Ousadia

Vislumbro minha ousadia como forma de acalanto no findar do dia que se levanta para sonhar com a noite.

Arrisco-me à espera do dia como cotovias cantando soltas;

Melodias de alma descansando debruçada na janela;

Alma em luto no refugo do dia,

Trajes de noite na escuridão do dia

como tarântula no vão da fresta da porta.

Emberno meus medos na textura do dia;

Olho pela penumbra a despedida do sol;

Vejo no entardecer a leveza dos pirilampos,

A beleza do piscar das luzes no indicar dos caminhos transversos

acendendo lembranças e vontades desejadas, acorrentadas à alma.

Amarro meus medos na soleira da porta e voo entre os rochedos;

Alio-me as estrelas numa súplica de infinito.

E findo as esperanças nos sonhos da noite.

SOLANGE OLIVEIRA
Enviado por SOLANGE OLIVEIRA em 06/05/2014
Reeditado em 07/05/2023
Código do texto: T4796562
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