Às vezes, há tanto a ser dito, mas somente o silêncio traduz o que as palavras calam.
Algumas vezes,  o silêncio evita as palavras que poderiam melindrar.  
Outras vezes, as palavras são caladas porque não significariam, com exatidão, a intensidade dos sentimentos que o silêncio consegue transmitir.
E, com isso a vontade de falar vai, naturalmente, dissipando dos pensamentos tudo o que não seria adequado, ou propício, ou compreensível, ou discutível, ou entendido pelo destinatário, se as tivesse ouvido. E com o passar do tempo, no silêncio, mais e mais vai se apagando da mente as palavras que seriam cruéis, se tivessem sido mencionadas.
Ao perceber, no decorrer dos dias,  não resta uma única palavra a ser dita.
Fica, então, a vontade de que o outro soubesse o quanto é amado e o quanto foi poupado das tantas palavras que não foram proferidas no escopo de não lhe ferir a alma.
O silencio - mesmo quando não é compreendido - demonstra as melhores das intenções. Seu significado por mais que posso doer, dói menos do que se fossem ouvidas palavras, insanas, ditadas por sentimentos feridos e impulsivos.

 
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 17/08/2014
Reeditado em 25/07/2015
Código do texto: T4925916
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