MONÓLOGO DO MEU CONSCIENTE COM O MEU SUBCONSCIENTE
Consciente: Então Rui o que andas a fazer?
Subconsciente: Vou sobrevivendo. Continuo a escrever poesia que guardo comigo, tendo cerca de 1.200 poemas arquivados, mas continuando a publicar mais espaçosamente os meus poemas. Dedico-me recentemente à leitura de autores clássicos. Penso publicar as capas desses livros com eventuais opiniões pessoais sobre essas obras;
Consciente: Tens mais algum livro em perspectiva para escrever?
Subconsciente: O próximo livro versará sobre O Colono. Irá basear-se na figura de meu pai, colono de mérito que emigrou para Cabinda na segunda década do século XX. Receberá o título de O Último Colono de Cabinda. Este é o meu terceiro livro, depois de Epicentro e de Memórias em Páginas Soltas. Considero de suma importância dar a conhecer o colono que na sua concepção geral foi e é conectado, erradamente, com a exploração colonial. Outrossim, estabelece-se uma falsa ideia ao confundir-se o Colono com o Colonialista;
Consciente: A que atribuís esse teu novo modo de estar na vida, ao desligares-te das redes sociais, entregando-te ao isolamento?
Subconsciente: Quatro razões fundamentais pesaram na minha decisão: o facto de muitos dos meus amigos me terem esquecido, ficando apenas com alguns poucos e bons amigos e amigas; sentir necessidade de enriquecer a minha cultura através de boa literatura; desligar-me dos acontecimentos nacionais e internacionais tão depressivos e tenebrosos; poder acompanhar com maior proximidade o crescimento dos meus cinco bisnetos. Esta é a melhor maneira de me sentir feliz; todavia, não quero nem conto perder o contacto com o meu mais restrito grupo de amigos;
Consciente: Para finalizar, tens mais alguma declaração a fazer?
Subconsciente: Apenas duas: que ainda venha a ter mais uns anos de vida para assistir ao desfecho de processos de justiça que me dizem respeito e poder compartilhar com a felicidade de todos que me são queridos, tanto amigos como familiares.
Autor: Ruy Serrano
Data: 10.01.2015