Pequeno Ensaio da Imaginação
Pequeno Ensaio da Imaginação
Instrumento de fé e magnitude.
Ninho hereje da santidade.
Compasso régio de criação
na prancheta mental do arquiteto.
Mão de artista a compor paisagens
entrelaçadas de sonhos monocromáticos
e mistérios coloridos.
Espaço liberto de leis
e apelos de quaisquer instâncias
Desregrado por si só
e por isso consistente.
Oceano sagaz, inquietante ...
Plano anti-gravitacional
a separar chãos e pés.
A moldar bem e mal
na simbiótica e lúdica união
que transcende.
Na inspiração das coisas suaves,
pungentes e imperiosas
que vêm em revoada
devoradas pelos sentidos
conectados diretamente ao infinito azul.
Olho que decompõe o mundo
e depois vai reconstruindo.
Do seu jeito. Minuciosamente...
Organismo vivo em estufa
a acolher sementes sábias
e raízes delinquentes.
De onde brilham flores
ardentes e translúcidas
entre vitrais de dores latentes.
Moldadas em argila e massa cinzenta.
Chave reveladora de mundos
dantescos ou paradisíacos...
Da origem e do que não finda.
Do Alfa ao Ômega...
E bem mais adiante.
Que permita abrir trilhas
em algum plano diferenciado.
Ou talvez um portal
no relativo espaço-tempo.
Mas isso não importa .
O que vale são as viagens que ela possibilita.
Mente adentro. E corpo afora...
Claudia Gadini
26.07.05