Sociedade da Decisão Unânime

"Voto com o Relator!".

"Tudo deve ser crime, e fique quieto ao opinar sobre a PL 122: seu homofóbico!".

"A homofobia vai acabar com a família!".

Enfim, enfim, enfim...

Hoje, tudo possui um rótulo, um estigma, uma marca. Um grupo, uma classe, uma divisão entre o povo.

E, bom... é melhor você concordar com alguém, de preferência, com a maioria, a fim de que seja algo unânime e seja alcançada a Razão Hegeliana.

Interessante como, nesses dias, as pessoas estão sucumbindo ao diálogo, ao confronto de ideias e ideais, e rotulando, generalizando... em todos os assuntos possíveis, não há mais a dialética. Somente se quer uma tese, nada mais.

Criada está, portanto, a Sociedade da Decisão Unânime. Onde todos os cristãos devem ir contra os homossexuais, onde todos os homossexuais devem ir contra os cristãos, onde todo o negro deve ser defensor de cotas e onde todo o branco deve ser contra... e pronto.

Voalá!

Estamos em perigo. Pois, se toda a unanimidade é burra, não estamos agindo como ignorantes?

Se toda a ideia somente há um lado, isso bastaria para valer um argumento?

Precisamos aprender a conviver, a respeitar o outro, a permitir a liberdade do outro, sem que a liberdade dos demais seja reprimida.

Equilíbrio. Constância. Balança nivelada entre a tese e a antítese, para gerar uma síntese.

Precisamos disso. Precisamos!

ALIVAVILA
Enviado por ALIVAVILA em 15/03/2014
Reeditado em 10/07/2014
Código do texto: T4729321
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