vielas de giz
Casas sem massa;
vidas sem cor;
só as meninas
que andam nuas.
Lá, à noite,
o funk é melodia.
Depois as ruas, ficam vazias,
e os cenários são degradantes;
são como as veias,
de um corpo sem sangue;
e ao som dos bate estacas,
fingem-se amantes.
Lá as vidas,
são mais bonitas;
as rimas são silenciosas,
não tem milícias,só amores nus;
e este ignoram,
a dor das metrópoles.
malabaristas seguem no escuro,
e os bebes são feitos nos muros;
e as vielas guardam versos,
como se fossem páginas mal escritas.
(Edmilson Cunha)