Sociedade de Consumo, Trabalho e Meio Ambiente

A relação entre os seres humanos e o meio ambiente resultou na transformação da realidade, a cultura, a organização social e a maneira de perceber o mundo. Na percepção das leis da natureza, a espécie homo sapiens obteve os conhecimentos necessários para estabelecer sua reprodução e a manutenção do seu modo de vida. As comunidades primitivas exploravam o ambiente na obtenção dos recursos naturais que forneciam alimento, abrigo, defesa, etc. Da relação homem x natureza surgiu o trabalho. A economia extrativista sempre acompanhou a humanidade no avanço de suas tecnologias e ferramentas.

A exploração econômica ininterrupta acarretou na degeneração de ecossistemas que equilibravam as condições climáticas do planeta. Após a revolução industrial (séculos XVIII, XIX), a sociedade capitalista enfrenta um dos seus maiores dilemas: a preservação do meio ambiente. Com o aumento demográfico mundial, quais são as condições ambientais que encontrarão as futuras gerações?

Cientistas, políticos, intelectuais e religiosos questionam e debatem as medidas a serem adotadas em escala planetária. Na esfera política, os industriais desmerecem as discussões preservacionistas devido às altas margens de lucro acumuladas através da economia poluente, a exemplo do petróleo. As relações sociais massificadas amplamente divulgadas pela mídia oferecem uma gama de valores distorcidos e comportamentos fúteis e imediatistas que favorecem a degradação ambiental na sociedade de consumo. Pouco se discute sobre a importância da inversão e ruptura com o paradigma industrial racionalista para garantir medidas eficazes de preservação da atmosfera terrestre.

Muitas sociedades do passado sucumbiram devido a intensos colapsos ambientais causados pela falta de planejamento no manejo do habitat em que viviam, a exemplo dos rapanui na Iha de Páscoa. E a sociedade contemporânea não estará isenta desta perspectiva apocalíptica, apesar de todo aparato tecnológico. As relações sociais e o meio ambiente são como um espelho; o meio ambiente reflete o nível das relações sociais de determinada sociedade e vice-versa.

O excessivo investimento para transformar o capital em mais capital em detrimento de relações mais saudáveis, pacíficas, éticas e morais, trará um prejuízo inestimável para a humanidade. O atual modo de produção econômico reforça a mentalidade egoísta dos homens, mas não sejamos deterministas! Existem possibilidades, alternativas e soluções... Ações no plano local com a intenção de colaborar globalmente para uma relação saudável com o meio ambiente torna-se urgente!

Publicado em Jornal Litoral Norte RS