Memória da pele!
Para inspirar a escrita de agora: ferve, a mão vibra, escreve e traz... Memória da pele!
(...) Então você voltou, chegou tarde da noite, num dia frio e chuvoso de domingo. Quando abri a porta você me abraçou, me beijou no rosto, na boca, sentiu meu cheiro, olhou nos meus olhos profundamente e expressou toda sua saudade dizendo, - que longo e difícil período longe, quanta saudade sua eu senti. E apesar do longo intervalo nossos desejos e paixão reascendem sem esforço. Ah, quanto querer cabe em nós, em nosso coração...
Depois desse dia nos falamos por celular algumas vezes, você marcou de vir e não veio. De novo sumiu. Passaram-se algumas semanas e desta vez eu quebrei o silêncio e te liguei.
E você contou do acidente que sofreu no trabalho. Ficou hospitalizado, fez uma cirurgia e ficará de repouso por algum tempo. E afirma que assim que puder vem ao meu encontro.
Sei que você vem, vem por querer. E vamos aproveitar desse sentimento que tanto nos atrai.
Os dias passam, eu com o pensamento lá em você, tentando imaginar coisas para fazermos após a sua recuperação, uma viagem talvez. Quando sou interrompida pelo toque do celular... Em tom suave você diz que tem algo a seu respeito que não pode mais omitir. Talvez o que evito saber. Você insiste em contar pessoalmente, mas quando? Se não pode se locomover?
Sem querer me vejo nas “mãos do tempo”. Ah, o tempo! Sempre determinando os acontecimentos. Seria essa a grande sacada da vida, saber lidar com essa condição de estar presa de modo eterno? De ter que esperar o tempo conduzir os momentos da vida?
Essa conversa me causa mais borboletas no estomago e o cérebro ágil envia um sinal incomodo ao coração. E só me resta esperar o momento da tua vinda para escutar você.
Se o nosso amor é solto em aventura, seja lá o que for, vai acontecer. Então, eu chamo a imagem no desenho das letras num poema para dar voz ao meu sentimento: - Esse sempre que te quero em mim não acaba não tem fim. Passe o tempo que passar o amor só termina quando chega ao fim. Enquanto você não vem - deixo o tempo seguir - e quando você chegar - vou te oferecer todo o meu bem querer outra vez. Mesmo que seja nossa última vez...
Trecho de: Memoria da pele!
Escrito em Junho/2013