A ÁGUIA E A PRESA...
Versos de um poeta morto, que me chegaram assim,
Qual ave de rapina em sua cúria, visando sua presa,
Sem raiva e sem fúria, do nada... Assim.
Será que cabe a nós julgar os seus atos, por ser seu dom?
E da presa? Será uma sina? O que isso nos ensina sobre o amor?
Não somos por vezes uma águia, e noutras a sua presa?
Às vezes do alto nos sentimos seguros,
Noutras aflitos... Em fuga do que nos domina,
Ou apenas em busca de um simples abrigo.
Da presa a águia se alimenta. Do amor também nos nutrimos.
Em tantas investidas erramos o alvo,
Noutras nos cercaram sem qualquer chance,
Com tanta raiva e fúria, mas sem quaisquer outros sentimentos.
A diferença daqueles seres, para nós, é apenas essa,
Que eles o fazem ou são por instinto.
E nós por outros laços e ou garras,
E poucos encontram o que realmente procuram...
... O abrigo, a calma, as asas... O amor.