- Em 1537, o Cientista Polaco, Nicolau Copérnico, lançou a Teoria Heliocêntrica, em meio à hegemonia da Igreja Católica, totalmente contrária a qualquer tipo de mudança que viesse de encontro à realidade de mundo por ela pregada e assumida. Com isso, a semente de um novo mundo germinara-se através de uma nova ideia de se conceber o Universo, em detrimento a mentalidade vigente na época, tal qual, tudo deveria ser compreendido com naturalidade e resignação, onde a terra ocupava fixamente o centro do sistema solar, portanto, destituída de quaisquer movimentos. Quaisquer ideias contrárias a essa linha de pensamento seriam consideradas heresias, sendo julgadas e punidas pelos Tribunais da Inquisição. Todavia, as ideias foram gradativamente brotando da luz de outros pensamentos, espalhando-se como se fossem ondas nas praias a lavarem os pés encharcados de lama daqueles que durante muito tempo, foram responsáveis pela construção de cemitérios ambulantes onde deveriam ser enterradas as novas formas de compreender a realidade concreta. Nesse contexto, arfava-se uma atmosfera contaminada de mitos e pecados, resultando em agonias sofridas pelos seus protagonistas, na busca da concessão de perdões aos pés do altar santificado por eles criados. A cada avanço dos cientistas, filósofos, contestadores em geral, diagnosticava-se a preparação da Igreja para um novo alçar de rumo assentado na fé e a esperança de manter-se dominando sob os acordes de sua doutrina, hermeticamente, enclausurada na redoma de seu corporativismo religioso. Surgiram vários pensadores, cientistas, poetas, artistas, visionários de uma nova mentalidade de mundo. Jan Amos Comenius (1592 a 1670), protestante Tcheco, fazendo uso da Revolução escrita, inventou a cartilha e o livro texto para beneficiar seus discípulos na aprendizagem da leitura da Bíblia, tendo também revelado sua preocupação com a Educação de Crianças na obra chamada “Carta Magna”. Surgiu, Galileu Galilei, demonstrando através de seus experimentos, a veracidade da teoria de Copérnico. Ao mesmo tempo, crescia no Ocidente uma nova corrente filosófica do pensamento, batizada sob o título de “Iluminismo”, visceralmente contrária às imposições e cenários da época, buscando refutar a qualquer custo o período das trevas imposto pela Igreja. Dentre os iluministas, o suíço Jean Jacques Rousseau (1712 a 1778), advogava que o princípio fundamental de um melhor tipo de educação seria o de estimular na criança os prazeres de amar as ciências e seus métodos. Também propunha que a criança através da brincadeira e o canto, pudesse desenvolver a criação de princípios para a construção de sua própria identidade. “O “homem nasce bom, a sociedade é quem o corrompe”. Contudo, a força do poder ainda que morta foi embalsamada e refletiu por muito tempo o odor de sua presença. A Igreja católica manteve seus costumes e tradição em certos lugares da civilização Ocidental. No Brasil, a escola Jesuítica trazida pelos padres, não foi exitosa quanto a perspectiva maior de religar o índio a outros costumes e falas. Por outro lado, no “além mar”,  a Arte e a Literatura ganharam expressões mundiais através das obras de Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael, Shakespeare, Cervantes, Camões. Enquanto isso, a criança da época sofria os dissabores do pensamento em voga. Um tratado sobre educação de 1646, afirmava: “Só o tempo pode curar o homem da infância e da adolescência, idades consideradas imperfeitas sob todos os pontos de vista”. Por outro lado, pouquíssimas mulheres do século XVII e XVIII amamentavam seus filhos, alegando motivos diversos como: fraqueza de constituição física, perda da beleza, além da ordem moral e social que as apoiavam quanto a essas justificativas. O filho era um empecilho à vida da mulher no passado. Surgiu então, a figura das “amas de leite” que permaneceram na cena familiar durante séculos, até que as mães começaram a desenvolver um sentimento de revolta em relação ao tratamento degradante com que eram tratados seus filhos. No ramo das Ciências o conhecimento científico foi intensificado com a adaptação e invenção de instrumentos de pesquisas. Surgiu o microscópio composto e a “célula morta” foi descoberta (Robert Hooke), estabeleceu-se a Teoria celular (Schwann e Schleiden), o homem enveredou-se na pesquisa de suas origens e evolução dos seres (Jean Baptiste Lamarck, Charles Darwin), a máquina a vapor foi inventada ( James Watt ), o Capital foi publicado (Karl Marx), a Psicanálise ( Sigmund Freud) tornou-se um referencial metodológico no enfrentamento de problemas ligados ao abstrato emocional e, o termo Educação, em tese, passou a ser usado como instrumento invisível a manter regalias nas mãos dos poderosos, que se aproveitam da visão desarticulada de mundo da grande maioria das pessoas, e a creditarem os desmazelos e improbidades do homem, a falta de educação, sem tirarem as mãos dos bolsos da nação. Importante salientar que após a Revolução Francesa, seus ideários foram fragmentados entre o Capitalismo, o Socialismo e as Religiões e Seitas. A “Liberdade” passou a ser patrimônio dos Americanos do Norte, a “Igualdade” foi abraçada como rito final pelos Russos, e a “Fraternidade” coloriu o pensamento das Doutrinas e Seitas Religiosas. No Brasil, na tentativa de justificar os desmembramentos decorrentes das grandes concepções ideológicas, criou-se uma escola gratuita, universal, laica, leiga, lisa e abandonada. Em termos comparativos, a história da educação brasileira é um quarto escuro cheio de cadáveres entulhados pelo enterro vivo de leis, resoluções, planos, propostas, programas, documentos diversos, promovido à educação brasileira. Após a expulsão dos jesuítas em 1759, pelo Marquês de Pombal, pouco ou nada se fez até a primeira lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional (LDB).