DANIEL ALVES E O PRECONCEITO
Atualmente, o preconceito está se mostrando uma das armas dos fracos e covardes. No futebol, torcedores chamam de macacos aqueles que têm a pele negra. Jogadores de pele negra são vítimas de preconceito. Estamos voltando ao estado de natureza, como teorizava o pensador inglês Thomas Hobbes. Em tal estado, "O homem é o lobo do próprio homem".
O jogador brasileiro Daniel Alves teve uma atitude soberana, ao ser vítima de preconceito numa partida de futebol. Ele comeu a banana que um torcedor lhe deu.
Uma banana, ao ser direcionada a alguém, deixo esta explicação para a posteridade, para não me criticar sem fundamento, significa, no século XXI, que quem a recebe está sendo chamado de macaco.
A atitude de Daniel Alves mostra soberania, ironia. A atitude desse jogador recebe a minha admiração.
Não simpatizo com aqueles que choram diante do preconceito. Não devemos chorar. Devemos mostrar atitude superior.
Não simpatizo com aquele árbitro que, há pouco tempo, foi vítima de preconceito. O que ele fez foi chorar. Interpreto essa atitude do árbitro como se os de pele negra fôssemos coitados; como se fôssemos pessoas dignas de compaixão. Essa solidariedade que os de pele negra recebemos parece comiseração.
Não temos de ficar calados. Não temos que nos sentir vítimas. Temos de nos sentir seres humanos e exigir respeito aos nossos direitos. Não há nenhum ser humano superior a outro ser humano, não importa a cor da pele; o que importa é o essencial em nós.
Devemos ser rigorosos com aqueles que nos ofendem e nos caluniam. Devemos punir aqueles que nos machucam. "Devemos pagar o mal com a justiça", dizia o justiceiro chinês Confúcio. Devemos ser rigorosos com aqueles que se sentem melhores do que nós, só porque têm uma pele clara e nós temos a pele escura. Os que assim se consideram são todos mentecaptos.
Os de pele negra não precisamos de solidariedade de ninguém; não precisamos de compaixão. Precisamos de justiça aplicada para toda a raça humana.
Preconceito é coisa de mentecapto.