ENCONTROS
ENCONTROS
Meditando sobre ENCONTROS, ocorrências cotidianas premeditadas ou ocasionais, ambas com crivo, lancei meu olhar na direção norte da vida e vi pares formados no gozo que se proporcionam. Acredito que entre o momento de nascer e morrer, neste espaço, os encontros aconteçam diversificados e como auxiliar para a chegada ao nosso ponto final. Encontros que ensinam com brandura a reger a vida, encontros com torturas marcando de forma cruel a passagem. Encontros que anestesiam dores, encontros refrigérios que nos levam por campinas a saltitar, encontros que nos derrubam para tapetes, encontros que nos enchem de esperança reforçando-nos vigor, encontros que se perdem na caminhada, encontros de apenas um “Olá!”, encontros desafiadores, encontros gladiadores e encontros aderentes. Este último, privilégio não favorecido a todos os espaços entre a vida e a morte. Quem goza dessa regalia trás um elo especial com a finalidade única de unir vidas, homogeneizando-a com a cumplicidade de sentimentos que não sobreviverá sem a outra parte. Alguns denominam esse sentimento de “almas gêmeas”, o que não necessariamente tem que ser casal, outros denominam pactos de aura. Prefiro conceituar como vidas nutridas pelo mesmo néctar, ou melhor, a sensibilidade sentida na sonorização produzida pelas cordas do coração e sua química. Em sua maioria os encontros estão suscetíveis a prática de transformar cargas em poesia dada a sua sensação sedutora.
Os encontros existem como providencias para alargar relacionamentos, consolidando as virtudes. A postura dos encontros sempre busca sintonia na tradução de um permanecer com o uso do pronome pessoal “nós”. Apesar de vital, os encontros oscilam emocionalmente, levando as partes a inibir sua identificação no sentido do envolvimento pleno. A essa falta de segurança, muitos encontros deslizam no mármore de seus salões.
Aprofundarmos sobre o belo dos encontros deparamos com o que deles oriunda: o mar com as pedras; a força, as noites com as estrela; o destaque do brilho. o sol com as flores; a primavera, as mãos e o afago; a doação, os amantes e o corpo; o prazer, o olhar com a alma; o encanto, os pássaros com o alvorecer; a alegria. A existência de nós mesmos; mistério.
Concluo, os ENCONTROS despontam como processos nobres no aprendizado da evolução do espírito.
JairMartins
15/06/2014 – 22h10