"ENSAIO SOBRE SONHO E REALIDADE/A NOVA BOA NOVA"

PARTE II

Quando estudamos sobre algum personagem de interesse, claro

que esperamos encontrar coerência entre sua vida e seu pensamento.

Claro que não é o caso da vida de Faulcault ( 1926-1984), apontada como desregrada e permissiva em confronto com sua obra pautada pela lucidez de pensamento. "O novo não está no que é dito, mas no acontecimento de sua volta." " A ficção consiste não em fazer ver o invisível mas em fazer ver até que ponto é invisível a invisibilidade do

visível." Foucault soube apropriar-se do projeto nitzscheano soberano

da destruição e transvalorização dos valores vigentes, ensinando-nos a DESCONFIAR da herança metafísica incrustada em conceitos supra

históricos como "o" homem, "a" verdade, "a" natureza, "o" poder, "a" razão, "o" corpo, "o" sexo". É de Foucault a máxima: "Se duvido, penso,

se penso, não sou loco."

Permito-me nesta altura do raciocínio dar um voto em favor do ser humano que premido pela angústia de seu sofrimento, com medo e frágil, pode sucumbir diante do medo da morte, da fome, da pobreza e da solidão, constituindo-se em um ser essencialmente psicanalítico.

O SONHO é a compensação, o REMÉDIO para enfrentar a condição humana que tem de passar pela porta estreita da REALIDADE,

a "ANGUSTIA" e manter a sua lucidez, ou assumir a loucura do SONHO.