Meu pai foi um grande exemplo de bom caráter, de dignidade, de honestidade, de moralidade e principalmente de generosidade. Ele tratava os mendigos que batiam à porta de nossa casa a "pão de ló". Servia-lhes generosos pratos de comida ou oferecia-lhes sandwiches dos pães caseiros que ele mesmo preparava. Tenho lembranças lindas da minha infância: Lembranças do meu amado pai. 
Ele fez para mim um balanço de madeira e o pintou de amarelo, nele tinha três acentos de madeira presos nas cordas, para os meus primos, ou para os amiguinhos quando iam me visitar, poderem também se balançar.
Lembro-me também que ele pegou duas latas de leite ninho vazias, fez furos no centro delas e colocou uma corda grossa até a altura de minhas mãos, dando um nó na corda pelo lado de dentro do furo que havia feito no centro das latas. Para que eu pudesse subir nelas e com elas caminhar. Também fez duas pernas de pau. Dessas que vemos os palhaços usarem no circo. Acho que por isso aprendi a me equilibrar.
O meu pai sempre gostava  de me surpreender com um brinquedo feito por ele. Muito carinhoso era o meu pai. Gostava de  me levar com ele nas missas de domingo. Foi assim que aprendi o valor das orações.
Ele me carregava na garupa de sua bicicleta, para passearmos pela orla marítima. Tenho muitas lembranças gostosas da companhia do meu amado pai.
Durante toda minha vida, o meu pai esteve do meu lado. Sempre apoiando e me admirando. Ele me chamava de o "dengo do pai".
Éramos muito unidos. Ele torcia para o Vasco da  Gama e eu para o Botafogo. Sempre torcíamos para os dois times. Quando nosso time perdia para o time do outro, não gostávamos, claro, mas ficávamos conformados. Assistíamos corridas automobilísticas, juntos, aos domingos e torcíamos fervorosamente. Ele era super amimado. O meu pai era uma alegria 
ambulante.
Em nossas vidas, nos demos muito amor e carinho e ficamos sempre juntos, literalmente falando, até que a morte nos separou. Foi quando o Cancer o tirou de mim. Fiquei pertinho de meu pai, até  seu último suspiro. Foi muito dura,
essa visão. Mas o tive em minha vida, enquanto ele viveu.
Puxa vida! Que saudades do pai. Às vezes, ainda ouço sua voz dizendo: "meu dengo, você era tudo que o pai sempre sonhou".
Ele sim, foi mais do que um sonho. O meu pai foi a minha linda realidade.
Que saudades! Que saudades! Que saudades de meu pai.
Mari S Alexandre
Enviado por Mari S Alexandre em 14/08/2014
Reeditado em 15/08/2014
Código do texto: T4922222
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