Reflexões apocalípticas

Pressuposto 1: A economia chinesa superará a americana, tornando-se a a maior potência mundial, ainda esse ano.

Esse fato deslocará o eixo do poder no planeta; os chineses desbancarão os americanos, logo passarão a dar as cartas, ditar as regras.

A economia americana anda estagnada, o dragão chinês chega embalado, em poucos anos terá dobrado seu tamanho.

Sob novos olhares, estimativas econômicas, como o PIB, serão alteradas; o arroz chinês, por exemplo, será avaliado a preço similar ao americano, corrigindo distorções das aferições atuais e revelando superioridade ainda maior da economia chinesa. Novas regras, novas metodologias, acentuarão ainda mais a diferença.

Um novo modo de ver o mundo será lançado; diferentes ângulos de todas as coisas serão revelados.

Pressuposto 2: O poder não costuma se entregar sem luta.

É possível uma transição pacífica, um deslocamento consentido do eixo de poder, mas não é usual. Mais provavelmente os detentores do poder exigirão para si a manutenção dos privilégios que possuem há décadas. Se assim for, outros, mais poderosos, se sentirão compelidos a impingir, à força, sua vontade. Nesse caso, haverá guerra. Há sinais de que isso ocorrerá, note que o mundo está tão polarizado quanto nos momentos que antecederam outras grandes guerras.

Já profetizei a emergência de um guerreiro à presidência dos Estados Unidos nas próximas eleições, antes que a inflexão do poder seja consolidada. Esse homem localizará as causas da crise no oriente, diagnosticará a inutilidade de intervenções econômicas para eliminá-la e proporá a guerra como solução.

Caso eleito, haverá conflito. Ocidente e oriente se digladiarão encenando o maior conflito jamais visto. Não se descarta uma vitória relâmpago do ocidente, após brutal ataque inicial. A continuação do embate fará a força pender para o outro lado; tendo conseguido resistir ao primeiro ataque, o oriente se fortalecerá a cada dia, até alcançar o equilíbrio bélico e sua superação, em seguida. Torçamos pela evitação do confronto.

Em qualquer dos casos, no entanto, o mundo não será mais o mesmo. Novas ideias, ou antigas, mas desconhecidas aqui, se apresentarão para nós. Novas maneiras de ver o mundo estarão à escolha. A visão de mundo única e depauperada que conhecemos e compartilhamos será desafiada. Várias possibilidades se apresentarão à nossa escolha: o mundo se diversificará a nossos olhos.

A revolução é iminente; abrupta, se houver conflito; contínua, na ausência desse.

Acabamos de assistir, de protagonizar aqui no Brasil, essa grande festa mundial, em torno da copa. Como em uma nova Babilônia propiciaremos, em breve, outra grande festa, talvez, a maior de todos os tempos. A humanidade nunca foi tão rica, nem tão numerosa. Promessas tenebrosas de sangue e mortes pairam sobre todo o planeta; tempos de penúria talvez estejam por vir.

Regozijemo-nos enquanto há fartura, brindemos, sorvemos cada gota de alegria, cada segundo de euforia por estarmos vivos; patrocinemos aqui a grande confraternização entre os povos e festejemos como se não houvesse amanhã!