SÁBIOS OU LOUCOS?

Você sabe qual é a importância de assumirmos que somos loucos? É o fato de termos a possibilidade de acertar através da nossa suposta loucura. Você sabe qual é o risco de assumirmos que somos sensatos? É a possibilidade de cometermos um erro inimaginável através da nossa suposta sensatez.

Veja bem os jornais! Pessoas que não reclamavam nada nem de nada já cometeram grandes atrocidades. Pessoas muito caladas já explodiram. Não estou dizendo que toda pessoa que não reclama seja propensa a cometer atrocidades. Aquelas que falam muito também cometem grandes erros. Mas não é normal ficar sempre no silêncio. Não é normal não reclamar. Não é normal não exigir nada. Há um momento na vida em que certas pessoas não aguentam o peso do silêncio que elas carregam e explodem. Muito cuidado! O importante é buscar o equilíbrio em tudo o que se faz e o que se é. Nem sempre calmos, nem sempre reclamando. No livro “Ética a Nicômaco”, Aristóteles nos ensina a justa medida. É um livro excelente!

Busque praticar sempre o bem! Evite sempre a prática do mal. Platão nos diz que “é melhor sofrer do que praticar uma injustiça contra alguém”. Veja a importância desse pensamento: se cada pessoa evitar praticar injustiça contra alguém, ninguém será vítima dela.

Não importa se nos chamarem de sábios ou de loucos. O importante é a coerência entre o que dizemos e o que fazemos, mas, o que dizemos e o que fazemos não podem ser maus. O importante é a coerência entre o bem que professamos e o bem que praticamos.

O grande pacifista do século XX, Mahatma Gandhi, por quem eu tenho uma grande admiração, cujos ensinamentos eu procuro seguir, dizia que não procurava ser coerente com o que dizia, mas fazer sempre o bem. Ora, segundo Gandhi, às vezes erramos, e, se erramos, não devemos manter a coerência com o erro que dissemos ou fizemos. Dessa forma, tudo bem, concordo! Podemos voltar atrás, caso tenhamos errado no que dissemos ou fizemos. O importante mesmo é praticar sempre o bem, "em pensamentos, atos e palavras". Não devemos ser coerentes com os nossos erros. A nossa coerência deve ser com o bem.

Precisamos praticar o bem através das nossas palavras, dos nossos atos e das nossas atitudes, através das nossas “obras”, como diz Tiago, no Novo Testamento. “Fé sem obras é morta”, afirma Tiago. “Mostra-me a tua fé sem obras, que eu te mostrarei a minha fé através das minhas obras”, afirma esse grande cristão no Novo Testamento.

Isso significa que o nosso comportamento e a nossa vida devem mostrar a nossa fé. Eis um grande desafio para todos nós que nos dizemos cristãos! Eu tenho muito medo de me chamar de cristão, porque essa palavra é comprometedora. Eu não tenho medo de me comprometer. Eu tenho medo do peso dessa palavra. O que eu faço é procurar seguir os ensinamentos de Cristo. Não sei se sou um cristão. Cristo sabe se o sou, ou não. Ser cristão é ser seguidor de Cristo. Não basta confessar-se cristão. É preciso viver como cristão, igual a Cristo.

Como eu disse anteriormente, não importa se nos chamarem de sábios ou de loucos. Eu já fui chamado de sábio e de louco.

Nunca se esqueça de que cada pessoa só pode nos olhar e nos ver com os olhos que ela tem. Cada pessoa fala de acordo com o que está na própria cabeça e no próprio coração. Nunca se esqueça de que cada pessoa só pode falar e agir de acordo com o que (ou quem) ela é. “A boca fala do que está cheio o próprio coração”, disse Jesus aos fariseus.

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 13/07/2014
Reeditado em 14/07/2014
Código do texto: T4880240
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.