A ÁGUIA E A PRESA...

Versos de um poeta morto, que me chegaram assim,

Qual ave de rapina em sua cúria, visando sua presa,

Sem raiva e sem fúria, do nada... Assim.

Será que cabe a nós julgar os seus atos, por ser seu dom?

E da presa? Será uma sina? O que isso nos ensina sobre o amor?

Não somos por vezes uma águia, e noutras a sua presa?

Às vezes do alto nos sentimos seguros,

Noutras aflitos... Em fuga do que nos domina,

Ou apenas em busca de um simples abrigo.

Da presa a águia se alimenta. Do amor também nos nutrimos.

Em tantas investidas erramos o alvo,

Noutras nos cercaram sem qualquer chance,

Com tanta raiva e fúria, mas sem quaisquer outros sentimentos.

A diferença daqueles seres, para nós, é apenas essa,

Que eles o fazem ou são por instinto.

E nós por outros laços e ou garras,

E poucos encontram o que realmente procuram...

... O abrigo, a calma, as asas... O amor.

Inaldo Santos
Enviado por Inaldo Santos em 07/12/2014
Código do texto: T5061140
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