PELOS "DESGRAMADOS" CAMPOS DAS " GOLDEN- BOLAS"

"Afinal, qual razão comandaria um coração torcedor e apaixonado?"

A minha presente linha de pensamento se inspira numa frase que li numa rede social, frase em desabafo duma internauta e que foi postada minutos antes do Jogo BRASIL X COLÔMBIA: "hoje meu coração é metade vitória e metade derrota".

Confesso que a mim foi uma frase de tremendo impacto aos meus pensamento e sentimento, e claro, me inspirou o presente ensaio, principalmente porque depois a internauta explicava que temia pelo que pudesse significar para o todo do atual contexto "sócio-político" do Brasil uma vitória nossa no campeonato mundial de futebol da FIFA.

Bem, ali não existia nenhuma novidade do sentimento vigente porque é fato que o Brasil se dividiu em duas correntes muito notórias: a dos "prós" e a dos "contra" a realização da Copa de Futebol no nosso país.

Começo minha premissa de que existe uma terceira corrente: a dos que conseguem, já frente ao campeonato que se desenrola em tempos de semifinal, diferenciar o desporto da política, embora ambos estejam intimamente arraigados nos palanques dos discursos eleitoreiros e das pretensões futuras das urnas.

Torcendo pelo país num palpitante amor patriota, consegui entender que todo e qualquer talento, seja ele individual ou coletivo, não pertence a político algum.

Se nos há vitórias sofridas em todos os campos, as vitórias são nossas, do fustigado povo brasileiro, porque o país é "de e da" construção de todos nós.

O que a política séria faz é proporcionar meios aos talentos para seu desenvolvimento em prol a Nação em todos os campos, para o benefício coletivo que for.

Quando há gastos excessivos para a realização desse ou daquele projeto social, como ocorreu com a Copa 2014, o mérito não está apenas em se avaliar a necessidade do tal projeto em se realizar sob determinados moldes, mas sim e principalmente, está na análise setorial se há ou não a adequada gestão do tal projeto.

Se iniciado...que frutifique para o bem da coletividade, não há como recuperar o vento que passou.

E o desporto, seja ele qual for, também é prioridade social porque, de forma contundente, também difunde na sociedade muitos do que nos falta ultimamente por aqui: foco, garra, disciplina, seriedade, respeito e resultado.

E por gestão entenda-se tudo:avaliação da necessidade, estudo do meio, planejamento de logística, otimização de custos e busca de resultados eficientes, tudo isso dentro da melhor relação custo/benefício.

A boa gestão está em todo setor da vida privada e coletiva, inclusive na copa do mundo liderada pelo compromisso dos "coachs", todavia, a má ou a boa gestão não tiram o mérito dos talentos envolvidos no trabalho de campo.

Quando vejo a seleção brasileira de futebol jogar no seu histórico potencial intrínseco, atávico até, como aconteceu no jogo que nos levou à semifinal com a Alemanha, sinto que talento não tem preço, e seu custo operacional não determina a sua eficiência em campo.

Ninguém segura o talento, nem com boa e nem com más intenções.

Conclusão: apenas acredito que poderíamos ser campeões em tudo...com custos mais otimizados e coerentes.Esse seria um gol de placa mesmo: baratear todos os nossos onerosos custos.

É por isso que independentemente de qualquer questão de gestão política, torço pelo meu país quando a bola rola em todos os campos, inclusive nesse atual campo da Copa do mundo de Futebol de 2014, sejam eles campos adversos ou não.

A nós Brasileiros compete fazermos a nossa parte, ainda que anonimamente, para que todos os nossos campos prontamente frutifiquem, e decerto que não será torcendo contra a seleção brasileira de futebol que reconstruiremos os danos dos nossos retrocessos sociais algo maquiados, porque nosso buraco social é bem mais abaixo da vitrine da grama que verdeja ao mundo, onde atualmente rolam as "golden-bolas" padrão FIFA.

Vale pensar e repensar, que político é quase sempre um "ser falacial" que confisca para si todas as palmas endereçadas aos gols alheios, gols do seu povo, a quem representa e a quem lhe deve prestação das planilhas dos custos e da eficiência dos serviços, lembrando que tais gols dificilmente sairiam de pés "políticos-politiqueiros"...

É muito mais fácil discursar do que fazer "em campo".

Os gols e vitórias brasileiros no campo de todas as copas desportivas e sociais...pertencem ao Brasil, o país dos brasileiros, é bom que fique bem claro.

em concluão por dedução, nenhum governo sobreviveria sem os pés e sem as mãos do seu povo, eis o meu silogismo frente a minha premissa de torcedora consciente e apaixonada pela causa, independentemente de outras causas...sempre respeitando os que sentem diferentemente do meu sentimento.

É por isso que torço fervorosamente pelo meu país, não por amor aos políticos, longe disso, mas porque torcer contra seria paradoxalmente infrutífero...ao todo do qual todos nós fazemos parte.

Bons campos ao Brasil, é o meu desejo de brasileira!

Com ou sem "golden taça".

Porque ao término da competição o que mais nos urgirá é que continuemos a pontuar nossos "goldens- gols" nos demais campos ora tão " desgramados", já me lamentando pelo necessário e textual trocadilho.