A Ciência prescinde da Fé
A ciência prescinde da fé. Não há como se comprovar a participação de Deus nem na criação nem na evolução do universo, e Ele é uma hipótese de trabalho desnecessária, até o momento, nas pesquisas científicas.
Entre os pilares da moderna ciência, a obra de Darwin se destaca. Fruto de rigorosa observação, e não de fantasias medievais de mentes intoxicadas pela clausura, é um trabalho científico por excelência. Não é, no entanto um trabalho experimental, pelo simples motivo de que não se poderia reproduzir em laboratório milhões de anos de evolução. Mas há nele o trabalho de campo persistente e tenaz, a descrição precisa de suas observações e conclusões que não são meras fantasias poético-religiosas.
Mas, se não se pode fazer experimentações sobre a evolução biológica humana, certamente elas são possíveis com vegetais e microorganismos, devido a maior velocidade das transformações. E, com efeito, a observação simples da resistência que as bactérias desenvolvem aos antibióticos comprova algumas das conclusões de Darwin.
Não somos iguais a bactérias. Os homens, por algum motivo particular, se consideram seres especiais. Dotados de inteligência assombrosa, de sentimentos, de solidariedade social, de amor, eles se acham filhotes de Deus, que os criou para a adoração, e ao universo para servir aos homens, não sendo fruto do mero acaso e do vertiginoso fluir do tempo que permite o aparecimento de todas as possibilidades de manifestação da energia-matéria. Assim, há um universo regido por leis físicas “imutáveis”. E tais leis são válidas em qualquer ponto do universo. E, se as leis são imutáveis, elas só poderiam ter sido engendradas por uma entidade divina que as criou.
O poderoso cérebro humano com sua lógica não poderia ter sido criado ao acaso. Se foi fruto de uma longa evolução, foi a lógica do universo que o moldou. Se criado por Deus em perfeição, seu cérebro empresta a lógica ao universo, omitindo tudo o que não pode ser explicado ou observado por falta de instrumentos de observação.
Mas, o que é realmente importante de frisar é que os tempos de evolução biológica não são tão importantes para a vida, e sim, a evolução social. E, aí, não resta dúvida sobre o papel das igrejas e das religiões. São instrumentos de dominação social.
Pobres homens que necessitam de explicações para tudo. Creio que se os dinossauros tivessem inteligência desenvolvida, eles se achariam o máximo, exatamente como nós.