ESBOÇO PARA UMA COMUNICAÇÃO DIRIGIDA À MULHER: UM ENCONTRO FEMININO NA LOJA MAÇÔNICA COTINGUIBA

Este ensaio tem por objetivo apresentar um esboço referente à comunicação dirigida à mulher, realizada em um encontro feminino na Loja Maçônica Cotinguiba de Sergipe. O tema abordado foi o da mulher, sua importância e papel que desempenha na humanidade. Para tanto, empreendi uma pesquisa de revisão de literatura online e tracei um caminho que tem início no Período Primitivo da História da Humanidade e se estende à contemporaneidade, pontuando aspectos importantes relativos à figura feminina. Encontram-se destacadas, no presente texto, mulheres de várias partes do mundo, como também se focaliza a mulher brasileira e, em especial, a mulher sergipana. Os resultados da variada leitura sobre a mulher na sociedade ainda demonstram que os estudos sobre o tema precisam ser gradualmente aprimorados, sistematizados e aprofundados.

O convite relativo ao evento da reunião do dia 26 de março de 2014, emanado da Loja Cotinguiba foi assinado pelo médico, Dr. Jilvan Pinto Monteiro, o Venerável Mestre da referida Loja.

Inicio a minha exposição, saudando os presentes a este encontro, em especial as mulheres pela importância que elas têm para a construção de uma sociedade justa e cidadã e, também, de uma nova visão da Maçonaria.

Diria que, desde a minha infância, me atrai a Maçonaria, mesmo porque, tendo vivido a minha infância, adolescência e parte da idade adulta nas proximidades da Loja Maçônica Cotinguiba, sempre senti curiosidade a respeito do que ela significa e quais as atividades que desenvolve no seio da sociedade sergipana.

Ainda me recordo, quando ainda muito jovem, da noite em que vi o centro de Aracaju lotado de automóveis pertencentes a pessoas que acorreram a essa instituição para assistir ao evento insuperável da visita de Dom Luciano José Cabral Duarte, líder da religião católica, arcebispo de Aracaju, à Loja Maçônica Cotinguiba.

É preciso dizer que muito tenho aprendido sobre a Maçonaria com o Dr. José Anderson Nascimento, maçom, juiz de Direito, Professor da UFS e Presidente da Academia Sergipana de Letras. Acerca da presença de Dom Luciano na Loja Capitular Cotinguiba, Nascimento atestou que,

“Em memorável sessão festiva da Cotinguiba, acontecida a 29 de maio de 1968, Dom Luciano Cabral Duarte, autorizado pelo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Sebastião Baggio, pronunciou uma brilhante conferência, à qual compareceram o Governador do Estado, Dr. Lourival Baptista, o Vice-Governador, Dr. Manoel Cabral Machado, o Prefeito de Aracaju, Professor José Aloísio de Campos, o Comandante do 28º Batalhão de Caçadores, Coronel Ítalo Diogo Tavares, o Capitão dos Portos, Capitão Macedo Guimarães, Secretários de Estado, autoridades civis, militares e eclesiásticas e dignatários da Maçonaria. O Templo da Loja estava repleto de maçons e de convidados especiais, que se deleitaram com as palavras do conferencista. Dom Luciano Cabral, com muita proficiência, abordou o tema “Maçonaria-Catolicismo, com as bênçãos do Grande Arquiteto do Universo”, levantando a questão das bulas papais contra a Maçonaria” (NASCIMENTO, 2000, p. 49-50).

Objetivando tecer um texto sobre a temática da mulher, sua importância e papel que desempenha na humanidade, refiro-me, inicialmente, às pesquisas de historiadores empenhados em esclarecer pontos importantes e reveladores da presença feminina no período primitivo da história humana.

O jornalista científico Frédéric Belnet, por exemplo, com base em informações de pesquisadores, refere-se ao ser que recebeu o nome de Lucy uma das mais conhecidas personagens da pré-história, a pequena fêmea de Australopithecus afarensis, de três milhões de anos, descoberta na Etiópia em 1974. Já o esqueleto mais completo de Homo florensiensis é o de uma espécie humana cujo fóssil alcança cerca de um metro de altura. Outra informação significativa se reporta a um fóssil descoberto na Indonésia, em 2003, de cerca de 18 mil anos e corresponde ao que teria pertencido a uma mulher de 30 anos. Outro fóssil é o de Luzia, aquela que teria sido uma das primeiras brasileiras, e que teria vivido há 11.500 anos.

Ainda segundo Belnet, não há informações acadêmicas precisas sobre o tema e, nos manuais escolares mais recentes, o que afirma sustentando-se nas palavras do historiador Pascal Semonsut, “a mulher não está presente senão em episódios raros e muito discretos. Ela não tem direito a uma só linha, seja para retratá-la, seja para descrever o que se pensa que foram as suas atividades”. Por sua vez, a historiadora Claudine Cohen teria afirmado que, “por muito tempo, a mulher foi considerada arqueologicamente invisível”.

Assim, do pouco que se conseguiu apurar de estudos de etnólogos, o corte da caça abatida, a coleta (retirada de frutos, de mariscos...) e o transporte da carne, atividades que não demandavam grande força física, eram os fazeres femininos nos tempos primitivos. Serviam essencialmente à subsistência do grupo, ao artesanato e, talvez, até à arte. Mas a mulher permanecia acima de tudo como “a mãe”.

Belnet inclui o depoimento de Myriam Philibert, doutora em pré-história, cujos estudos apuraram que,

“[...] de início, não havia nem divisão sexual do trabalho nem especialização. Elas se desenvolveram pouco a pouco. As tarefas mais especificamente femininas eram a peleteria (tratamento das peles de animais), a costura, a manufatura de cestos e, mais tarde, a fabricação de potes de argila. Se o homem era o caçador e o artesão de suas ferramentas, a mulher se entregava à coleta e depois à agricultura” (BELNET, 2014, p. 1).

E, ainda esclareceu a pesquisadora que, “ter uma numerosa prole fazia da mulher favorecida pela sorte, um ser excepcional no seio do clã” (BELNET, 2014, p. 1).

Outra informação diz respeito a um registro totalmente diverso, em 2006, de que, graças a um programa de computador criado pelos franceses Jean-Michel Chazine e Arnaud Noury, baseado no índice de Manning, que mede as proporções existentes entre o dedo indicador e o anular, (diferentes nos dois sexos), pesquisadores estabeleceram que na gruta Cosquer (Marselha, França, 27.000-19.000 a. C.) as impressões de mãos deixadas nas paredes (um motivo recorrente na arte rupestre) eram provenientes, na maioria dos casos, de mulheres, e não de homens, e que, na gruta indonésia de Gua Masri, os registros de mãos femininas e masculinas ficavam lado a lado, sem se misturar, o que deve provocar a reflexão daqueles que atribuem aos homens as atividades valorizadas, como a caça ou a arte pré-histórica.

Finalmente, de acordo com Myriam Philibert, “as primeiras sepulturas (...) do Paleolítico Médio mostram que não existe diferença alguma, na morte, entre os indivíduos do sexo masculino e os do sexo feminino”. Entretanto, não se pode dizer o mesmo do Paleolítico Superior, no qual temos a Dama de Saint-Germain-la-Rivière (Gironda, França), uma jovem enterrada há cerca de 15.800 anos com um precioso mobiliário tumular (assim como o faziam as famílias dos faraós do Egito), além de adornos feitos a partir de dentes caninos de cervos. Essa mulher apresenta “todos os sinais de um status social muito elevado, que ela tentou manter, inclusive, na vida após a morte”.

Estudiosos, autores de pesquisas mais recentes, recomendam ser esquecida a imagem do homem pré-histórico arrastando a sua parceira pelos cabelos para dentro da caverna - a cena imortalizada em cartoons e desenhos animados (através de personagens como o casal Brucutu e Ula), não têm a ver com o papel da mulher primitiva real que se pretende retratar no livro "Sexo Invisível: O Verdadeiro Papel da Mulher na Pré-História", publicado pela Editora Record:

“Em Sexo Invisível, Jake Page, Olga Soffer e JM Adovasio reconstroem o papel das mulheres na pré-história retomando momentos-chave do desenvolvimento humano. Embora até hoje o sexo feminino tenha ficado em segundo plano nos relatos de historiadores e antropólogos, o livro revela que as fêmeas humanas fizeram toda a diferença na questão da sociabilidade, conduziram à invenção da linguagem e foram as criadoras da agricultura. Uma forma bacana de sair do HIStory (ou HERstory) para fazer OURstory, como brincam os autores no prefácio” (EDITORA RECORD, 2014, Apresentação da obra).

Os arqueólogos J. M. Adovasio, Olga Soffer e o jornalista Jake Page, especialistas no estudo de artefatos perecíveis, como utensílios, cordas e todo tipo de tecidos, refutam teses tradicionais da paleontologia que atribuem às mulheres uma participação mais passiva do que elas realmente tiveram nas sociedades primitivas. Para esses estudiosos, a mulher caçava, inclusive mamutes, e exercia funções logísticas “na organização dos espaços comuns, além de ter papel fundamental no desenvolvimento de rudimentos de linguagem”.

O que se quer demonstrar, portanto, é que a mulher, desde os mais remotos tempos, de uma forma ou de outra, preservava o seu espaço e, em muitos casos, esteve ao lado do homem, auxiliando-o em atividades do cotidiano. Essas alterações de comportamentos, tanto da mulher quanto do homem não aparecem na história em linha reta, mas variam de acordo com o contexto em que estão envolvidos.

Em detrimento da existência desses e de tantos estudos, do reconhecimento da capacidade feminina em enfrentar desafios ao longo de todos os séculos, observa-se que um fator preponderante e preocupante na sociedade contemporânea é o crescimento das estatísticas da violência contra a mulher. Como as eras mais remotas se encontram ainda em zona sombreada e desconhecida, não se dispõe de dados para elaborar comparações sobre os níveis representativos dessa violência desde o período primitivo até a contemporaneidade. Isto é, não é possível oferecer estudos aprofundados e seguros cujos resultados comparativos apontem de forma mais evidente que a violência contra a mulher tenha sido mais intensa no período primitivo em relação a períodos mais recentes, ou que seja atualmente mais preocupante do que o foi no mais remoto passado.

Estudos recentes apurados pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) revelam dados inéditos do crescimento do feminicídio, termo cunhado para representar o assassinato de mulheres. De acordo com os dados desse instituto, o Espirito Santo é o estado brasileiro com a maior taxa de feminicídios, 11,24 a cada 100 mil, seguido por Bahia (9,08) e Alagoas (8,84). A região com as piores taxas é o Nordeste, que apresentou 6,9 casos a cada 100 mil mulheres, no período analisado.

“Conclui-se que a magnitude dos feminicídios foi elevada em todas as regiões e UF brasileiras e que o perfil dos óbitos é, em grande parte, compatível com situações relacionadas à violência doméstica e familiar contra a mulher. Essa situação é preocupante, uma vez que os feminicídios são eventos completamente evitáveis, que abreviam as vidas de muitas mulheres jovens, causando perdas inestimáveis, além de consequências potencialmente adversas para as crianças, para as famílias e para a sociedade” (GARCIA et al, 2013)

Para ilustrar este apanhado de informações, foram selecionados alguns trechos de resultados de estudos acadêmicos sobre a mulher. O primeiro exemplo diz que:

“Não podemos negligenciar as diversas vitórias conquistadas pelas lutas feministas, o exemplo disso, se faz presente nas mudanças comportamentais, anúncios de publicidade e até no próprio livro didático. Este tem sofrido inúmeras modificações e já apresenta algumas significativas abordagens sobre o papel da mulher na história da humanidade, apesar da maioria evidenciar o contrário. Contudo, a escola continua refletindo todo o sexismo que permeia a sociedade” (VIANA & RIDENTI, 1998, p. 102).

Mais especificamente sobre o contexto educacional (ensino e aprendizagem), ainda vigora o conceito de uma escola amordaçada por planos e programas, responsável por uniformes, organizadora de filas, perpetuadora do passado e que “segue mostrando imagens ultrapassadas e exaltando batalhas e defuntos, enquanto os jornais relatam o capítulo seguinte dos objetivos nucleares [...]” (MORENO, 1999, p. 72).

Patrícia Inês Garcia de Souza é a autora da Tese de Doutorado intitulada Buscadores do sagrado: as transformações da maçonaria em Belém do Pará. Orientada pela Dra. Maria Suely Kofes, a Tese defendida na Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas aborda, no capítulo IV, o subtema Sobre as mulheres da maçonaria mista. Em seu estudo, Souza (2006) examina as diversas opiniões de maçons e não maçons sobre a presença da mulher na maçonaria e a capacidade que ela teria ou não de “guardar segredos”.

O avanço pelo qual passa a sociedade contemporânea, o pensamento modernizador e todo o esforço em torno de demonstrar o valor da mulher na construção do processo civilizatório e, ainda, o empenho em garantir-lhe os direitos e a cidadania, vêm modificando os conceitos e os entendimentos. Há um novo mundo que se descortina para a participação feminina em todos os segmentos sociais e a Maçonaria não fica ao lado deste novo mundo. Já existe, por exemplo, na rede social Facebook, uma página intitulada MAÇONARIA FEMININA - GRANDE ORIENTE FEMININO DO BRASIL.

Quanto à mulher sergipana e sua participação na maçonaria, não foi possível identificar algum estudo específico, a não ser pela citação de uma sergipana em texto de Barbosa Nunes (2014, p. 1):

“Margaret Mussoi Luchetta Groff (Paraná), Maria do Carmo Cavalcanti Wanderley (Pernambuco), Sonia Maria Soares Barbosa de Sousa (Piauí), Sheila Molina Pinho (Rio de Janeiro), Maria da Guia Dantas Cunha (Rio Grande do Norte), Ivonilcy Pacheco Mandelli (Rio Grande do Sul), Marisa Leonardo de Araújo Lima da Silva (Rondônia), Mara Silva de Lima Gouvêa (Roraima), Márcia Helena Blini Barbosa (Santa Catarina), Siomara Regina Dragoni da Costa (São Paulo), Valdinar Maciel de Santana (Sergipe) e Maria do Carmo Souza Martins (Tocantins)”. (grifo nosso).

Disto se infere que o espaço para a pesquisa se mostra amplo e requer a participação de estudiosos interessados no tema. O tema merece uma pesquisa específica e pesquisadores, quer do sexo masculino ou do sexo feminino têm o direito de empreendê-la.

Por outro lado e no que se reporta à história da mulher sergipana, (ou ainda, daquela que neste estado se radicou), estudos como o apontado por Luís Antônio Barreto se encarregam de registrar a importância dessa contribuição feminina:

“Anamaria Gonçalves Bueno de Freitas, professora da Universidade Federal de Sergipe, apresentou em Campinas, na Faculdade de Educação da Universidade Estadual, uma tese de doutoramento, na área de educação, sociedade e cultura, sobre três mulheres sergipanas: Quintina Diniz, Ítala Silva de Oliveira e Maria Rita Soares de Andrade, que representam, na história do século XX em Sergipe, biografias pioneiras e modelares” (BARRETO, 2004, p. 1).

Luzia Maria da Costa Nascimento, pesquisadora, advogada e Imortal da Academia Sergipana de Letras, esposa de um maçom, discorre sobre e relaciona, em recente artigo (2014), outros nomes da maior relevância para a cultura sergipana. Afirmou a pesquisadora que,

“No cenário sergipano, valorosas mulheres se destacaram em todos os segmentos sociais, merecendo registro os nomes das professoras Possidônia Bragança, Etelvina Amália de Siqueira, Zizinha Guimarães, Quintina Diniz, Carlota Sales de Campos, Cezartina Regis, Leyda Regis, Ítala da Silva, Leonor Teles de Menezes, Cecinha Melo, Ester Lopes, Maria Carlota Monteiro, Maria da Glória Menezes Portugal, Maria das Graças Azevedo de Melo, Áurea Zamor de Melo, além das primeiras dentistas de Sergipe, Guiomar Calazans e Raymunda Mesquita de Menezes, da primeira engenheira sergipana Dalva Nou, da pintora Rosa Moreira Faria, da escritora e poeta Núbia do Nascimento Marques, a primeira mulher a conquistar uma cadeira na Academia Sergipana de Letras. Outras mulheres conquistaram as cadeiras acadêmicas, dignificando o Sodalício sergipano, com as suas representações culturais, merecendo registro, entre elas, Ofenísia Soares Freire, Maria Thetis Nunes, Carmelita Pinto Fontes, Gizelda Morais, Maria Lígia Madureira Pina, Aglaé d´Ávila Fontes, Clara Leite Rezende, Ana Fonseca Medina, Marlene Alves Calumby e Patrícia Verônica Sobral”.

Apesar do esforço e do produto de pesquisas sobre as mulheres que marcaram seus nomes no cenário sergipano, nota-se que a produção nesse âmbito é ainda escassa e é preciso incentivar privilegiar nomes e realizações culturais e educacionais de mulheres de um passado mais recente e de outras que estão se notabilizando no decorrer do século XXI, inclusive na maçonaria. Como tem frisado oralmente, em algumas oportunidades, o Professor Jouberto Uchôa de Mendonça, Reitor da Universidade Tiradentes e também Imortal da ASL, “os elogios e as homenagens têm que ser tributados enquanto as pessoas estão vivas”.

Acrescente-se à relação das sergipanas (ou radicadas em Sergipe), os nomes de Yvone Mendonça, Rosália Bispo dos Santos, Judite Oliveira, Maria da Glória Monteiro, Adelci Figueiredo, Giovane Mendonça, Maria Augusta Lobão Moreira, Marlene Chagas, Maria Augusta Moura, Leilah Coelho Leite, Liomar Quaranta, Olga Andrade, Iara Vieira, Tereza Prado, Elódia Caldas Barros, Amorosa (a cantora), Maria do Céu, Cláudia Toscano, Nazaré Carvalho, Ana Lúcia Menezes.

Sei do quanto esta relação é injusta, pois, elaborar uma listagem dos nomes de todas as mulheres que engrandecem o Estado de Sergipe seria uma tarefa imensa e infindável, além do que, precisaria também prestigiar aquelas mais humildes e anônimas, mas cuja participação é inestimável e imprescindível à formação de uma sociedade equilibrada e produtiva.

Seria humanamente impossível relacionar nomes de mulheres que fazem parte da formação da civilização, quer estejam em um ou outro continente, quer sejam brasileiras ou tão somente as brasileiras de Sergipe. Entretanto, e a titulo de ilustração, inclui-se a este estudo, então, uma mínima lista de nomes de mulheres que, de uma forma ou de outra, se alçaram na História da Humanidade, algumas de forma lendária e outras de maneira muito real.

Helena de Tróia (Grécia Antiga), a figura mitológica de mulher bela e que teria sido o motivo principal da Guerra de Troia. Gregos e troianos entraram em guerra por causa do rapto da princesa Helena de Tróia (esposa do rei lendário Menelau), por Páris (filho do rei Príamo de Tróia). Isto ocorreu quando o príncipe troiano foi à Esparta, em missão diplomática, e acabou apaixonando-se por Helena. O rapto deixou Menelau enfurecido, fazendo com que este organizasse um poderoso exército. O general Agamenon foi designado para comandar o ataque aos troianos. Usando o mar Egeu como rota, mais de mil navios foram enviados para Tróia.

Nefertiti (Egito, 1380 AC a 1345 AC), a rainha egípcia que, junto com seu marido, o faraó Akhenaton, alterou as crenças religiosas de seu povo para o monoteísmo e levou-os a louvar o sol ao invés da lua.

“[Hist.]- Nefertiti (1380 a. C.-1345 a. C.) foi uma rainha do Antigo Egito, esposa principal do faraó Amen-Hotep IV, mais conhecido como Akhenaton. Seu nome significa “a mais bela chegou”. Teve 6 filhas com Akhenaton e no ano 12 do seu reinado, o nome de Nefertiti, repentinamente, deixou de ser mencionado em escritos oficiais. Seu famoso busto foi descoberto em 1912, na cidade de Amarna”.

Phryne (Grécia, cerca de 400 a. C), a famosa cortesã grega (cerca de 400 a. C.), mulher de rara beleza e que, em virtude dessa sua característica, foi absolvida da condenação à morte imposta por um tribunal que a acusara de corrupção. Por ser tão bela, condená-la seria considerado uma heresia, pois a beleza, àquela época, para o povo grego era um símbolo cultural de divindade.

Essa formosura grega feminina é mencionada em um exemplar do cancioneiro brasileiro que, tendo sido lançado em 1958, no ano seguinte constituiu-se um fenômeno de vendas de discos.

O samba-canção intitulado Escultura, de Nélson Gonçalves e Adelino Moreira idealiza a figura feminina e a constroi a partir da citação de algumas mulheres famosas, como mostra o trecho abaixo destacado:

“(...)

Comecei a esculturar

No meu sonho singular

Essa mulher fantasia:

Dei-lhe a voz de Dulcineia,

A malícia de Frineia

E a pureza de Maria.

Em Gioconda fui buscar

O sorriso e o olhar;

Em Du Barry o glamour

E para maior beleza

Dei-lhe o porte de nobreza

De madame Pompadour”.

Para construir o ideal de mulher, na visão masculina, são chamadas à letra da canção uma grega, uma italiana, Maria de Nazaré e duas francesas. A figura da mulher brasileira, tão festejada por sua beleza e graça, não faz parte dessa escultura musical.

As mulheres citadas no sucesso musical interpretado por Nélson Gonçalves são: Jeanne Bécu, a futura Madame du Barry, (França, 19 de agosto de 1743 – 8 de dezembro de 1793), moça de origem humilde, tornou-se amante de Luís XV. Morreu na guilhotina durante o período do Terror da Revolução Francesa; Madame de Pompadour, nascida Jeanne Antoinette d’Etiolles Poisson, em 29 de dezembro de 1721, em Paris, foi uma das mulheres mais extraordinárias, cultas e influentes do século XVIII. Inteligente, encantadora, bela, mas, ao mesmo tempo, calculista, via seu papel como o de uma secretária confidencial do Rei Luís XV; Mona Lisa ("Senhora Lisa") também conhecida como A Gioconda (em italiano, La Gioconda, "a sorridente”; em francês, La Joconde) ou ainda Mona Lisa del Giocondo("Senhora Lisa [esposa] de Giocondo") é a mais notável e conhecida obra de Leonardo da Vinci, representante do Renascimento italiano.

O episódio de Frineia também inspirou Olavo Bilac (1865-1918), poeta parnasiano e jornalista brasileiro, nascido no Rio de Janeiro. Autor da letra do Hino à Bandeira Brasileira, membro fundador da Academia Brasileira de Letras e um dos principais representantes do Movimento Parnasiano que valorizou o cuidado formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e rigidez das regras da composição poética.

“Fundador da Cadeira 15. Recebeu o Acadêmico Afonso Arinos.

Olavo Bilac (O. Braz Martins dos Guimarães B.), jornalista, poeta, inspetor de ensino, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 16 de dezembro de 1865, e faleceu, na mesma cidade, em 28 de dezembro de 1918. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou a Cadeira nº. 15, que tem como patrono Gonçalves Dias” (ABL, 2014, p. 1).

O texto poético do parnasiano Olavo Bilac em nada desmerece o quadro do artista plástico francês Jean-Léon Gerôme (século XIX). O poeta coloca sob os olhos do leitor de seus versos as cenas impactantes do Julgamento de Frineia (In Poesias/Sarças de Fogo, 1888), desde o instante em que a bela hetaira adentra o tribunal até o momento em que surge esplendorosa “No triunfo imortal da Carne e da Beleza”.

“Mnezarete, a divina, a pálida Frineia,

Comparece ante a austera e rígida assembleia

Do Areópago supremo. A Grécia inteira admira

Aquela formosura original, que inspira

E dá vida ao genial cinzel de Praxíteles,

De Hiperides à voz e à palheta de Apeles.

Quando os vinhos, na orgia, os convivas exaltam

E das roupas, enfim, livres os corpos saltam,

Nenhuma hetera sabe a primorosa taça,

Transbordante de Cós, erguer com maior graça,

Nem mostrar, a sorrir, com mais gentil meneio,

Mais formoso quadril, nem mais nevado seio.

Estremecem no altar, ao contemplá-la, os deuses,

Nua, entre aclamações, nos festivais de Elêusis...

Basta um rápido olhar provocante e lascivo:

Quem na fronte o sentiu curva a fronte, cativo...

Nada iguala o poder de suas mios pequenas:

Basta um gesto, — e a seus pés roja-se humilde Atenas...

Vai ser julgada. Um véu, tornando inda mais bela

Sua oculta nudez, mal os encantos vela,

Mal a nudez oculta e sensual disfarça.

cai-lhe, espáduas abaixo, a cabeleira esparsa...

Queda-se a multidão. Ergue-se Eutias. Fala,

E incita o tribunal severo a condená-la:

"Elêusis profanou! É falsa e dissoluta,

Leva ao lar a cizânia e as famílias enluta!

Dos deuses zomba! É ímpia! é má!" (E o pranto ardente

Corre nas faces dela, em fios, lentamente...)

"Por onde os passos move a corrupção se espraia,

E estende-se a discórdia! Heliastes! condenai-a!"

Vacila o tribunal, ouvindo a voz que o doma...

Mas, de pronto, entre a turba Hiperides assoma,

Defende-lhe a inocência, exclama, exora, pede,

Suplica, ordena, exige... O Areópago não cede.

"Pois condenai-a agora!" E à ré, que treme, a branca

Túnica despedaça, e o véu, que a encobre, arranca...

Pasmam subitamente os juízes deslumbrados,

— Leões pelo calmo olhar de um domador curvados:

Nua e branca, de pé, patente à luz do dia

Todo o corpo ideal, Frinéia aparecia

Diante da multidão atônita e surpresa,

No triunfo imortal da Carne e da Beleza”.

Outro que menciona o mito de Frineia é o intelectual Carlos Heitor Cony, também membro da Academia Brasileira de Letras. O texto foi publicado na Folha de S. Paulo (RJ), 19/8/2012 e nele se faz presente o tom irônico e irreverente de Cony:

“O julgamento de Frineia

Dentro de escassas oportunidades, venho acompanhando o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal. Impossível (e inútil) ouvir todos os debates, de qualquer forma, acho que há exagero no tempo e nas palavras dos respeitáveis ministros. Reconheço que a linguagem e os detalhes são peculiares à prática da Justiça, mas acho que a tecnologia pode abreviar as sentenças e pareceres sem perda do conteúdo processual.

Na Roma antiga e na Grécia, em alguns tribunais, o imperador ou os juízes (no caso da Grécia central) condenavam ou absolviam os réus de maneira mais simples: levantavam a mão direita e colocavam o polegar para baixo: era a condenação à morte. Se o polegar estivesse para cima, era a absolvição. Em ambos os casos, a justiça seria feita.

Ficou famoso o caso de Frineia, cuja formosura despertou paixões e ciúmes. Acusada por um pretendente desprezado de explorar o próprio corpo, foi levada a um júri de cidadãos ilibados. No momento da sentença, os juízes botaram o polegar para baixo. Era a condenação fatal.

Olavo Bilac tem um poema dedicado ao julgamento de Frineia: segundo o poeta, ela despiu os véus que a cobriam e surgiu toda nua, "no triunfo imortal da Carne e da Beleza". Diante daquela monumental escultura, um a um os polegares dos juízes foram subindo, subindo, sendo provável que também subissem outras partes dos respeitáveis membros do júri.

Não estou sugerindo um retorno à Antiguidade clássica. Mas um parecer ou voto de 70 laudas, que exige cinco horas para ser lido, podia ser condensado num único polegar, quer dizer, em 11 polegares para baixo ou para cima. Desde que o Marcos Valério não se obrigasse a ficar nu em plenário para ser absolvido”.

Muitas são as mulheres notáveis e vitoriosas, cada uma marcando indelevelmente a História a partir das suas manifestações e realizações. Continuando a chamada, segue o “desfile” por ordem alfabética:

Ana Néri (Vila da Cachoeira do Paraguaçu /Bahia/Brasil, 1814-1880). Pioneira da enfermagem no Brasil. Acompanhou seus filhos, soldados, na Guerra do Paraguai, prestando serviços médicos. Foi condecorada com as medalhas de prata humanitária e da campanha e recebeu do imperador Pedro II uma pensão vitalícia.

Ana Pimentel (Portugal/Brasil por volta de 1534), esposa de Martim Afonso de Souza, governou a capitania de São Vicente sem nunca ter posto os pés no Brasil, e foi quem ordenou o cultivo de cana de açúcar, laranja, arroz, trigo e criação de gado na região.

Anita Garibaldi (Aldeia de Morrinhos/Laguna/SC/Brasil, 1821/1849). Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, também conhecida como Anita Garibaldi, foi a combativa esposa do herói italiano Giuseppe Garibaldi. Seus pais eram descendentes de imigrantes dos Açores. Depois de perder o pai, casou-se, aos 15 anos, por insistência da mãe, com Manuel Duarte Aguiar. Esse matrimônio sem filhos foi um fracasso e durou pouco. A companheira de Giuseppe Garibaldi é conhecida como a "Heroína dos Dois Mundos" por ter participado da Revolução Farroupilha no Brasil e da unificação da Itália.

Anne Frank (Alemanha, 1929/1945), adolescente alemã de origem judaica, escreveu a obra intitulada Diário de Anne Frank durante o tempo que ficou em um esconderijo para escapar dos nazistas. Seu diário é um dos livros mais traduzidos no mundo.

Aracy de Carvalho Guimarães Rosa (Hamburgo/São Paulo/Brasil, 1908). Única brasileira homenageada no Museu do Holocausto, segunda esposa de Guimarães Rosa, salvou mais de 100 judeus na segunda guerra emitindo passaportes para entrada ilegal dos refugiados no Brasil.

“Dona Aracy, como é chamada, salvou judeus na Alemanha nazista, enfrentou as leis antissemitas do Estado Novo, e ainda escondeu perseguidos políticos durante a ditadura militar brasileira. Enfrentou, portanto, nada menos do que três regimes autoritários, conhecidos por sua violência inclemente. Em Hamburgo, no final da década de 30, como funcionária do consulado brasileiro, ajudou refugiados judeus a saírem da Alemanha, conseguindo vistos para centenas de pessoas, apesar da lei que proibia a entrada de imigrantes judeus no Brasil. Por isso, ganhou homenagens nos Museus do Holocausto de Jerusalém e de Washington e é conhecida pela comunidade judaica de São Paulo como o “Anjo de Hamburgo”. (DECOL, 2007, p.1).

Ela teve onze irmãos: Benedita Gomes Oliveira, Joana Gomes de Oliveira (Nanzinha), Amália Gomes de Oliveira (Dondon), Francisca Gomes de Oliveira (Chiquinha), Antonia Gomes de Oliveira, Olindina Gomes de Oliveira (Dorzina), Ozéas Gomes de Oliveira, José Gomes de Oliveira, Arlindo Gomes de Oliveira, Ananias Gomes de Oliveira e Izaías Gomes de Oliveira” (DECOL, 2997, p. 1).

Bertha Lutz (São Paulo/Brasil, 1894/1976). Zoóloga de profissão, Bertha Maria Júlia Lutz é conhecida como a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras. Ela se empenhou pela aprovação da legislação que outorgou o direito às mulheres de votar e de serem votadas. Filha da enfermeira inglesa Amy Fowler e do cientista e pioneiro da Medicina Tropical Adolfo Lutz, Bertha foi educada na Europa, formou-se em Biologia pela Sorbonne e tomou contato com a campanha sufragista inglesa. Pioneira do feminismo no Brasil, fundadora da Federação Brasileira para o Progresso Feminino e deputada federal no governo Getúlio Vargas.

Carlota Joaquina (Aranjuez/Espanha, 1775/1830), filha de Carlos IV e de D. Maria Luísa de Parma, Reis da Espanha. Foi infanta de Espanha, princesa do Brasil e rainha de Portugal por seu casamento com D. João VI de Bragança. Ficou conhecida como A Megera de Queluz, pela sua personalidade forte e porque foi isolada no Palácio de Queluz, nos arredores de Lisboa por ter conspirado contra o príncipe.

Carmem Miranda da Cunha (Marco de Canavezes/Portugal, 1909/1955), Carmen Miranda, aos dez meses de idade chegou ao Rio de Janeiro, onde seu pai já estava trabalhando como barbeiro. A Pequena Notável era o nome artístico da cantora e atriz luso-brasileira.

Cássia Rejane Eller (Rio de Janeiro/Brasil, 1962/2001), filha de pai militar (sargento paraquedista do Exército) e mãe dona-de-casa. O nome foi sugerido pela avó, devota de Santa Rita de Cássia. Cássia tornou-se cantora e violonista de muito sucesso no rock brasileiro dos anos 1990.

Catarina de Médici (França, 1519/1589) representou a força política por trás dos 30 anos de guerra entre a Igreja Católica Romana e os Huguenotes franceses, foi a instigadora do Massacre de São Bartolomeu e grande patrona das artes na França.

Catarina de Siena (Itália, 1347/1380) ou Santa Catarina, apesar de analfabeta, ditou várias cartas e obras, em especial Diálogo sobre a Divina Providência, considerado pelos eclesiásticos como um dos maiores testemunhos do misticismo cristão e das ideias teológicas e espirituais.

Catarina, A Grande (Rússia, 1729/1786), Imperatriz da Rússia, modernizou seu país, reformando todos os aspectos políticos e sociais e se tornando um dos maiores nomes do despotismo esclarecido.

“Catherine de Medici was born at the Medici Palace in Florence April 13, 1519. Within weeks of her birth, both of her parents had died. The Pope at the time was Leo X, Leo Giovanni de Medici, and he sent Cardinal Giulo de Medici to undertake guardianship of the little girl. She was brought back to Rome to be raised by her Aunt Clarice Strozzi. Two years later Pope Leo X died and was succeeded by Adrian VI, despite every effort of Cardinal Giulio de Medici to secure the position. By chance, fate, or perhaps poison, Adrian VI died 20 months later. With his chief rival eradicated, Giulio successfully became Pope Clement VII in 1523”. (GORDETSK et al,2009, p. 1)

Chica da Silva (Diamantina/MG/Brasil, 1732/1796) foi uma escrava que viveu no Brasil na segunda metade do século XVIII, e manteve uma relação durante quinze anos com o rico contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira. Francisca da Silva nasceu no arraial do Tijuco, atual cidade de Diamantina. Foi escrava de um proprietário de lavras, o sargento-mor Manoel Pires Sardinha, com quem teve um filho chamado Simão Pires Sardinha. Este foi alforriado pelo pai, que o deixou bens em testamento. Atingiu uma posição de destaque na sociedade, época em que a questão da escravatura era muito evidente. A escrava que se fez rainha foi a primeira mulher negra a alcançar prestígio e riqueza no Brasil após união consensual com o explorador de diamantes João Fernandes.

Pesquisa contesta mito de Chica da Silva. Marco Antônio Corteleti apresenta matéria sobre recente estudo da premiada historiadora Júnia Ferreira Furtado a respeito da personalidade de Chica da Silva:

“O alegado apetite sexual, a promiscuidade e as crueldades que sempre pontuaram as histórias contadas sobre Chica da Silva, a ex-escrava que frequentou a fechada elite mineira do século XVIII, podem não passar de mitos. É o que sugere a professora Júnia Furtado, do departamento de História da Fafich, autora de estudo que mostra que a ex-escrava não era a mulher devassa retratada no filme Xica da Silva, de Cacá Diegues, lançado na década de 70, ou na novela homônima da Rede Manchete, exibida no ano passado (itálico nosso).

"Através dos documentos pesquisados e do comportamento de toda a sua vida foi possível montar um colcha de retalhos que contradiz completamente a personalidade da Chica conhecida por todos nós", relata Júnia. Segundo a professora, a própria estabilidade do casamento com um nobre branco, o fato de Chica frequentar a elite e todas as irmandades brancas do Tijuco e de ter sido enterrada no cemitério da Igreja de São Francisco de Assis (destinado aos brancos ricos) são provas suficientes de que ela era uma mulher que se portava de acordo com os padrões morais e sociais da época. "Caso contrário, seria impossível que Chica tivesse esses privilégios", reforça a pesquisadora” (CORTELETI, 2014, p. 1).

Chiquinha Gonzaga (Rio de Janeiro/Brasil, 1847/1935). Francisca Edwiges Neves Gonzaga, filha de José Basileu Alves Gonzaga, primeiro-tenente, de família ilustre do Império, e Rosa Maria Lima, mestiça e pobre. Compositora, pianista e regente brasileira. Primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Autora da primeira marcha carnavalesca, Ô Abre Alas, em 1899, primeira pianista de chorinho e primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil, além de ter sido ativista do abolicionismo e do movimento republicano.

Clara Barton (EUA, 1821/1912), fundadora da Cruz Vermelha Americana na época da Guerra Civil e presidente da organização por 22 anos, referência como humanitária e universalista.

Cleópatra (Egito, 70 AC a 30 a. C), um dos nomes femininos mais conhecidos e polêmicos de todos os tempos, governou o Egito e levou os romanos Júlio César e Marco Antônio à loucura e a uma rivalidade desmedida que culmina com a morte da rainha egípcia.

“No fundo do mar de Alexandria, no Egito, um grupo internacional de mergulhadores explora as ruínas submersas do palácio e complexo onde a rainha Cleópatra reinou. Eles nadam por blocos de pedra calcária amontoados por terremotos e tsunamis há mais de 1600 anos, e assim recuperam estonteantes artefatos da última dinastia a governar o Egito antigo, antes de sua apropriação pelo Império Romano no ano 30 a. C.” (CATARIN, 2006, p. 1).

Daiane dos Santos (Porto Alegre/RGS/Brasil, 1983). Foi descoberta pela professora Cleusa de Paula aos onze anos de idade, quando brincava em uma das praças de Porto Alegre. Começou a treinar na AACETE (Associação dos Amigos do Centro Estadual de Treinamento Esportivo) e depois no Grêmio Náutico União. Foi a primeira ginasta brasileira, entre homens e mulheres, a conquistar uma medalha de ouro em uma edição do Campeonato Mundial. Daiane fez parte da primeira seleção brasileira completa a disputar uma edição olímpica nos Jogos de Atenas, repetindo a presença na edição seguinte, nas Olimpíadas de Pequim.

Dandara (?/Brasil, 1664/1694), primeira e única mulher de Zumbi, princesa de Palmares e mãe dos três filhos de Zumbi. Dandara, uma das lideranças femininas negras que lutou contra o sistema escravocrata do século XVII, era guerreira valente e auxiliou muito Zumbi quanto às estratégias e planos de ataque e defesa de Palmares. Dandara se matou jogando-se da pedreira mais alta de Palmares, que ficava nos fundos do principal mocambo - a Cerca dos Macacos - quando da queda do Quilombo de Palmares para não voltar à condição de escrava. Não há registros do local do seu nascimento, tampouco da sua ascendência africana. Relatos afirmam que nasceu no Brasil e estabeleceu-se no Quilombo dos Palmares ainda menina.

Dercy Gonçalves (Santa Maria Madalena/RJ/Brasil, 1907/2008). Dolores Gonçalves Costa era o nome completo da filha de um alfaiate e de uma lavadeira. Atriz, humorista e cantora brasileira, oriunda do teatro de revista, notória por suas participações na produção cinematográfica brasileira das décadas de 1950 e 1960. Celebrada por ser irreverente, bem humorada e por usar um linguajar eivado de palavras de baixo calão, foi uma das mais importantes figuras do teatro de improviso no Brasil.

Dilma Vana Rousseff (Belo Horizonte/MG/Brasil, 1947), filha do imigrante búlgaro Pedro Rousseff e da professora Dilma Jane da Silva, nascida em Resende (RJ). Economista e política brasileira, e a atual presidenta da República Federativa do Brasil. Durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a chefia do Ministério de Minas e Energia, e posteriormente, da Casa Civil. Em 2010, foi escolhida pelo seu partido para se candidatar à Presidência da República, sendo que o resultado de segundo turno, em 31 de outubro, tornou Dilma a primeira mulher a ser eleita para o posto de chefe de Estado e de governo, em toda a história do Brasil.

Eleanor Roosevelt (EUA, 1884/1962), primeira dama americana, referência até hoje em seu país, foi ativista dos direitos humanos, e embaixadora na ONU, nomeada pelo presidente Harry Truman, após a morte de seu marido, Franklin Delano Roosevelt.

Elis Regina (Porto Alegre/RGS/Brasil, 1945/1982), considerada por muitos críticos, comentadores e outros músicos a melhor cantora brasileira de todos os tempos.

“Representante legítima da Música Popular Brasileira, foi Elis, com seu álbum solo de estreia, Samba eu canto assim, em 1965, quem sinalizou o movimento emepebista junto a trabalhos de Nara Leão. Seu estilo estético-musical misturava repertório da moderna bossa nova com influências do movimento musical anterior (“era de ouro” e “velha guarda”), bem como o hot-jazz, com um vocal mais denso, ampla tessitura e ornamentos, apoiada em uma banda com formação de baixo-bateria-piano” (KUKOJ, 2008, p. 4)

Émilie du Châtelet (França, 1706/1749), cientista, matemática e física, escreveu Dissertation sur la nature et la propagation du feu, com estudos sobre o fogo que serviram de base para o que hoje é conhecida como luz infravermelha e a natureza da luz.

Eva Perón (Argentina, 1919/1952), segunda esposa de Juan Perón, foi a mais querida primeira-dama argentina, defensora dos direitos femininos e mitificada pelo povo argentino.

Florence Nightingale (Inglaterra, 1820/1910), enfermeira britânica, famosa pelo seu pioneirismo em tratar feridos de guerra e inventora da representação gráfica de dados, conhecida como gráfico pizza. Deu as bases para a enfermagem atual.

Golda Meir (Israel, 1898/1978), uma das fundadoras do Estado de Israel e quarto primeiro-ministro do país, considerada firme em suas decisões, ganhou o apelido de "Dama de Ferro" (depois atribuído a Margaret Thatcher).

Helen Keller (EUA, 1880/1968). Cega e surda, foi a primeira pessoa nessas condições a ganhar um diploma, graças especialmente ao trabalho de sua professora Anne Sullivan em torná-la apta para a sociedade, apesar de seus deficiências. Tornou-se escritora e ativista social.

Hipátia de Alexandria (Grécia Antiga, 370/415), matemática e filósofa, adepta do pensamento de Platão, foi perseguida pelos reis cristãos por proclamar que o universo é regido por normas matemáticas. Foi assassinada de forma muito cruel por cristãos fanáticos que a atacaram na própria casa da pensadora e, depois de matá-la, a esquartejaram.

“Hipátia era filha de Theon, um renomado filósofo, astrônomo, matemático, autor de diversas obras e professor em Alexandria.

Hipátia estudou na Academia de Alexandria, onde devorava conhecimento: matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia e artes. A oratória e a retórica também não foram descuidadas.

No tocante à religião, buscou e obteve informações sobre todos os principais sistemas religiosos da época tempo, tendo sempre o cuidado de não permitir que essas crenças limitassem ou deturpassem a busca de conhecimento” (FATOS MATEMÁTICOS, 2010, p. 1).

Irmã Dulce (Salvador/BA/Brasil, 1914/1992), segunda filha do dentista Augusto Lopes Pontes e de Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes. Religiosa que se destacou por seu trabalho de assistência aos pobres e aos necessitados e por suas inúmeras obras de caridade no nordeste, em especial na Bahia.

Joana D´Arc (França, 1412/1431), santa padroeira da França, inspirada, segundo a lenda, por forças espirituais, foi a grande heroína da Guerra dos 100 anos e acabou queimada viva aos 19 anos de idade.

“Joana D’Arc nasceu em Domrémy, no dia 6 de janeiro de 1412. Seus pais eram Jacques D’Arc e Isabel Romée; seus irmãos, Jacques, Pierre e Jean (mais velhos que ela) e em seguida, Joana e a mais nova de todos, Catarina.

Entre os fatos mais contundentes e polêmicos de sua infância e adolescência estão: a paixão que Joana tinha em frequentar “locais sagrados” e suas famosas “Vozes” (São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida) e adicionada a isso, a polêmica profecia de Merlin que povoava a mente das populações das províncias francesas na qual “... uma donzela das marcas de Lorena que devia salvar o reino” (dito popular da época).

O livro contém a conversa entre a “serva” e Deus Pai Todo-Poderoso. Interação emocionante entre uma alma – que faz quatro pedidos ao Senhor – e o próprio Deus, que lhe responde instruindo sobre numerosas e úteis verdades. Também conhecida como “Livro da divina doutrina”, “Revelações” e “Diálogo da divina Providência”, a obra de Catarina reflete, nessas páginas, sobre a missão redentora de Cristo, o clero, a conversão da humanidade, entre outros assuntos, sendo referência para aqueles que desejam se aprofundar na sua mística e emocionante trajetória” (CERINI, 2014, p. 2).

Khadijah bint Khuwaylid (Oriente Médio, 555/619) era a esposa do profeta Maomé, foi também a primeira pessoa a se converter ao islamismo. Apesar das leis vigentes na época permitirem o poligamismo, Maomé manteve-a como sua única esposa por 24 anos.

Leila Roque Diniz (Niteroi/Brasil, 1945/1972), faleceu em um desastre aéreo, no dia 14 de julho de 1972, aos 27 anos, quando voltava de uma viagem à Austrália. Atriz à frente de seu tempo, Leila escandalizou o governo militar e a sociedade brasileira no fim dos anos 60 e começo dos anos 70 por aparecer grávida na praia, vestindo um biquíni, e admitir em entrevistas que "transava de manhã, de tarde e à noite". Odiada na época tanto pela direita quanto pela esquerda, tornou-se um símbolo da mulher brasileira emancipada e independente.

Madame Curie (França, 1867/1934). Junto ao marido Pierre, foi Prêmio Nobel de Física de 1903 pelas pesquisas em radioatividade e Nobel em Química (1911) pela descoberta dos elementos químicos rádio e polônio.

Madonna Louise Veronica Ciccone (Bay City/Michigan/EUA, 1958), cantora, atriz e empresária americana, reconhecida como a artista feminina que mais vendeu em todos os tempos. Madonna é notada por renovar frequentemente seu trabalho e usar seus videoclipes e shows para comunicar sua posição sobre sexo, religião e política.

Madre Teresa de Calcutá (Índia, 1910/1997), missionária católica albanesa, considerada a maior do século 20, dedicou sua vida aos desprotegidos e pobres da Índia, por meio da congregação "Missionárias da Caridade".

Margaret Thatcher (Inglaterra, 1925), política britânica e primeira-ministra por 11 anos, conhecida como "Dama de Ferro" devido à linha dura de seu governo. Batalhou greves, enfrentou a Argentina na Guerra das Malvinas e foi uma incansável inimiga da União Soviética e do comunismo.

Maria Bonita (Maria Déa. Santa Brígida/Fazenda Caiçara/BA/Brasil, 1911/1938)

“Maria Bonita foi a segunda filha do casal José Gomes de Oliveira, conhecido como Zé Felipe e Maria Joaquina Conceição Oliveira, apelidada de dona Déa.

Foi casada com o primo José Miguel da Silva, conhecido por Zé de Nenê, sapateiro.

Entrou para o cangaço no finalzinho de 29, sendo a primeira mulher a fazer parte de um grupo de cangaceiros.

Maria Gomes de Oliveira foi uma mulher polêmica. De temperamento forte, foi pioneira no seu métier. Isso lhe trouxe fama e uma série de histórias controversas, além de um apelido que assustava as pessoas: Maria Bonita. foi a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros.

Maria Gomes de Oliveira nasceu em janeiro de 1910 (dado novo que virá relatado na segunda edição do livro Lampião em Paulo Afonso e que será lançado em dezembro de 2011), na fazenda Malhada da Caiçara, distrito de Santo Antonio da Glória do Curral dos Bois. Desde 28 de julho de 1958, quando Paulo Afonso foi emancipado de Glória, o povoado Malhada da Caiçara ficou nas terras pertencentes a Paulo Afonso.

Morreu no dia 28 de julho de 1938, junto com Lampião e mais nove cangaceiros, na Grota do Angico, em Poço Redondo, Sergipe” (LIMA, 2011, p.1).

Maria da Penha Maia Fernandes (Fortaleza/CE/Brasil, 1945). Biofarmacêutica, vítima de atentados praticados por seu ex-marido, sua luta e história inspiraram a lei de proteção das mulheres em casos de violência doméstica. A Lei 11340, promulgada no dia 26 de setembro de 2006, tem a finalidade de coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e é conhecida como “Lei Maria da Penha”. Hoje é coordenadora da Associação de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência.

Maria Quitéria (Bahia/Brasil, 1792/1853), militar brasileira, disfarçou-se de homem para lutar na guerra da independência brasileira. Feita alferes por D. Pedro I, é considerada a Joana D´Arc do Brasil. Seus restos mortais estão sepultados na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento no bairro de Nazaré em Salvador.

Marina Silva (Rio Branco/Acre/Brasil, 1958) ou Maria Osmarina Silva de Souza, em 8 de fevereiro de 1958, uma das nove filhas dentre 11 filhos que tiveram o seringueiro Pedro Augusto da Silva e sua mulher, Maria Augusta da Silva. Em virtude da dificuldade que sentiam os parentes em pronunciar o nome Osmarina, que diziam Ormarina, resolveram, informalmente, chamá-la de Marina. Ambientalista, historiadora, pedagoga e política brasileira, filiada ao Partido Verde (PV). Foi senadora pelo Estado do Acre durante quase duas décadas. Exerceu o cargo de ministra do Meio Ambiente no governo Lula, desde a fase inicial e seguindo até 13 de maio de 2008. Também foi candidata à Presidência da República em 2010 pelo mesmo partido, o PV, obtendo a terceira colocação entre nove candidatos, com 19,33% da porcentagem total, isto é a expressiva contagem de 19.636.359 votos.

Marquesa de Santos (São Paulo, 27 de dezembro de 1797/São Paulo, 3 de novembro de 1867), famosa por ter seduzido e se tornado amante de D. Pedro I, a marquesa foi, no fim de sua vida, uma humanitária, ajudando mendigos, famintos e doentes e patrocinando estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em São Paulo.

“Recentemente publicado, um livro de Paulo Rezzutti, pesquisador e membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, proporciona novos olhares sobre uma figura emblemática do Primeiro Império, a mulher chamada Domitila de Castro Canto e Melo (1797 – 1867), conhecida no imaginário popular como a amante preferida de Dom Pedro I”.

Marta Vieira da Silva (Dois Riachos/AL/Brasil, 1986), desde os 16 anos, a jogadora foi destaque no quarto lugar da seleção brasileira sub-20 no mundial do Canadá. Ao se transferir para o clube Ümea IK da Suécia, fez sucesso na Europa e ganhou reconhecimento em todo mundo. Marta já foi escolhida como melhor futebolista do mundo por cinco vezes consecutivas, um recorde entre mulheres e homens. Foi considerada pela Revista Época um dos cem brasileiros mais influentes do ano de 2009. Após as grandes exibições recentes e, principalmente, nos Jogos Pan-americanos de 2007, Marta chegou a ser comparada a Pelé, sendo chamada pelo mesmo de o "Pelé de Saias".

Mary Phelps Jacob (EUA, 1891/1970), poeta, editora, pacifista e socialite novaiorquina, inventora do sutiã, que livrou as mulheres da prisão do espartilho.

Mary Wollstonecraft (Inglaterra,1759/1797), escritora britânica. Sua obra, Uma Defesa dos Direitos da Mulher, de 1790, é considerada a pedra fundamental do movimento feminista. Mary afirmava que o casamento era uma prostituição legalizada e que as esposas eram escravas convenientes.

Olga Benário Prestes (Maria Bergner – Munique/Alemanha, 1908/1942), jovem militante comunista alemã, de origem judaica, deportada para a Alemanha durante o governo de Getúlio Vargas. Naquele país foi executada pelo regime nazista em campo de concentração. Veio para o Brasil na década de 30, por determinação da Internacional Comunista, para apoiar o Partido Comunista do Brasil. Destacada como guarda-costas de Luís Carlos Prestes, tornou-se sua companheira, tendo com ele uma filha, Anita Leocádia Prestes.

Patrícia "Pagu" Galvão (São João da Boa Vista/ SP/Brasil), escritora, jornalista e militante comunista brasileira, foi um dos grandes destaques no movimento modernista iniciado em 1922. Escreveu Parque Industrial, A Famosa Revista e Safra Macabra.

Princesa Isabel (Rio de Janeiro/Brasil, 1846/1921). Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Gonzaga de Bragança, a Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II, nasceu no palácio de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1846. Princesa imperial do Brasil e primeira senadora da nação, aboliu a escravatura e defendia o voto feminino e a reforma agrária. Era partidária de ideias modernas, e sua postura era considerada avançada para a época.

Rachel de Queiroz (Fortaleza/CE/Brasil, 1910/2003), filha de Daniel de Queiroz e de Clotilde Franklin de Queiroz, descendendo, pelo lado materno, da estirpe dos Alencar (sua bisavó materna — "dona Miliquinha" — era prima José de Alencar, autor de "O Guarani"), e, pelo lado paterno, dos Queiroz, família de raízes profundamente lançadas em Quixadá, onde residiam e seu pai era Juiz de Direito nessa época. Jornalista, tradutora e romancista, foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Ganhou em 1993 o considerado Nobel da literatura portuguesa, o Prêmio Camões e é considerada a maior escritora brasileira.

Rainha Vitória (Inglaterra, 1819/1901), condutora do Império Britânico no século XIX, seu governo foi marcado pela revolução industrial, expansão colonial e mudanças drásticas na política, economia e cultura inglesa.

Rosa Parks (EUA, 1913/2005), costureira americana, tornou-se símbolo do movimento civil pelos direitos dos negros ao recusar ceder seu lugar a um branco em um ônibus em 1955. Sua luta solitária acabou chegando aos ouvidos de Martin Luther King, que incitou os negros a recusar o transporte público branco.

Ruth Correa Leite Cardoso (Araraquara/SP/Brasil, 1930/2008), antropóloga Ruth Correa Leite Cardoso, primeira-dama brasileira no governo Fernando Henrique Cardoso, criou o programa Comunidade Solidária de combate à exclusão social e à pobreza, destacando-se por sua idoneidade e princípios éticos.

Shere Hite (EUA, 1942), sexóloga e feminista americana, chocou o mundo com seu Relatório Hite, focando principalmente na sexualidade feminina e em como a cultura individual afetava a vida sexual.

Simone de Beauvoir (França, 1908/1986), escritora, filósofa existencialista e feminista francesa, uma de suas obras, O Segundo Sexo, traçou um perfil analítico sobre o papel das mulheres na sociedade moderna. Foi a companheira do também filósofo Jean Paul Sartre.

Susan B. Anthony (EUA, 1820/1906), pioneira no movimento feminista americano e europeu já no século XIX. Fundou a associação sufragista americana e foi a primeira mulher a ter seu rosto estampado em uma moeda de circulação nacional nos EUA.

Tarsila de Amaral (Capivari/SP/Brasil, 1886/1973), uma das mais importantes pintoras brasileiras do movimento modernista. Seu quadro Abaporu (1928) inaugura o movimento antropofágico e foi a obra brasileira a alcançar o maior valor em um leilão internacional: 1,5 milhão de dólares.

Zilda Arns Neumann (Farroupilha/SC/Brasil, 1934/2010). Médica especializada em pediatria e sanitarista. Desde cedo sentia vocação para ajudar as pessoas. Fundou e coordenou a Internacional da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, organismos de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Recebeu diversas menções especiais e títulos de cidadã honorária no país.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O coração feminino não conhece limites geográficos. A mulher cumpre seu papel esteja onde estiver, seja em qual for época, quer na condição de mãe, amiga, esposa, irmã, comadre, tia, sobrinha, avó; ou cientista, guerreira, santa, descobridora, pesquisadora ou poeta.

Inferi, a partir da pesquisa empreendida, o quanto ainda há por fazer no sentido de continuar resgatando a figura feminina ao longo dos tempos, e que, tanto a participação da mulher na família e na sociedade, quanto as lutas e conquistas realizadas por ela são significativas e precisam de registro formal.

Para dirigir-me às mulheres ligadas à maçonaria sergipana, empreendi uma pesquisa, embora modesta, mas elaborada carinhosamente e especificamente dirigida a esta ocasião para a qual me convidaram Lauro Oliveira e Genialda Matos Oliveira. Fui digna e regiamente recebida, aplaudida e reverenciada na minha condição de mulher, professora e poeta.

Emocionei-me a cada momento único e inesquecível vivido no Salão Nobre da Loja Maçônica Cotinguiba e, para agradecer ao Arquiteto do Universo e a todos que assistiram à minha comunicação, apresento o meu mais sincero agradecimento pela honraria que me foi concedida, citando o nome do maior representante daquela casa, o Doutor Jilvan Pinto Monteiro, Venerável Mestre.

Acrescento meu nome à lista das sergipanas que tentam realizar algo pelo Estado de Sergipe e pela cultura em geral, em virtude, não principalmente da minha história de vida e de trabalho dedicado à educação e às Letras, mas por este momento em que aqui me encontro com vocês nesta casa que enobrece a história de Sergipe e na qual não poderia faltar a mulher, cumprindo seus mais diferenciados papeis. Estou orgulhosa de estar aqui e de inscrever meu nome nas páginas da Loja Capitular de Sergipe.

REFERÊNCIAS

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