Passantes
Tenho-te na palabra certa,
na inocência da intenção.
Tenho-te nesse olhar de ave,
nessa cor de rama pendente da estação.
Tenho-te assim,
transcendente,
feito lilazes no coração.
É porque tenho a ti
que navego dentro,
universo em costrução.
É porque sinto que me habitas
que exito a outras bocas
que de ti não o são.
Como poderia o desapego
resistir a uma tarde azul de
céu iluminada?
Ah, "metade de mim",
releva estas faces...
Logo sou só outra,
levando-te por novos mares.