Introspeção
Dou razão aquela miúda que um dia desses me chamou de anjo. Não sei o que ela viu em mim para que me comparasse á um anjo.
Quem sabe talvez eu seja um anjo ou umas dessas criaturas celestes.
Porque sinto que não pertenço a esse meio funesto, talvez seja eu ser místico que foi enviado para dar vida esse receptáculo que antes informe.
Vim dar vida a esse corpo e em sincronia vim perecer.
Fui ensinado a ter família a amar, a dar alegria aquém esse corpo durante meses no seu precioso ventre carregara...
Aprendendo o que me foi ensinado, subitamente supriram-me as criaturas que mim faziam ter imenso prazer de saber o que é o verbo viver.
Fui tirado tudo que tinha até o que não tinha mim fora tirado. O sorriso que em mim havia.
Um desses seres superiores em relação a mim, fora eles que mi tirara tudo que tinha.
A minha alegria jaze na sepultura, no mais vácuo dos escombros lá onde vivo.
Dizem que os anjos são entes carregados de sobeja melancolia, porque estão inibidas de se deleitar da voluptuosidade das coisas terrenas.
Pobre de mim que sou tão sofrido por causa deste ente. O meu mundo só é cromático, pois ainda mi resta o preto e branco, arco-íris á moda antiga.
Há momentos que o dou o tal chamado livre arbítrio, e no menear dos seus passos pelas ruas ingentes...