Campo e cidade (Entre gaivotas)
Entre gaivotas, abril 09, 2006
Deixa eu chegar mansinho, contornando as tuas mãos. Fico paradinha, no silêncio de seus ossos, chorando baixinho… sem querer escutar. (Não me digas nada, sei que és imaginário, não precisas me lembrar.) Recebe-me, apenas. Deixa-me pousar.
Por que a noite não pode ser só noite? Se assim o fosse, poderia vir o dia. Mas essas estrelas, que ficam iluminando foscamente, confudem o breu.
Saudades de quando eu era... de quando éramos, no campo e na cidade. Agora tudo ecoa a egoísmo... Que tanto falta?
Silêncio e vazio: caem, caem e caem.... As folhas que viajam; os ramos que ficam expostos. Existe a promessa guardada, o vento...
Guia-me... deixa a água varrer nossas dores... trazer novos sabores... entre algas e espumas, faremos nova morada. A líquida entrega... o suave 'tacto', o veludo do mar.