A POLÍTICA ATUALMENTE

Na reta final da campanha eleitoral cabe aqui pensar um pouco mais sobre o tema política, bem como visualizar como esta se desenvolve no nosso lugar. Num primeiro momento, é necessário o conceito que, segundo o dicionário Houaiss, Política é: “a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações, Estados”. Neste caso vê-se a Política a partir de um aspecto amplo e benéfico, que em nenhum momento aborda o caráter próprio independente da vontade popular (o que seria típico da politicagem), ao contrário, por sua natureza exclui interesse particular, subjetivo, em benefício próprio. Mas o que assistimos se não uma batalha de interesses particulares atualmente na política local, regional e nacional em detrimento do povo?

Para falar no povo, a Constituição da República Federativa do Brasil em seu artigo primeiro, parágrafo único afirma: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos direta ou indiretamente”. Mas, infelizmente o que vemos é o inverso eleger representantes: elegem-se verdadeiros deuses, acima do bem e do mal, possuidores de qualidades divinas como: onipotência (se diz daquele que possui todo o poder, pode tudo independente da vontade de outros), onisciência (ou seja, aquele que tudo sabe, e que, portanto, não erra), e onipresença (significa estar em todos os lugares, operando em todos os momentos). Ou seja, o povo se curva diante da vontade autoritária de alguns, ficando assim a mercê e retornando a um ciclo vicioso que nunca fecha e nunca tem fim, só muda apenas de aparência.

O grande filósofo francês, Jean-Jacques Rousseau - do século XVIII - já alertava com relação à ameaça dos interesses privados: “Nada é mais perigoso que a influência dos interesses privados nos negócios públicos”. Tomara que nós como eleitores e aqueles que se colocam como candidatos não estejam galgando nada mais que degraus que nos levem a um elevar de interesses próprios e medíocres, em detrimento das mais diversas pessoas que dependem de escolhas conscientes, por muitas vezes carentes de entendimento, sem voz, que pouco ou nada opinam e, consequentemente, não tem o direito de defesa resguardo como deveria.

Por isso algumas instituições como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB interessadas em resguardar o bem comum, estão propondo uma reforma política, reforma esta marginalizada por muitos que querem transformar a própria força em direito e a obediência em dever. É urgente no Brasil a reforma política para real participação popular e concretização daquilo que é estabelecido na Constituição Federal. E todos aqueles que se propõem a serem cidadãos conscientes e não manipuláveis, tem uma responsabilidade ainda maior de resguardar o interesse do povo, uma vez que a transformação de força em direito e de obediência em dever, advém de sua fundação e que nos últimos anos parece passar por uma plausível e sensível mudança, ou pelo menos é o que esperamos. E que possamos votar no Brasil, e não em um politiqueiro ou no espectro de uns quaisquer.

Ildebrand Gutemberg
Enviado por Ildebrand Gutemberg em 20/09/2014
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