HUMANAS VERDADES

– a propósito de “Passageiros do Letes”, em http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/4705902

Enfim, depois de tantos anos de experimentação, acho que consegui abordar "a outra ponta do novelo dos dias" com alguma iluminação. Intuo que os que estão comigo – desta e da outra margem – fizeram-me instrumento para o devido registro. Agradeço ao Absoluto e beijo os pés de meus afetos, pedindo reflexão... É evidente que o texto tem por objetivo que cada um reflita sobre a precariedade da vida. A fé produz verdades neste plano. Inscrevemo-nos tal como concebemos o mundo e seus mistérios, porque, verdadeiramente, ninguém voltou da margem de além do rio Letes para contar como ocorre a vida naquelas plagas. Se é que lá teremos a oportunidade de ver o Novo ou até mesmo o Nada absoluto – o instigante niilismo. Afinal, vislumbramos o mundo tal como o concebemos. E aguardamos a hora da entrada em cena do portal do etéreo – aquele concepto tão conhecido, mesmo que intangível... Enfim, neste enfoque, até o Absoluto é tão virtual quanto os meus dedos em silenciosa mágica teclando e produzindo o que acreditamos ou fantasiamos, através da translucidez que a virtualidade tecnológica me permite. Por ora, precariamente humanos, somos apenas o húmus dos jardins do rés-do-chão: bobos-da-corte que vivificam a flor e espargem a efêmera beleza aos nem sempre expectantes, por ócio ou desinteresse... Também a minimização da fome através dos frutos dos pomares da casa do ser...

– Do livro O CAPITAL DAS HORAS, 2013/2022. Revisado.

https://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/preview.php?idt=4708582