O EBOLA NO CONTEXTO SÓCIO - POLÍTICO DO PLANETA TERRA

A EPIDEMIOLOGIA pode ser definida duma maneira bem simplista como o ramo da medicina que estuda os diferentes fatores que intervêm na gênese e na propagação de doenças, na sua frequência, no seu modo de distribuição, na sua prevalência, na sua evolução e enumera os recursos necessários à sua prevenção.

Noutra ponta do processo de saúde -doença, a epidemiologia estuda também a promoção da saúde e o comportamento geográfico de certas epidemias e pandemias que vez ou outra eclodem nos continentes.

O ser humano, um ser inserido num contexto geopolítico, também tem sua saúde global afetada por inúmeros fatores sociais e de cuidados com o meio ambiente que estão na dependência de políticas públicas para serem encorporados à promoção de saúde com eficiência e rapidez.

Nesse prisma do pensamento, o da implementação da saúde coletiva com excelência por políticas bem conduzidas de investimento social, se espelha não apenas as melhorias do desenvolvimento humano como um todo, mas e principalmente, o controle pontual das doenças que mais matam no mundo, a promover sua erradicação, seu controle ou a sua prevenção..

Assim, algumas doenças infecto contagiosas são termômetros sensíveis e muito fidedignos das condições de vida duma comunidade bem como delatam o nível do controle sanitário, o que depende fundamentalmente do saneamento básico e da EDUCAÇÃO, implementados com eficiência.

Aos políticos donos DO MUNDO TODO, DIANTE DA CRESCENTE GEOGRAFIA DA FOME seria ingênuo e simplório acreditar que quando uma sociedade (ou um mundo!), decai no IDH, ainda que de forma pontual mas desproporcionalmente injusta demais, tal acontecerá apenas setorialmente.

A epidemia do Ebola, a que hoje atinge a região sudoeste da África e que já se alastra a outros países fronteiriços a fazer casos importados aqui ali ou acolá, não é nova, e como toda epidemia com tendência pandêmica é sazonalmente disparada pelas condições sanitárias e precárias pontuais do meio, mapeando as desigualdades sociais desequilibradas e a falta de recursos básicos , mas desta vez colocando o planeta todo em risco!

Portanto, os líderes do mundo têm que entender que políticas arrazoadas de distribuição de renda que garantam o mínimo de condições dignas de vida têm que ser implementadas para o bem de todos.

Na epidemiologia esse raciocínio é válido para qualquer localidade...até para um simples logradouro, extensivo aos bairros, cidades, estados países e continentes. Pela terra, pelo ar e pela água, inclusive.

Ninguém vive bem isoladamente, sozinho, mas o Ebola também mostra que todos podem se infectar e morrerem juntos do mesmo mal perene veiculado pelo egoísmo fundamentalista e pela ambição bélica que atinge o planeta a gerar má distribuição de renda, cada vez mais injusta e disseminação da fome com as consequentes doenças incontáveis, a despeito de toda propaganda pelas causas humanitárias que fazem por aí...

De nada adianta cuidarmos do nosso jardim a ignorarmos as ervas daninhas no jardim do vizinho...

Não são apenas avalanches de campanhas e reuniões dos "Gs mais n do mundo" que consertam todas as fomes mundiais: é preciso compaixão verdadeira, vontade política mundial e competência para se fazer bem feito, inclusive saúde e promoção dos demais direitos humanos.

O Ebola não é só mais um vírus perigoso (mas evitável) que coloca a classe científica e política do mundo em pavorosa: é um termômetro de alarme holístico que nos soa alto, em profunda dor, a nos gritar que alguma coisa segue bem mal nesse mundo sem Deus...todavia lotado de semi-.deuses de poderes pífios, de tão ridícula resolutividade.

De quem o que se fala e o que se ouve...jamais se escreve.

Algo para se pensar...pensar...repensar.

Que Deus socorra esse mundo, com Ebola e com todo o demais..