Sussurros

O sussurro do dia diz que intermináveis são os afazeres e a noite cai cansada da labuta do dia.

Ouço minha voz gritando por você que não chega;

Terras longínquas! Imagino que caminhas.

Por aonde vou não te encontro nos sonhos

Desassossegada alma que espera na promessa do dia que principia.

Solitária! Caminho entre as estrelas procurando um brilho de olhar;

No crepúsculo da manhã vejo o orvalho caindo em um leve morrer...

Entre terra seca e uma promessa de renascer.

Um fio obscuro surge levantando os torrões e brota; há vida no entardecer...

Uma angústia serena acalanta a alma em uma leve esperança de começo e recomeço.

Como o ciclo eterno do renascer na roda da vida;

As moiras tecem seus próprios destinos cuidando dos outros;

Intuição peregrina de começo e fim, findar e recomeçar;

Lagarta retorcendo fio a fio em um esforço de borboleta;

Existe algo de esperança teimando em ser e renascer... Sempre!

Dor de principiante em um coração generoso com vontades da alma.

O sentir do morrer e do renascer no raiar do dia;

Na promessa que descuida da razão e vai sonhar.

Solange Oliveira