Brumas

Na beira,caminhada interrompida...paradesa,olhos fixos...ainda não deu tempo para a face demonstrar.

Vulto.indigente,como todos os vultos.Ela do penhasco,apenas fita as ondas ameaçarem a terra firme.

Pouco mais abaixo eu a miro em diagonal,como Anjos a sustentar uma Santa.

Seus olhos,como todos os olhos,iniciam uma traição,distorcendo a frieza estampada em sua face.Estou diante do espetáculo e prenuncio enredo de desabafos...Desenganos tolos.

Ela,cobre a cabeça em panos e,à medida que seu corpo gira para retorno, me olha de cima.Parece com...nada!Apenas mira em frente e desce caminho.Nenhuma palavra,nenhuma blasfêmia...apenas um vento ousa arrancar-lhe o véu.