AO LUSCO -FUSCO DA TERRA:

ensaio/mensagem

por Mavi

A teologia ensina que como Homens mudamos muito pouco e bem lentamente ao longo do tempo.

Há os que espiritualmente acreditam que, a despeito da lentidão dos sentidos, sempre mudamos para melhor.

Todavia, na leitura das escrituras, se entendermos a Bíblia também como um "compêndio antropológico", percebemos que nos seus livros mais humanísticos como OS SALMOS, OS PROVÉRBIOS E ECLESIASTES, praticamente mudamos nada de lá para cá, socialmente analisando, ao menos.

Os sofrimentos descritos, as angústias, os pedidos por socorros são sempre muito parecidos com nosso mundo "on line".

Em tempos como os nossos, de tantas dificuldades para a convivência humanizada entre os Homens, havemos de observar que o Homem continua o mesmo LOBO DO HOMEM através dos tantos tempos.

Não observo nada mais pernicioso na nossa existência do que o próprio semelhante.

O Homem é o ser mais violento contra o meio e contra si mesmo.

É paradoxalmente construtor e destruidor da própria felicidade.

Em tempos de mudanças tão rápidas no planeta, algo como um drástico movimento que procura peneirar o trigo do joio a toda hora, decerto que somos e temos sido muito mais joio a contaminar as nossas horas de existência trigal .

Não nos bastam palavras ao vento, havemos de ser atos.

Pequenos atos bons, ainda que silenciosos, já nos bastariam para amenizar nossa atual resultante de forças existenciais tão maléficas.

Não nos arrazoemos na linha reta da mediocridade que nos extermina.

Nivelemo-nos pela régua da supremacia espiritual!

Que nossos atos, sejam eles individuais ou coletivos, os advindos de pessoas comuns, do povo, ou de pessoas ditas poderosas nas teses dos discursos de comandos politicos e sociológicos, enfim, sejamos quem quer que sejamos, sejamos gente de bem, gente voltada para o bem real, não àquele pseudo-bem subserviente ao mal inaparente, o mal que num círculo vicioso sempre leva vantagem de todo mal ; não nos deixemos enganar por ilusões de descaminhos, que aproveitemos nosso tempo para fazer alguma diferença antropológica pelos tempos atuais, horas tão turbulentamente violentas dessa nossa caminhada humana histórica, cada vez mais desumanizada.

Que possamos desejar para cada um de nós, com requintes de lealdade, tudo aquilo que também promovemos de verdade para o outro.

Teologicamente nos ensinam que somos a imagem e semelhança de Deus.

Um Deus que espera urgentemente que sejamos dignos dessa permissão de uso da Sua sagrada imagem, tão deturpada atualmente por seres desnorteados, cada vez mais distantes dos desígnios Divinos.

Que Deus urgentemente nos mostre os caminhos a ser retomados pela humanidade, que nos advenham líderes mundiais comprometidos sinceramente com os verdadeiros caminhos, sob pena de continuarmos em perene e holístico sofrimento: na infelicidade do progressivo e incontrolável desmantelamento do todo.

Enfim, num paraíso prometido, atualmente muito distante de todos nós.