merda não combina com perfume ou vice versa
Luciana Carrero
As palavras me tomam de assalto porque não conheço todas A cada assalto reconheço mais uma e reinvento outras E se me faltam as nacionais desta vez sou eu que assalto as estrangeiras também instintivamente Minha escrita é um coquetel molotov Só vou ver o resultado na explosão Quando escrevo ou leio faço-o ou entendo-o de modo digamos assim instintivo como mencionei acima e uso ou entendo a palavra que só vou descobrir se está certa no contexto quando a confirmo no dicionário Se estiver errada mas não ferir o "assalto" do bom sentido da inspiração fica lá e vai ipsis líteris a público Se eu escrever merda não vou colocar perfume sobre as palavras porque não muda a essência da merda Esta imprecisão louca só pertence à poesia Ou seria esta louca necessidade de me render à arte sem preconceito quando inebria ou fede Entendam como quiserem ou puderem porque quem me lê e para isto tem coragem aprende um pouco comigo Se for bom ou mau para si já será outra produção não mais minha mas das suas cabeças Tirem suas próprias conclusões e depois não me culpem nem queiram me condenar como o fizeram com Qorpo Santo Se eu tivesse poder extinguiria as pontuações pontos e virgulas e outros bichos mais porque elas são a censura das palavras enlatadas para os leitores e a condução das ideias deles de que dentro da lata tem sardinha Coloquem pontuação onde quiserem se necessário para o entendimento ou desentendimento A partir deste momento estou abandonando pontuações Na próxima vou abolir as maiúsculas