Suposto Fantasma

Tentava de todas as maneira se fazer ouvir. Estava rodeada por muitas pessoas, vozes, sorrisos falsos, caras e bocas, mas nada preenchia o vazio que a muito existia dentro dela.

Sentada ali na mesa, apenas observava sem muito entusiasmo, com uma de suas mãos, segurando o queixo e com o dedo indicador da outra circulava de maneira entediante a borda do copo de cerveja. Como de costume ninguém a observava... parecia não existir... era apenas alguém aleatório em uma mesa de um bar qualquer.

Tentava não ouvir as conversas, mas volta e meia se deparava com sons e comentários inacreditáveis:

- Nazarian é que tem razão, "todos os prazeres são orais".

a moça solitária apenas ouvia, ignorando do mesmo jeito que era ignorada.

Se sentia só por dentro e por fora, ninguém a via, ninguém a escutava... ninguém.