Sociedade da Decisão Unânime
"Voto com o Relator!".
"Tudo deve ser crime, e fique quieto ao opinar sobre a PL 122: seu homofóbico!".
"A homofobia vai acabar com a família!".
Enfim, enfim, enfim...
Hoje, tudo possui um rótulo, um estigma, uma marca. Um grupo, uma classe, uma divisão entre o povo.
E, bom... é melhor você concordar com alguém, de preferência, com a maioria, a fim de que seja algo unânime e seja alcançada a Razão Hegeliana.
Interessante como, nesses dias, as pessoas estão sucumbindo ao diálogo, ao confronto de ideias e ideais, e rotulando, generalizando... em todos os assuntos possíveis, não há mais a dialética. Somente se quer uma tese, nada mais.
Criada está, portanto, a Sociedade da Decisão Unânime. Onde todos os cristãos devem ir contra os homossexuais, onde todos os homossexuais devem ir contra os cristãos, onde todo o negro deve ser defensor de cotas e onde todo o branco deve ser contra... e pronto.
Voalá!
Estamos em perigo. Pois, se toda a unanimidade é burra, não estamos agindo como ignorantes?
Se toda a ideia somente há um lado, isso bastaria para valer um argumento?
Precisamos aprender a conviver, a respeitar o outro, a permitir a liberdade do outro, sem que a liberdade dos demais seja reprimida.
Equilíbrio. Constância. Balança nivelada entre a tese e a antítese, para gerar uma síntese.
Precisamos disso. Precisamos!