ADOLESCENTES NO "ALTO" E BOM SOM *
Na periferia de uma capital do Nordeste, um grupo de adolescentes, decidiu junto a uma Psicóloga, que se encontrariam periodicamente para conversarem sobre assuntos diversos de seu contexto de vida e suas curiosidades.
A Psicóloga fazia parte de uma ONG e os introduziu também naquela instituição. Para os objetivos daquela organização, eles se tornariam “Adolescentes Multiplicadores”. Aqueles jovens, na faixa etária entre 10 e 17 anos, seriam os protagonistas das histórias... As suas próprias histórias...
O grupo, em conjunto com a Psicóloga, selecionou a seguinte temática: Políticas Públicas e Cidadania; Ecologia e Meio Ambiente; Racismo; Sexualidade, Saúde Reprodutiva e Prevenção as Drogas.
A forma de atuação... Firmariam acordos com outras instituições a fim de receberem diversos profissionais capacitados nas diferentes áreas que seriam objeto de discussão. Estes ministrariam palestras, realizariam oficinas, entre outros procedimentos.
A metodologia seria determinada durante as reuniões nas quais os adolescentes decidiriam... Naquele espaço o “Adolescente era o Protagonista”, ator principal de suas histórias... Assim, após decidirem o modo de trabalho para realização de cada oficina, os técnicos seriam convidados e informados sobre a forma de atuação.
A abertura dos trabalhos, sempre seria realizada por um adolescente voluntário. Neste início eram aplicados exercícios físicos, música e dança, ou ainda posturas de Ioga (Asanas). Em seguida, eram entregues crachás com seus respectivos nomes e a palavra era facultada ao palestrante convidado.
A utilização de crachás, neste trabalho, é muito importante. Chamar a todos pelo nome, facilita bastante o entrosamento... Os jovens se sentem reconhecidos. Os adolescentes colorem seus nomes com desenhos e cores. Tais manifestações revelam muitas informações que a Psicóloga utiliza para fortalecer a auto -.estima.
A disposição do grupo durante as atividades era em forma de círculo. Este formato circular facilitaria o entrosamento com os participantes da oficina. Melhor interatividade, pela proximidade equânime.
Recursos materiais usados: Álbuns Seriados, som (Microsystems), DVD, algumas cartilhas educativas, joguinhos em equipe, dinâmicas lúdicas, etc. A metodologia mais comum, selecionada pelo grupo seria: Expositiva e participativa, como era de costume...
Ao final, as perguntas formuladas pelos adolescentes, seriam respondidas, ora pelo profissional palestrante, ora por outro adolescente do grupo, que no processo encontrariam suas próprias respostas...
O fechamento aconteceria em uma grande roda... Todos se pronunciariam individualmente, colocando qual o seu sentimento no momento usando apenas uma ,duas ou três palavras... Aconteceria um breve fechamento já havendo a escolha do próximo adolescente que lideraria o grupo seguinte.
Durantes alguns meses os trabalhos transcorreram normalmente, com algumas dificuldades financeiras que logo seriam sanadas com a estratégia de parcerias interinstitucionais. Esse grupo se auto denominou como “Adolescentes Urbanos e Conscientes”.
Após algum tempo, o grupo decidiu organizar um evento envolvendo a participação do seu bairro... Cadastraram e catalogaram grupos de jovens ali existentes, e até então desconhecidos pela população... Acreditaram nos seus sonhos e criaram um slogan “Vá jovem, pegue os seus sonhos e fale deles... Os sonhos não dormem nunca, acredite, o impossível só dura o tempo de ser realizado!”
A idéia deles sobre o tipo de evento a ser realizado era o que eles designariam como: “I Expo Cultural Juvenil do Alto.” A exposição seria de temáticas variadas, com programação variada e previamente elaborada Seria realizada em etapas, com duração de 8 horas (das 10: as 18:h).
O local escolhido para concretização do evento foi um galpão, barracão, de uma igreja, numa grande praça, num bairro localizado bem no “Alto”. Na entrada do Evento, colocaram uma faixa onde se podia ler: “I Expo Cultural Juvenil - O Alto em Bom Som.”
Sistema de divulgação, adotado: Convites foram distribuídos com os pais, em grupos de igrejas, espalharam cartazes em escolas, paradas de ônibus, salões de beleza, etc. Firmou-se parceria com um vereador daquele bairro e um deputado estadual da bancada jovem da Assembléia Legislativa do Estado.
O evento ocorreu, e foi um grande acontecimento no bairro, que aderiu de forma significativa a iniciativa dos jovens. Na exposição tinha feirinha da pechincha, brexó de roupas e livros usados (sebo). Uma rádio comunitária participando como convidada pegando depoimentos (com microfone ao vivo) dos adolescentes, pais, profissionais envolvidos...
Alguns professores também participaram da festa. Havia também barraquinhas com comidas típicas, bebidas sem álcool e sucos diversos... Algumas tendas foram armadas com profissionais a disposição para tirar dúvidas sobre temas variados como : Planejamento Familiar, Dst/aids e Prevenção as Drogas.
Em outra parte do Evento, havia apresentação de esportes radicais com bike(bicicletas) e skates(com bons skeitistas), apresentação de grupos de danças de escolas daquela localidade.
Houve ainda, apresentação de uma banda de Forró e outra de Rock compostas por adolescentes do bairro, esta apresentação fechou as festividades. Tudo realizado por Jovens Adolescentes Multiplicadores e parcerias escolhidas, também por eles, com antecedência de três meses, tempo que levaram do planejamento a execução..
Esta valorosa experiência com adolescentes, exibiu a sociedade e a todos os profissionais envolvidos, jovens talentosos... Organizados, ocupados com projetos bem definidos, tendo apoio, podem conseguir “tocar a bola pra frente” com garra, determinação, amor próprio.
“Adolescentes Multiplicadores” que puderam mostrar seu talento: Organização de suas idéias, poder de realização do seu ideal, harmonia comunitária... Adequação das atrações, tais como: Seleção de gênero musical – o som das músicas agradaram a todos não só o grupo de jovens- Deixando fluir emoções e relações, por tantas vezes oprimidas.
A grande importância desta salutar atividade se revelou no fato de que as emoções extravasaram... Integrações e diálogos foram estabelecidos. O clima de alegria e auto afirmação propiciou este clima. A música e a dança, em especial, emocionam...
Mostraram, no desbloqueio de suas emoções, contraditoriamente, suas dores, seus problemas, suas limitações... Aos olhos dos profissionais da psique ali presentes, foram muitas as revelações, foram muitas as “dicas” verificadas, para serem trabalhadas no grupo posteriormente.
Trabalho em equipe e com a participações de adolescentes “protagonistas de sua história”, agora mais confiantes e abertos, as possibilidade de “medicação da alma” e “cura” de suas feridas, individuais e sociais, através de antídotos e profilaxia para aquelas jovens almas... Feridas instaladas em etapas anteriores de suas vidas...
Almas carentes de afirmações e efervescentes de esperança no futuro e garra... Elementos importantes para suas vitórias enquanto futuros, iminentes cidadãos brasileiros. E nós (sociedade e indivíduos) com isso?
Há que se pensar e assumir que todos os cidadãos, poderes instituídos, lideranças formais e informais, têm responsabilidades com este grupo. São semi-cidadãos quase “prontos” para atuar, decidir, produzir riquezas. É preciso ver o adolescente como potencial de riqueza humana, reserva moral nacional...
A sociedade precisa começar a se mobilizar em conjunto para ocupar os jovens adolescentes com programações mais saudáveis... Atuar em casa, na sua rua, no seu bairro, município e estado. Assim minimizar ou evitar o caos que poderia vir a se instalar no nosso pais... Caso contrário há muito perigo... Perigo próximo... É preciso procurar, atuar perto, bem perto... O perigo já está perto demais...
Texto Inédito!
PROJETO: O ADOLESCENTE QUER SABER *
(Área da Psicologia do Adolescente).
Marize Morais- Psicóloga Clínica. João Pessoa (PB), 23.05.2007.
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998
Na periferia de uma capital do Nordeste, um grupo de adolescentes, decidiu junto a uma Psicóloga, que se encontrariam periodicamente para conversarem sobre assuntos diversos de seu contexto de vida e suas curiosidades.
A Psicóloga fazia parte de uma ONG e os introduziu também naquela instituição. Para os objetivos daquela organização, eles se tornariam “Adolescentes Multiplicadores”. Aqueles jovens, na faixa etária entre 10 e 17 anos, seriam os protagonistas das histórias... As suas próprias histórias...
O grupo, em conjunto com a Psicóloga, selecionou a seguinte temática: Políticas Públicas e Cidadania; Ecologia e Meio Ambiente; Racismo; Sexualidade, Saúde Reprodutiva e Prevenção as Drogas.
A forma de atuação... Firmariam acordos com outras instituições a fim de receberem diversos profissionais capacitados nas diferentes áreas que seriam objeto de discussão. Estes ministrariam palestras, realizariam oficinas, entre outros procedimentos.
A metodologia seria determinada durante as reuniões nas quais os adolescentes decidiriam... Naquele espaço o “Adolescente era o Protagonista”, ator principal de suas histórias... Assim, após decidirem o modo de trabalho para realização de cada oficina, os técnicos seriam convidados e informados sobre a forma de atuação.
A abertura dos trabalhos, sempre seria realizada por um adolescente voluntário. Neste início eram aplicados exercícios físicos, música e dança, ou ainda posturas de Ioga (Asanas). Em seguida, eram entregues crachás com seus respectivos nomes e a palavra era facultada ao palestrante convidado.
A utilização de crachás, neste trabalho, é muito importante. Chamar a todos pelo nome, facilita bastante o entrosamento... Os jovens se sentem reconhecidos. Os adolescentes colorem seus nomes com desenhos e cores. Tais manifestações revelam muitas informações que a Psicóloga utiliza para fortalecer a auto -.estima.
A disposição do grupo durante as atividades era em forma de círculo. Este formato circular facilitaria o entrosamento com os participantes da oficina. Melhor interatividade, pela proximidade equânime.
Recursos materiais usados: Álbuns Seriados, som (Microsystems), DVD, algumas cartilhas educativas, joguinhos em equipe, dinâmicas lúdicas, etc. A metodologia mais comum, selecionada pelo grupo seria: Expositiva e participativa, como era de costume...
Ao final, as perguntas formuladas pelos adolescentes, seriam respondidas, ora pelo profissional palestrante, ora por outro adolescente do grupo, que no processo encontrariam suas próprias respostas...
O fechamento aconteceria em uma grande roda... Todos se pronunciariam individualmente, colocando qual o seu sentimento no momento usando apenas uma ,duas ou três palavras... Aconteceria um breve fechamento já havendo a escolha do próximo adolescente que lideraria o grupo seguinte.
Durantes alguns meses os trabalhos transcorreram normalmente, com algumas dificuldades financeiras que logo seriam sanadas com a estratégia de parcerias interinstitucionais. Esse grupo se auto denominou como “Adolescentes Urbanos e Conscientes”.
Após algum tempo, o grupo decidiu organizar um evento envolvendo a participação do seu bairro... Cadastraram e catalogaram grupos de jovens ali existentes, e até então desconhecidos pela população... Acreditaram nos seus sonhos e criaram um slogan “Vá jovem, pegue os seus sonhos e fale deles... Os sonhos não dormem nunca, acredite, o impossível só dura o tempo de ser realizado!”
A idéia deles sobre o tipo de evento a ser realizado era o que eles designariam como: “I Expo Cultural Juvenil do Alto.” A exposição seria de temáticas variadas, com programação variada e previamente elaborada Seria realizada em etapas, com duração de 8 horas (das 10: as 18:h).
O local escolhido para concretização do evento foi um galpão, barracão, de uma igreja, numa grande praça, num bairro localizado bem no “Alto”. Na entrada do Evento, colocaram uma faixa onde se podia ler: “I Expo Cultural Juvenil - O Alto em Bom Som.”
Sistema de divulgação, adotado: Convites foram distribuídos com os pais, em grupos de igrejas, espalharam cartazes em escolas, paradas de ônibus, salões de beleza, etc. Firmou-se parceria com um vereador daquele bairro e um deputado estadual da bancada jovem da Assembléia Legislativa do Estado.
O evento ocorreu, e foi um grande acontecimento no bairro, que aderiu de forma significativa a iniciativa dos jovens. Na exposição tinha feirinha da pechincha, brexó de roupas e livros usados (sebo). Uma rádio comunitária participando como convidada pegando depoimentos (com microfone ao vivo) dos adolescentes, pais, profissionais envolvidos...
Alguns professores também participaram da festa. Havia também barraquinhas com comidas típicas, bebidas sem álcool e sucos diversos... Algumas tendas foram armadas com profissionais a disposição para tirar dúvidas sobre temas variados como : Planejamento Familiar, Dst/aids e Prevenção as Drogas.
Em outra parte do Evento, havia apresentação de esportes radicais com bike(bicicletas) e skates(com bons skeitistas), apresentação de grupos de danças de escolas daquela localidade.
Houve ainda, apresentação de uma banda de Forró e outra de Rock compostas por adolescentes do bairro, esta apresentação fechou as festividades. Tudo realizado por Jovens Adolescentes Multiplicadores e parcerias escolhidas, também por eles, com antecedência de três meses, tempo que levaram do planejamento a execução..
Esta valorosa experiência com adolescentes, exibiu a sociedade e a todos os profissionais envolvidos, jovens talentosos... Organizados, ocupados com projetos bem definidos, tendo apoio, podem conseguir “tocar a bola pra frente” com garra, determinação, amor próprio.
“Adolescentes Multiplicadores” que puderam mostrar seu talento: Organização de suas idéias, poder de realização do seu ideal, harmonia comunitária... Adequação das atrações, tais como: Seleção de gênero musical – o som das músicas agradaram a todos não só o grupo de jovens- Deixando fluir emoções e relações, por tantas vezes oprimidas.
A grande importância desta salutar atividade se revelou no fato de que as emoções extravasaram... Integrações e diálogos foram estabelecidos. O clima de alegria e auto afirmação propiciou este clima. A música e a dança, em especial, emocionam...
Mostraram, no desbloqueio de suas emoções, contraditoriamente, suas dores, seus problemas, suas limitações... Aos olhos dos profissionais da psique ali presentes, foram muitas as revelações, foram muitas as “dicas” verificadas, para serem trabalhadas no grupo posteriormente.
Trabalho em equipe e com a participações de adolescentes “protagonistas de sua história”, agora mais confiantes e abertos, as possibilidade de “medicação da alma” e “cura” de suas feridas, individuais e sociais, através de antídotos e profilaxia para aquelas jovens almas... Feridas instaladas em etapas anteriores de suas vidas...
Almas carentes de afirmações e efervescentes de esperança no futuro e garra... Elementos importantes para suas vitórias enquanto futuros, iminentes cidadãos brasileiros. E nós (sociedade e indivíduos) com isso?
Há que se pensar e assumir que todos os cidadãos, poderes instituídos, lideranças formais e informais, têm responsabilidades com este grupo. São semi-cidadãos quase “prontos” para atuar, decidir, produzir riquezas. É preciso ver o adolescente como potencial de riqueza humana, reserva moral nacional...
A sociedade precisa começar a se mobilizar em conjunto para ocupar os jovens adolescentes com programações mais saudáveis... Atuar em casa, na sua rua, no seu bairro, município e estado. Assim minimizar ou evitar o caos que poderia vir a se instalar no nosso pais... Caso contrário há muito perigo... Perigo próximo... É preciso procurar, atuar perto, bem perto... O perigo já está perto demais...
Texto Inédito!
PROJETO: O ADOLESCENTE QUER SABER *
(Área da Psicologia do Adolescente).
Marize Morais- Psicóloga Clínica. João Pessoa (PB), 23.05.2007.
Direitos autorais reservados/Lei n. 9.610 de 19.02.1998