônsul dos Estados Unidos da América e amigo de Pinkerton.
Príncipe Yamadori – nobre pretendente de Cio Cio San.
Goro – Corretor de Casamentos.
Bonzo (Sacerdote) – tio de Cio Cio San.
Época e local:
Nagasaki, Japão, século XIX.
Enredo:
O primeiro ato é ambientado em um típico jardim japonês. Ao fundo, avista-se a pequena casa que Goro, o “corretor de casamentos”, está mostrando ao capitão da marinha estadunidense, Benjamim Franklin Pinkerton.
Porém, o objeto da negociação não se resume ao imóvel, abrangendo, também, uma noiva; a pequena, graciosa e delicada Senhorita Cio Cio San.
Além de tecer os elogios de praxe à mesma, Goro conta que ela receberá a visita de vinte e quatro familiares para a cerimônia das bodas e apresenta os três criados da casa e a fiel camareira chamada Suzuki.
Em seguida surge em cena, o cônsul dos Estados Unidos da América, Mister Sharpless, a quem o capitão Pinkerton conta, em tom de pilheria, sobre “os negócios” que está ultimando. Zombeteiro, ele diz que alugará casa e a noiva (sic) por novecentos e noventa e nove anos, podendo desfazer-se de ambas quando lhe for conveniente.
O cônsul ressente-se da frieza do amigo e se mostra preocupado com os sentimentos da noiva, mas o capitão não lhe acompanha na preocupação e se limita a levantar um brinde “à grandeza dos EUA”.
Nesse momento, Goro anuncia a chegada da família da noiva e após alguns instantes surge a própria Cio Cio San, que é a imagem da pura inocência e felicidade.
A cerimônia acontece segundo os ritos tradicionais e a sua exótica beleza é muito valorizada pelo esplendor da música composta por Puccini.
Durante a festa, os noivos trocam palavras amorosas nos raros instantes em que conseguem alguma privacidade e a jovem noiva conta ao marido ser filha de uma família outrora poderosa, mas que atualmente vive em extrema pobreza, desassistida após a morte do pai, por provável suicídio. Também conta, para espanto do esposo, ter apenas quinze anos de idade e demonstrando a ingenuidade típica dessa faixa etária, pergunta-lhe se ele deixará que ela traga alguns objetos que lhes são caros: um lenço, um espelho e um estojo onde fica o punhal (dado pelo próprio Imperador) que herdou do pai e que foi, provavelmente, a arma que ele utilizou para abandonar a vida.
Pinkerton, enternecido, consente e a festa prossegue alegremente até que adentra em cena um Sacerdote (Bozo) que é tio da noiva, a quem amaldiçoa acusando-a de ter abandonado os ancestrais deuses japoneses, desde que passou a frequentar a Missão Cristã e que se decidiu a casar-se com um ocidental. Os familiares de Cio Cio San também se revoltam contra ela e se retiram furiosos.
Ante a tristeza que toma conta da jovem, o marido busca lhe consolar e nesse ínterim a noite chega. Ela, então, troca o quimono cerimonial pelo quimono branco que significa sua entrega total à sua nova vida.
Apaixonados, ambos passeiam pelo jardim e é, então, que Pinkerton a chama pela primeira vez de “Butterfly” em razão de sua delicada leveza e graça. Em resposta, ela confessa que embora não tivesse antes a intenção de se casar com um estrangeiro, está sendo muito feliz ao lado dele.
O dueto “Notte Sereno” encerra o ato.
Porém, o objeto da negociação não se resume ao imóvel, abrangendo, também, uma noiva; a pequena, graciosa e delicada Senhorita Cio Cio San.
Além de tecer os elogios de praxe à mesma, Goro conta que ela receberá a visita de vinte e quatro familiares para a cerimônia das bodas e apresenta os três criados da casa e a fiel camareira chamada Suzuki.
Em seguida surge em cena, o cônsul dos Estados Unidos da América, Mister Sharpless, a quem o capitão Pinkerton conta, em tom de pilheria, sobre “os negócios” que está ultimando. Zombeteiro, ele diz que alugará casa e a noiva (sic) por novecentos e noventa e nove anos, podendo desfazer-se de ambas quando lhe for conveniente.
O cônsul ressente-se da frieza do amigo e se mostra preocupado com os sentimentos da noiva, mas o capitão não lhe acompanha na preocupação e se limita a levantar um brinde “à grandeza dos EUA”.
Nesse momento, Goro anuncia a chegada da família da noiva e após alguns instantes surge a própria Cio Cio San, que é a imagem da pura inocência e felicidade.
A cerimônia acontece segundo os ritos tradicionais e a sua exótica beleza é muito valorizada pelo esplendor da música composta por Puccini.
Durante a festa, os noivos trocam palavras amorosas nos raros instantes em que conseguem alguma privacidade e a jovem noiva conta ao marido ser filha de uma família outrora poderosa, mas que atualmente vive em extrema pobreza, desassistida após a morte do pai, por provável suicídio. Também conta, para espanto do esposo, ter apenas quinze anos de idade e demonstrando a ingenuidade típica dessa faixa etária, pergunta-lhe se ele deixará que ela traga alguns objetos que lhes são caros: um lenço, um espelho e um estojo onde fica o punhal (dado pelo próprio Imperador) que herdou do pai e que foi, provavelmente, a arma que ele utilizou para abandonar a vida.
Pinkerton, enternecido, consente e a festa prossegue alegremente até que adentra em cena um Sacerdote (Bozo) que é tio da noiva, a quem amaldiçoa acusando-a de ter abandonado os ancestrais deuses japoneses, desde que passou a frequentar a Missão Cristã e que se decidiu a casar-se com um ocidental. Os familiares de Cio Cio San também se revoltam contra ela e se retiram furiosos.
Ante a tristeza que toma conta da jovem, o marido busca lhe consolar e nesse ínterim a noite chega. Ela, então, troca o quimono cerimonial pelo quimono branco que significa sua entrega total à sua nova vida.
Apaixonados, ambos passeiam pelo jardim e é, então, que Pinkerton a chama pela primeira vez de “Butterfly” em razão de sua delicada leveza e graça. Em resposta, ela confessa que embora não tivesse antes a intenção de se casar com um estrangeiro, está sendo muito feliz ao lado dele.
O dueto “Notte Sereno” encerra o ato.
§§§
Quando o segundo ato tem início, já se passaram três anos desde o casamento. Pinkerton partiu em seu navio, deixando a esposa na companhia da fiel Suzuki e do filho que nem chegou a conhecer.
A ama fiel demonstra a sua preocupação com o fim iminente do dinheiro deixado pelo marido e com a longa ausência do mesmo, mas Cio Cio San insiste em manter a esperança, vendo em tudo, sinais do retorno do amado. Chega até a desdenhar das preces aos deuses nipônicos que Suzuki faz, afirmando que o esposo prometeu voltar “quando os pintarroxos fizessem os seus ninhos” e ela não via motivos para ele não cumprir com o prometido.
E para reforçar a sua crença ela entoa a célebre ária “Um bel di vedremo (um belo dia veremos)”, que canta, sobretudo, a esperança inextinguível.
Porém, pouco depois desse devaneio esperançoso, o cônsul Sharpless chega acompanhado de Goro, o arranjador de casamentos. Junto a eles, também vem o Príncipe Yamadori.
Sharpless diz a Butterfly ter recebido uma carta de Pinkerton e o rosto da jovem se ilumina de esperança, mas Goro aconselha-a a se casar novamente e indica-lhe como futuro consorte o Príncipe que os acompanha, cuja fortuna e poder serão capazes de assegurar-lhe uma vida confortável e prazerosa.
Indignada, Cio Cio San argumenta que já é casada, porém o “corretor” rebate alegando que a longa ausência de Pinkerton já é, em si, um claro sinal de que o divórcio foi efetivado. Ela retruca, citando a lei estadunidense que a protegeria. E o debate permanece por mais alguns momentos, sem que haja qualquer solução. Então, diante do impasse, o Príncipe Yamadori e Goro se retiram; e o cônsul, receoso de revelar-lhe o conteúdo da missiva, também a aconselha a se casar novamente.
Espantada com essa posição de Sharpless, ela busca o filho e apresenta-o ao cônsul, que, então, percebe que a situação é muito mais dramática do que ele imaginara. Temeroso de lhe causar mais dor, ele decide não revelar o conteúdo da carta do Capitão e se retira.
Afinal, como lhe contar que o marido se casou nos Estados Unidos com outra mulher?
Enquanto ele parte, um alvoroço chama a atenção de Butterfly e às pressas ela se dirige ao jardim onde Suzuki persegue furiosamente ao corretor Goro que, cinicamente, permanecera nas imediações esperando que ela capitulasse ante a argumentação do cônsul. Enlouquecida de dor e de ódio, ela se junta à ama na perseguição ao alcoviteiro e ambas só desistem da mesma, quando escutam um tiro de canhão na barra do porto, anunciando a chegada de um navio.
Esperançosa novamente, ela não esconde o seu contentamento com a chegada do esposo, mas as suas expectativas não se realizarão, pois, ainda que tenha voltado Pinkerton não veio para retomar o casamento com ela.
Ingenuamente ela ordena que Suzuki adorne toda a casa e a própria ama sente-se feliz com o eventual retorno. Esse momento de felicidade é marcado por ambas com o belíssimo “Dueto das Flores”. Na sequência, Cio Cio San, maquia-se e veste o quimono matrimonial, iniciando a sua ansiosa espera pelo amado.
Entrementes, o Coro entoa o “Bocca Chiusa (Coro cantado com a boca fechada)”, sugerindo o crepúsculo que encontra Butterfly, Suzuki e o menino à espera de Pinkerton.
A ama fiel demonstra a sua preocupação com o fim iminente do dinheiro deixado pelo marido e com a longa ausência do mesmo, mas Cio Cio San insiste em manter a esperança, vendo em tudo, sinais do retorno do amado. Chega até a desdenhar das preces aos deuses nipônicos que Suzuki faz, afirmando que o esposo prometeu voltar “quando os pintarroxos fizessem os seus ninhos” e ela não via motivos para ele não cumprir com o prometido.
E para reforçar a sua crença ela entoa a célebre ária “Um bel di vedremo (um belo dia veremos)”, que canta, sobretudo, a esperança inextinguível.
Porém, pouco depois desse devaneio esperançoso, o cônsul Sharpless chega acompanhado de Goro, o arranjador de casamentos. Junto a eles, também vem o Príncipe Yamadori.
Sharpless diz a Butterfly ter recebido uma carta de Pinkerton e o rosto da jovem se ilumina de esperança, mas Goro aconselha-a a se casar novamente e indica-lhe como futuro consorte o Príncipe que os acompanha, cuja fortuna e poder serão capazes de assegurar-lhe uma vida confortável e prazerosa.
Indignada, Cio Cio San argumenta que já é casada, porém o “corretor” rebate alegando que a longa ausência de Pinkerton já é, em si, um claro sinal de que o divórcio foi efetivado. Ela retruca, citando a lei estadunidense que a protegeria. E o debate permanece por mais alguns momentos, sem que haja qualquer solução. Então, diante do impasse, o Príncipe Yamadori e Goro se retiram; e o cônsul, receoso de revelar-lhe o conteúdo da missiva, também a aconselha a se casar novamente.
Espantada com essa posição de Sharpless, ela busca o filho e apresenta-o ao cônsul, que, então, percebe que a situação é muito mais dramática do que ele imaginara. Temeroso de lhe causar mais dor, ele decide não revelar o conteúdo da carta do Capitão e se retira.
Afinal, como lhe contar que o marido se casou nos Estados Unidos com outra mulher?
Enquanto ele parte, um alvoroço chama a atenção de Butterfly e às pressas ela se dirige ao jardim onde Suzuki persegue furiosamente ao corretor Goro que, cinicamente, permanecera nas imediações esperando que ela capitulasse ante a argumentação do cônsul. Enlouquecida de dor e de ódio, ela se junta à ama na perseguição ao alcoviteiro e ambas só desistem da mesma, quando escutam um tiro de canhão na barra do porto, anunciando a chegada de um navio.
Esperançosa novamente, ela não esconde o seu contentamento com a chegada do esposo, mas as suas expectativas não se realizarão, pois, ainda que tenha voltado Pinkerton não veio para retomar o casamento com ela.
Ingenuamente ela ordena que Suzuki adorne toda a casa e a própria ama sente-se feliz com o eventual retorno. Esse momento de felicidade é marcado por ambas com o belíssimo “Dueto das Flores”. Na sequência, Cio Cio San, maquia-se e veste o quimono matrimonial, iniciando a sua ansiosa espera pelo amado.
Entrementes, o Coro entoa o “Bocca Chiusa (Coro cantado com a boca fechada)”, sugerindo o crepúsculo que encontra Butterfly, Suzuki e o menino à espera de Pinkerton.
§§§
O terceiro ato (que Puccini insistia ser apenas a segunda metade do ato dois) inicia-se com a figura de Cio Cio San, ainda na janela em sua espera impassível. Suzuki e o menino, não resistiram ao sono e dormem.
A longa introdução orquestral simboliza o nascimento do novo dia, enquanto a mãe leva o filho para a cama entoando o enternecedor acalanto “Dormi, amor mio”. É um momento de muita ternura que geralmente emociona as plateias do mundo todo.
Enquanto isso, Pinkerton e Sharpless chegam à casa e Suzuki os recebe esperançosa, mas se surpreende ao receber a ordem de manter estrito silêncio. E a sua surpresa logo se transforma em horror quando ela vê um vulto feminino no jardim e adivinha a desgraça que acontecerá em breve.
Em resposta à sua indagação, o cônsul informa-lhe que a mulher é a esposa estadunidense do Capitão e que ambos vieram para adotar o menino e levá-lo para os Estados Unidos onde “ele teria o futuro assegurado”.
Pasma diante de tamanha crueldade, a ama diz com trágicos acentos que isso será o fim de sua patroa, “que se apagou o Sol para Cio Cio San”.
Pinkerton acovarda-se e não tem coragem para encarar a mãe de quem roubará o filho, a jovem ingênua que ludibriou e abandonou; e se retira em fuga por alguns momentos.
Então, Cio Cio San aparece e ao ver o cônsul e a mulher estadunidense começa a compreender a extensão de sua desgraça. Atônita, ouve Sharpless contar-lhe o que pretendem, sem, no entanto, aceitar as afirmações acerca do “futuro melhor” que o menino encontrará no outro país.
Por fim, vencida por milênios de tradição chauvinista, fragilizada por uma mágoa infinita e sem forças para reagir, ela diz que aceitará que lhe levem o filho, mas desde que o próprio pai venha buscá-lo pessoalmente, dentro de trinta minutos.
Todos se retiram da cena, menos Butterfly, que aparentando uma calma insuspeitada apanha o punhal herdado do pai e relê a frase escrita no mesmo: “morre com honra, quando for impossível viver com honra”.
Sabendo ser esse o seu destino, ela pede a Suzuki que apronte o menino e despede-se do filho entoando uma ária de enorme dramaticidade. Em seguida, refugia-se da vista da criança atrás de uma mobília e sem hesitar comete o haraquiri.
Ao longe se escuta Pinkerton chamando-a, mas o som do corpo e da arma caindo, indicam que a morte está se consumando. Arrastando-se para perto do filho, ela expira junto dele pela última vez.
Pinkerton chega à sala nesse momento e se precipita aterrorizado em direção ao cadáver, mas só o silêncio faz-lhe resposta.
Ajoelha-se, então, junto ao corpo e ao som de seus soluços angustiados as cortinas se fecham e as luzes se apagam.
A longa introdução orquestral simboliza o nascimento do novo dia, enquanto a mãe leva o filho para a cama entoando o enternecedor acalanto “Dormi, amor mio”. É um momento de muita ternura que geralmente emociona as plateias do mundo todo.
Enquanto isso, Pinkerton e Sharpless chegam à casa e Suzuki os recebe esperançosa, mas se surpreende ao receber a ordem de manter estrito silêncio. E a sua surpresa logo se transforma em horror quando ela vê um vulto feminino no jardim e adivinha a desgraça que acontecerá em breve.
Em resposta à sua indagação, o cônsul informa-lhe que a mulher é a esposa estadunidense do Capitão e que ambos vieram para adotar o menino e levá-lo para os Estados Unidos onde “ele teria o futuro assegurado”.
Pasma diante de tamanha crueldade, a ama diz com trágicos acentos que isso será o fim de sua patroa, “que se apagou o Sol para Cio Cio San”.
Pinkerton acovarda-se e não tem coragem para encarar a mãe de quem roubará o filho, a jovem ingênua que ludibriou e abandonou; e se retira em fuga por alguns momentos.
Então, Cio Cio San aparece e ao ver o cônsul e a mulher estadunidense começa a compreender a extensão de sua desgraça. Atônita, ouve Sharpless contar-lhe o que pretendem, sem, no entanto, aceitar as afirmações acerca do “futuro melhor” que o menino encontrará no outro país.
Por fim, vencida por milênios de tradição chauvinista, fragilizada por uma mágoa infinita e sem forças para reagir, ela diz que aceitará que lhe levem o filho, mas desde que o próprio pai venha buscá-lo pessoalmente, dentro de trinta minutos.
Todos se retiram da cena, menos Butterfly, que aparentando uma calma insuspeitada apanha o punhal herdado do pai e relê a frase escrita no mesmo: “morre com honra, quando for impossível viver com honra”.
Sabendo ser esse o seu destino, ela pede a Suzuki que apronte o menino e despede-se do filho entoando uma ária de enorme dramaticidade. Em seguida, refugia-se da vista da criança atrás de uma mobília e sem hesitar comete o haraquiri.
Ao longe se escuta Pinkerton chamando-a, mas o som do corpo e da arma caindo, indicam que a morte está se consumando. Arrastando-se para perto do filho, ela expira junto dele pela última vez.
Pinkerton chega à sala nesse momento e se precipita aterrorizado em direção ao cadáver, mas só o silêncio faz-lhe resposta.
Ajoelha-se, então, junto ao corpo e ao som de seus soluços angustiados as cortinas se fecham e as luzes se apagam.
FIM
Histórico
Histórico
A estreia da obra, em 1904, no “Alla Scala” de Milão, Itália, não foi bem sucedida e esse malogro motivou as alterações que foram feitas, principalmente por sugestão do editor Ricardi; as quais, com efeito, resultaram no sucesso esperado para o alto gabarito do corpo de intérpretes (Rosina Storchio, Giovanni Zenatello e Giuseppe de Luca entre outros) e para a própria genialidade de Puccini.
A trágica história de amor não foi uma criação do italiano, estando a sua origem mais remota no Romance “Le Mariage” de Pierre Loti, que, posteriormente, foi adaptado para o teatro por John Luther Long e Davi Belasco, já com o título de “Madame Butterfly”.
Puccini assistiu à peça em Londres e imediatamente vislumbrou o potencial operístico daquela história romântica, entremeada pelas profundas diferenças culturais entre o Oriente e o Ocidente. A partir de então e após certa insistência com David Belasco, conseguiu a devida autorização para adaptá-la e não tardou em dar ao mundo toda a grandeza de sua versão.
São Paulo, 05 de fevereiro de 2015.
Lettré, l´art et la Culture. Rio de Janeiro, Verão de 2015.