A dupla marginalização dos jovens na sociedade e na educação.
Se a questão da mulher em Kleiman tem dupla vitimação nos sistemas educacionais, esse critério socioeducativo pode ser aplicado aos jovens em geral hoje, mesmo diante da melhora pequena da educação popular.
Para Kleiman (1995, p. 203), os significados do letramento, seu livro, faz crítica à sociedade androcêntrica e grafocêntrica. Em 1987, Magda Soares já havia mostrado essa marginalidade da mulher. Kleiman retoma esse argumento de que as mulheres ficaram reduzida à esfera doméstica e afastada da educação formal, tendo que apenas poder ler placas de rua e letreiros de feiras em função de seu deslocamento urbano e rural e compras em feiras e mercados.
A alfabelização ainda se constitui desafio quando jovens não conseguem se avançar na capacidade leitura e escritora por muitos motivos. Afetivamente e ideologicamente, sentem-se estranhos ao mundo escolar e sua rotina. A socialização e outros cuidados se somaram às demandas de uma educação popular, visto que os jovens não têm na comunidade alimentação, segurança, lazer, profissão, respeito pelos aparelhos de Estado. Embora discursivamente, as democracias elucidem leis para protegê-los, os jovens são vítimas de exploração, tráfico, drogas, violências de todo tipo em grupos armados e de policiais truculentos.