Quero ser bambu!
Prezados leitores, acabo de passar 30 dias viajando na China, Hong Kong, Macau e Japão. Nesse momento estou no espaço aéreo da África e refletindo sobre como o mundo é fantástico.
Até as diferenças, acredito eu, tem um propósito maior: a evolução do ser humano!
E quando eu viajo reflito muito sobre tudo isso. Quem eu sou e quem eu quero ser são perguntas que me faço em cada viagem.
Acho que ver um mundo diferente do que aquele em que vivo me faz pensar que nosso jeito viver, aquele que julgamos certo, talvez não seja. De repente nem exista um jeito certo. Pois, se no mundo todo, as pessoas vivem cada qual à sua forma... E tentam viver bem 'à moda da casa'.
Na China, tive um choque de realidade. Os apertos que passei na hora de escolher comida, a falta de orientação ao andar na rua, pois nos primeiros dias eu não conseguia ter uma referência: aqueles símbolos que para eles dizem tudo, para mim, não dizem nada e tampouco me trazem alguma conexão cerebral.
Ainda assim, encontrei uma sociedade extremamente sedenta pelo novo, pelas tecnologias, mas cerceada pelo governo. Nem facebook, Twitter, youtube são legais lá. Nessa semana, soube pelos jornais, um blogueiro foi condenado por falar sobre política e ter tido alguns compartilhamentos da sua opinião.
Ele teve que falar publicamente que a liberdade individual não supera a ordem social. Pegou 3 anos de cadeia.
É... Que governante quer um bilhão de pessoas na rua?
Ainda assim... É um povo acolhedor. Admirei-o. Curioso pelo novo. Talvez seja a mesma sensação de quem passou muito tempo no deserto. Com certeza não deixa sobrar água no copo. Os chineses são assim. Trabalham e querem a melhor tecnologia, eu acho até que as tranqueiras produzidas lá são todas exportadas. Tudo que vi na mão dos danados foi tecnologia de ponta.
Gostei muito da China e recomendo uma viagem pra lá. Aliás gostei mais da China que do Japão. Encontrei lá mais da minha tão desejada viagem exótica ao Extremo Oriente.
Mas o Japão... Ah... O Japão...
Primeiro mundo é lá.
E não falo isso só por causa da economia e da tecnologia, mas por causa do povo.
Acho que o japonês vem de uma linhagem alienígena que deu certo...educação, pontualidade, coração bom. Quantas vezes, sem falar nada de inglês, o japonês pegava no meu braço e me levava exatamente onde eu queria ir? Quantas vezes falam obrigado por qualquer gentileza que você faça. Ao passar por um japa na rua, olhe pra ele, ele fará uma saudação sutil que indica respeito.
Taí uma verdade. Estamos há anos-luz de uma sociedade japonesa. Desejei ter nascido lá.
Diferentes à sua maneira, ambos tem um elemento em comum. O bambu que vemos nos jardins de ambos é um símbolo da sua força. E vou contar pra vocês porque eles gostam tanto dessa planta. O bambu é forte, balança com vento, tempestade, terremoto, mas não quebra, não cai. É assim que esse povo tenta ser. Apesar das dificuldades e obstáculos, eles balançam, mas não quebram. Não jogam a toalha.
Moral da história: quero ter um bambu na minha casa nova. Pra tentar me lembrar todo dia disso. Pois na minha reflexão sobre quem eu quero ser, a resposta é essa. Quero ser bambu!