Palavras sobre o Belo
A beleza é móvel. Mas não por conta do tempo que passa para tudo e todos, de forma equivalente. A beleza é móvel pela transformação, ou melhor descoberta de si daquilo que dela decorre.
Em outras palavras, a descoberta de si enquanto individualidade, aflora ou realmente demonstra que não há beleza naquela individualidade. Enquanto que para aquilo que é indivíduo e é somente "um" (não é um si, mas um objeto somente), tudo depende não do tempo que faz a beleza correr, mas do olhar da(s) individualidade(s) sobre o objeto.
Se as individualidades mudaram (de gosto, de forma de ver o belo), aquele objeto para elas, perde o sentido de ser belo. Assim como pode voltar a ganhar, ou ganha com outra individualidade que o toma como tal, que o toma como belo -- se há sentido no seu si, para tal. Ou mesmo nunca deixou de perdê-lo.
Assim como admiradores da Monalisa. Assim como para colecionadores de carros antigos. Aonde para uns "é só um carro velho apodrecendo", para outros é o belo que ainda reside, e que lhe basta ser, novamente aflorado. Está em potência.
Portanto, há a imobilidade ou relatividade no belo? O belo enquanto tal, persegue somente o bem em ato. Aonde houver o bem em ato, há o belo ao ser redor (essa foi mística, rs).