Todos querem ser livres e desde sempre ouve-se falar em liberdade.
Na liberdade; nas coisas livres. Na liberdade de expressão, na liberdade de pensamentos. Na liberdade da autonomia. 
E se aprende também sobre o limite: onde o de cada um termina onde o limite do outro começa.
Eu pergunto, tu és livre? 
Pessoalmente não fui livre durante muito tempo de minha vida. E tenho cá as minhas dúvidas e algum dia serei.
Não sentia-me livre enquanto vivia com os meus pais. Era nos pensamentos e palavras, pois sempre pudemos nos manifestar como quiséssemos e nossas idéias - as dos filhos - eram respeitadas. Mas tínhamos horários para tudo. Normas para tudo. Éramos controlados.
Lembro-me de que eu sonhava em fazer dezoito anos e me mudar da casa de meus pais. Ter um emprego, ter minha própria casa e o meu próprio mundo. E ao fazer os dezoito anos isso não aconteceu.
Depois quando arrumei um trabalho, também não me sentia-me, pois tinha que cumprir horários, e fazer as coisas que me eram pedidas da maneira que pediam. Sem poder ter liberdade para desenvolver nada. Sentia-me como se fosse um soldado.
Quando fui em férias para Nova York me senti um pássaro. Primeira viagem para o exterior sozinha. Nossa, foi bom demais. Senti-me gente grande. Fui para ficar um mês, e logo, encontrei quem seria o amor da minha vida. E a liberdade de quase um mês de férias terminou num relacionamento para a vida. 
Como as pessoas podem sentirem-se totalmente livres, dentro de uma relação se uma vive respondendo e dando satisfação para a outra de seus atos? Como ser livre dentro de uma relação, tendo que estar preenchendo expectativas durante todo o tempo?
Até mesmo para o bom andamento de uma convivência saudável, precisamos nos podar de falarmos certas coisas, para que não criemos um clima, ou uma situação indesejada. E para que isso aconteça, somos tolhidos em nossa liberdade de expressão.
A liberdade é uma busca incessante. Vivemos querendo-a, mas não a temos realmente.
Não digo que todas as pessoas do mundo, não a tenham, pois há as pessoas que decidem ser livres dentro das possibilidades, estas decidem não viver em relacionamentos afetivos. Optam em viverem sozinhas encontrando seus amores em alguns lugares, e não se comprometendo para que não sejam tolhidas em suas liberdades mentais e vitais. Em seus direitos de irem e virem a hora que quiserem e acharem necessário. 
Eu não fui livre durante muitos anos de minha vida.
Hoje, sinto-me parcialmente livre. E essa é uma sensação parcialmente boa.
A liberdade esbarra sempre no limite do outro. O que realmente se tem é uma falsa sensação de ser ou não livres. Algumas pessoas vivem vidas mais livres, outras menos livres. Mas completamente livre, ninguém poderá jamais ser. Acredito eu.
Liberdade é um estado de espírito.
Pode sentir-se livre, um ser, numa cela de cadeia, temporariamente, mas sendo o corpo prisioneiro, logo afetará parte da liberdade de sua mente. Liberdade, liberdade, por que não nos liberta? 
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 19/08/2014
Reeditado em 01/04/2015
Código do texto: T4928586
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.