É engraçado
É engraçado, se não me parecesse triste e intencional, como a virose do ebola sumiu do noticiário da grande mídia. O ebola só é notícia quando afeta os países não africanos. Enquanto o ebola fizer “estrago” apenas na África, e em especial na África mais pobre, não parece ser notícia digna para a grande mídia, é notícia apenas para um grupo pequeno de abnegados e corajosos humanos que se dedicam ao controle da epidemia, ao tratamento minimamente humanitário àquelas pobres populações, daqueles pobres países.
Mil africanos mortos não são páreo para apenas um, que seja, europeu ou americano contaminado. O Ebola é um vírus altamente letal e perigoso, conter sua propagação é premente, conter o crescimento de sua epidemia é vital por vários motivos, desde o mais humano que é salvar vidas, até o de reduzir os custos, mas também, e não menos importante, reduzir as chances, as oportunidades, de que este vírus “mute”, sofrendo alguma mutação que lhe permita alguma especialização-adaptação para o contágio por vias aéreas. Apesar de ser um vírus de forte ação, e de elevada letalidade, hoje, o seu contágio ainda se dá basicamente por contato direto ou indireto com fluídos corporais contaminados, e isto permite, desta forma, uma maior facilidade no controle de sua propagação. Cabe reforçar que cada nova pessoa contaminada implica em milhões ou bilhões de novas cópias deste vírus, e que a evolução trabalha diretamente sobre erros de cópia. Quanto mais cópias são “feitas”, maior a probabilidade de ocorrerem mutações. A sorte, de novo, é que a maioria das mutações são inertes do ponto de vista genético, e acabam ou sendo nulas do ponto de vista de atuação do vírus, ou acabam gerando vírus sem ação ou com poder de ação reduzida, e que uma ou mais mutações que mantenham a “periculosidade” do vírus e que ainda permitam a ele “agir” por vias aéreas tem que ser de tal nível específicas, que torna menor sua probabilidade de ocorrer, entretanto, cada nova pessoa contaminada, eleva esta probabilidade, por que cada novo ser humano contaminado, transforma-se em mais um laboratório vivo para a evolução “permitindo-se” o erro de cópia. Cada novo erro de cópia é sempre uma oportunidade a mais para que aquela indesejável mutação ocorra.
Muitos acham que é melhor ficar alienado destas informações, alienado do que se passa lá na África, porque creem que nada podem fazer. Entendo ser um grande engano, que apenas serve para nos iludir. Entendo ser mais uma das muitas falácias humanas que criamos para nos eximir de culpa ou de responsabilidades. Estar alienados nos faz indiferentes ao que está ocorrendo e retira nosso poder de cobrança ou de revolta pelo que está acontecendo e pelo como deixamos a pobreza ser endêmica naqueles países. Esta alienação somente é interessante para os governantes, para o poder econômico, que nos mantêm indiferentes, e assim produzindo e consumindo como se nada estivesse acontecendo, e como se este mesmo poder econômico e a própria sociedade em si não tivessem responsabilidades algumas pelo que ocorre, e desta forma nos mantem à parte de qualquer cobrança aos nossos governantes, ou a sociedade mundial, para eles, que somos também nós, possamos agir e algo fazer para conter, para diminuir a propagação deste vírus, e ajudar direta e indiretamente aqueles povos mais pobres, daqueles pobres países, a se livrarem deste duplo mal, o ebola, e a miséria endêmica, decorrentes de múltiplas causas, mas também do abandono mundial em que vivem.
É engraçado, se não me parecesse triste e intencional, como a virose do ebola sumiu do noticiário da grande mídia. O ebola só é notícia quando afeta os países não africanos. Enquanto o ebola fizer “estrago” apenas na África, e em especial na África mais pobre, não parece ser notícia digna para a grande mídia, é notícia apenas para um grupo pequeno de abnegados e corajosos humanos que se dedicam ao controle da epidemia, ao tratamento minimamente humanitário àquelas pobres populações, daqueles pobres países.
Mil africanos mortos não são páreo para apenas um, que seja, europeu ou americano contaminado. O Ebola é um vírus altamente letal e perigoso, conter sua propagação é premente, conter o crescimento de sua epidemia é vital por vários motivos, desde o mais humano que é salvar vidas, até o de reduzir os custos, mas também, e não menos importante, reduzir as chances, as oportunidades, de que este vírus “mute”, sofrendo alguma mutação que lhe permita alguma especialização-adaptação para o contágio por vias aéreas. Apesar de ser um vírus de forte ação, e de elevada letalidade, hoje, o seu contágio ainda se dá basicamente por contato direto ou indireto com fluídos corporais contaminados, e isto permite, desta forma, uma maior facilidade no controle de sua propagação. Cabe reforçar que cada nova pessoa contaminada implica em milhões ou bilhões de novas cópias deste vírus, e que a evolução trabalha diretamente sobre erros de cópia. Quanto mais cópias são “feitas”, maior a probabilidade de ocorrerem mutações. A sorte, de novo, é que a maioria das mutações são inertes do ponto de vista genético, e acabam ou sendo nulas do ponto de vista de atuação do vírus, ou acabam gerando vírus sem ação ou com poder de ação reduzida, e que uma ou mais mutações que mantenham a “periculosidade” do vírus e que ainda permitam a ele “agir” por vias aéreas tem que ser de tal nível específicas, que torna menor sua probabilidade de ocorrer, entretanto, cada nova pessoa contaminada, eleva esta probabilidade, por que cada novo ser humano contaminado, transforma-se em mais um laboratório vivo para a evolução “permitindo-se” o erro de cópia. Cada novo erro de cópia é sempre uma oportunidade a mais para que aquela indesejável mutação ocorra.
Muitos acham que é melhor ficar alienado destas informações, alienado do que se passa lá na África, porque creem que nada podem fazer. Entendo ser um grande engano, que apenas serve para nos iludir. Entendo ser mais uma das muitas falácias humanas que criamos para nos eximir de culpa ou de responsabilidades. Estar alienados nos faz indiferentes ao que está ocorrendo e retira nosso poder de cobrança ou de revolta pelo que está acontecendo e pelo como deixamos a pobreza ser endêmica naqueles países. Esta alienação somente é interessante para os governantes, para o poder econômico, que nos mantêm indiferentes, e assim produzindo e consumindo como se nada estivesse acontecendo, e como se este mesmo poder econômico e a própria sociedade em si não tivessem responsabilidades algumas pelo que ocorre, e desta forma nos mantem à parte de qualquer cobrança aos nossos governantes, ou a sociedade mundial, para eles, que somos também nós, possamos agir e algo fazer para conter, para diminuir a propagação deste vírus, e ajudar direta e indiretamente aqueles povos mais pobres, daqueles pobres países, a se livrarem deste duplo mal, o ebola, e a miséria endêmica, decorrentes de múltiplas causas, mas também do abandono mundial em que vivem.